Estrelas, ela literalmente via estrelas. E mal conseguia respirar.
— Você está bem? — filho da mãe! ele, realmente tinha aquele sorrisinho no rosto?
— Você. me. paga. — ele efetivamente riu quando, sem sucesso, ela tentou empurrar o peito dele com o pé.
— Desculpa.
— Você cumpriu sua promessa. — Ela sorriu, após um tempo, sentindo as mãos dele acariciarem as panturrilhas das suas pernas agora fechadas, e depositar beijos leves nos seu joelhos dobrados, enquanto ela olha para o céu. Depois de um tempo ela toma o silêncio dele como confusão, por não lembrar de ter prometido algo. — "um dia, você vai literalmente ver estrelas quando fizermos isso, eu prometo."
— Nossa, você ainda lembra disso? — Ele sorri, ajudando-a a se levantar e se vestir.
— Eu lembro de tudo, Chris. Tudo. — O olhar dela era quase íntimo demais, como se conseguisse ver a alma dele, e talvez conseguisse.
Ou tivesse visto em alguma época. Ele desconfiava que havia mudado muito nos últimos anos, para que ela visse ele da mesma maneira, como aquele garoto apaixonado e feliz que, de uma hora pra outra, perdeu tudo que o fazia ser ele.
— Eu lembro de algumas coisas, não tudo, lembrar de tudo dói, às vezes. — Ele sorri envergonhado com a confissão , fechando o zíper e em seguida o botão da calça. Antes que pudesse pegar o cinto, Scarlett, agora completamente vestida e sentada sobre o capô do carro, o puxa pelo cós da calça e volta a falar, evitando o olhar dele e afivelando o cinto.
— Durante um tempo eu achei que fosse meu castigo por ter ido embora, desistido da gente, não ter voltado. Era minha maldição diária: sonhar com nós dois, ver você em outras pessoas quando entrava em uma cafeteria ou uma biblioteca, ter sempre alguma música do Oasis tocando em loop da minha cabeça. — Essa última parte o faz rir, Oasis era sua pequena obsessão da adolescência. — Mas os anos foram passando, as coisas se perdendo... os amigos não ligavam mais, ou não atendiam, mamãe sempre respondia a mesma coisa quando eu perguntava e então, de uma hora pra outra, esses pequenos momentos em que eu sentia um pouco daqueles anos, passaram de maldição para bênção.
— Eles pararam? — Ela levanta o olhar para ele. — Chegou um ponto em que esses momentos pararam?
— Alguma vez eu te pedi pra parar de fazer alguma coisa e você me obedeceu, Christopher? — O tom acusatório dela, exagerado, o fez rir e repousar a cabeça na curva do pescoço dela, ganhando algumas carícias na nuca. — Não. Nunca pararam, em algumas épocas diminuíram, outras a rádio mudava de Oasis pra Guns n' Roses, mas aí eu lembrava que você também amava. E, às vezes, não era você que eu achava que via, podia ser o Aaron, o Scott, sua Tia Lisa, mas nunca eram, e, também nunca parava de me confundir. Mas eu sempre ficava com aquele sentimento de que ainda não tinha perdido você que, de alguma maneira, meu cérebro ainda se importava e queria voltar.
— Mas você não voltou. Nunca. — Ela não precisa olhar pra sentir que um tom quase sombrio havia tomado conta do rosto dele agora, ali estava, a dor , a mágoa com ela, tudo de volta.
— Mas eu nunca deixei de querer voltar, Chris, nunca. Mas não, não voltei. Muita coisa tinha mudado na minha vida e, pelo que fiquei sabendo, na sua também. — Ela o empurra, fazendo com que ele a encare novamente, e o sorriso que ela tem no rosto, leve e carinhoso, faz algo dentro do peito dele se aquecer. — Sinto muito pelo que aconteceu. Por não estar lá nos momentos em que precisou, mesmo que não estivéssemos mais juntos.
— Tá tudo bem. — Ele beija levemente os lábios dela, recebendo um sorriso leve quando para, mas não se afasta. — Vou ver se tem algum cobertor nas coisas que trouxemos, tá começando a esfriar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SHOTGUNS - O REENCONTRO {EVANSSON AU}
ActionRecém divorciado, o Sargento da reserva, Evans, é convocado para auxiliar uma missão médica em um povoado Africano. O que ele não esperava era que a comandante da comitiva fosse sua ex-namorada, Scarlett, que o abandonou em um momento delicado e po...