Um trauma em sua adolescência com apenas 15 anos de idade, levou a jovem preta Natalie Willians a mudar de cidade e começar uma nova vida, morando com sua tia e prima distantes. Ela tinha planejado toda a sua vida profissional até seu último suspiro...
Prefiro viver esperando a aceitar que não está. Te amo tanto, amor
Não sabe o quanto, amor
Por que se vai?
— Tini (Por Que Te Vas)
—x—
— Já teve alguma ideia para promover seus autores? — Alyson pergunta entregando o meu café. Mas eu não estava prestando atenção. Meu olhar se encontrava no quadro. Aquela noite nunca saiu da minha cabeça, um trauma que não sei se irei superar. Já haviam se passado 12 anos...
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— Meus parabéns, minha filha. Tirou o 1° lugar do concurso de letras. Eu não imaginei outra coisa. — Minha mãe me aperta com um abraço, passando sua mão nas minhas tranças, orgulhosa por eu ter ganhado o concurso. Estávamos na Harlem Shake, a melhor lanchonete de todas do bairro. Tinha uma vibe estilo de carros. O chão era preto e branco, como uma pista e as poltronas eram vermelhas e brancas e a mesa era de vidro. O dono queria expor a todos que amava carros.
— Minha querida, hoje a vovó conseguiu vários clientes. Então pode pedir o que você quiser, pois você merece! — Minha avó diz querendo chorar, passando a mão em seus olhos. Ela e minha mãe estavam muito emocionadas com a minha vitória. Daqui a pouco eu estaria chorando. Mas eu sabia que esse não era o único motivo. As duas estavam bem melhores de vida, do que quando a minha mãe estava grávida, então elas ficaram felizes por poder pagar algo.
— Vou querer apenas o que sempre compramos quando viemos aqui. — Eu digo pegando nas mãos das duas, que estavam na outra poltrona sentadas juntas, de frente para mim.
— Que é... — Minha mãe bate na mesa de vidro, fazendo barulho de tambor com a boca.
— MILK-SHAKE DE MORANGO! — Gritamos em coro, fazendo a garçonete e alguns outros clientes rirem com a nossa animação. Já éramos clientes vips do Harlem Shake.
— Nem preciso perguntar o que vão querer. Pois sempre é a mesma coisa. Irei preparar os milk-shakes. — A garçonete dá meia volta.
— Querida, quando eu te busquei na escola para comemorarmos, eu vi que um menino te chamou para sair. Quem era ele? — Minha mãe me olha com um olhar desconfiado e minha avó faz o mesmo.
— Só um garoto, mãe... — Eu digo com a minha voz fina.
— Sempre que faz voz fina é porque está mentindo. Fala a verdade para sua mãe e sua avó. — Minha avó cruza os braços e minha mãe faz o mesmo. Às vezes me assustava o quão elas eram iguais.
