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Darwin Seattle

— Preciso que você agende a reunião das 10 da manhã para às 2 da tarde — pedi para minha secretária e ela assentiu antes de sair.

Tinha planos de passar na creche , e falar com a diretora para que voltassem a contratar a Adelaide. Seria muita parvoíce da minha parte, mas era assim que minha filha queria e eu não estava disposto a decepcioná-la.

Sinceramente, depois do que aconteceu na noite de ontem eu não conseguia parar de pensar em Adelaide.

Tive vários flashbacks de momentos que tivemos e pela primeira vez depois de muito tempo eu não me sentia martirizado por pensar nela. Eu me permiti pensar nela, e permiti que a imagem dela fizesse meu coração bater mais do que antes.

Pensei até em contratar alguém para descobrir o que aconteceu a ela durante os três anos que ela sumiu, para descobrir a história com o Max e o Matheo. Mas alguma coisa me impediu de fazer isso.

— Bom dia doutor Seattle — Louis disse entrado em minha sala , carregando alguns arquivos.

— Bom dia Louis — respondi humorado — O que o traz até a minha humilde sala? — brinquei fazendo-o sorrir.

— Parece que o doutor acordou humorado hoje — ele comentou deixado o arquivo em cima da minha mesa — Uma senhorita está na sala de espera , precisa dos nossos serviços para um caso muito complicado e quer que seja o doutor a resolvê-lo.

Fiz uma careta ao ouvi-lo dizer aquilo.

— Você pode sentar aqui — ordenei para o mesmo que assentiu se sentando.

Liguei para a minha secretária, disse a ela que fosse procurar a senhorita que queria falar comigo e a trouxesse para a minha sala.

Após alguns minutos ela passou pela porta;

— Bom dia doutor Seattle, doutor Alwyn — ela cumprimentou ao se aproximar.

— Bom dia , senhorita. Soube que tem um caso complicado e que quer que eu a ajude com isso.— disse sem rodeios — O quão complicado ele é?

— Há mais ou menos três anos atrás eu tive um filho com um namorado que tive naquela época...e após dar a luz eu descobri que ele me traía com a  " melhor amiga" — fez aspas com os dedos — eu me senti muito mal, estava cega de raiva. Tão cega que eu fui embora e o deixei com a criança.

Algumas lágrimas já rolavam no rosto da senhorita quando ela estava contando aquilo.

— Eu passei dois anos fora, refiz minha vida. Mas eu juro doutor, que não houve um só dia que  eu não pensasse no meu filho — disse com a voz embargada — eu voltei há algumas semanas a trás, e a primeira coisa que fiz foi ir atrás do pai do meu filho. Ele me disse que eu não tenho direitos como mãe, que legalmente a mãe da criança é a mulher com quem ele me traía e eu não posso permitir isso.

Louis tirou um lencinho do seu paletó e deu a senhorita que agradeceu baixo antes de se limpar.

— Eu não posso permitir que outra mulher ocupe o meu lugar como mãe sendo que eu estou aqui, em perfeitas condições de fazer isso! Eu peço, por favor , que me ajude.

Pousei as minhas mãos juntas sob a mesa e olhei atentamente para a mulher à minha frente.

— A senhorita achou que abandonar um recém-nascido seria a melhor opção? — perguntei erguendo as sobrancelhas indignado.

— Eu era jovem, naquele momento eu não pensei direito.  A única coisa que me apareceu na mente foi de deixar tudo para trás e voltar a viver com os meus pais , no Canadá. E eles não me aceitariam lá com um bebê sendo que eu não sou casada e ainda estava vivendo com a ajuda financeira deles.

Maldito Clichê° | Livro.2 |Onde histórias criam vida. Descubra agora