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Adelaide Albuquerque ♣

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Senti algo ser colocado em meu rosto e tentei ao máximo ignorar virando-o para os lados.

Eu conseguia ouvir algumas risadas contidas , mas naquele momento eu estava tão cansada que quis ignorar.

Ao mesmo tempo que tentava dormir sentia o incomodo aumentar cada vez mais e então passei a mão no meu rosto e senti uma camada ficar grudada em minha mão .

Rapidamente abri os olhos sentindo os batimentos cardíacos estarem a mil ao mesmo tempo em que eu me levantava da cama.

A surpresa foi quando eu vi uma loira que não via há anos , sorrindo culpada ao lado de Max.

— Bom dia! — Wejdene desejou me abraçando .

Quando ela se afastou eu olhei para ela incrédula.

— Eu estou dormindo? — questionei devagar.

Wejdene me beliscou arrancando um gemido de dor .

— Está provado que não  — ela deu de ombros inocentemente e sorriu .

— Vou deixar vocês sozinhas — Max falou saindo do quarto .

— Você pode lavar o seu rosto para eu poder admirâ-lo? — ela pediu rindo e se jogou na minha cama.

Olhei para minha mão e então notei algo branco , aproximei a mão do meu rosto e senti o cheiro de chantilly.

— Malvada! — indagnei correndo para o banheiro .

Lavei o rosto apressada e voltei para o quarto onde vi minha amiga sentada em minha cama.

Wejdene é loira artificial , de olhos  castanhos como o mel , pele naturalmente acastanhada e corpo bastante esbelto sem nenhum procedimento estético.

— Quando você chegou? — questionei curiosa.

— Ontem...eu estava bastante cansada da viagem e fui direto para o hotel descansar — se explicou .

— A viagem foi muito cansativa? — perguntei mais uma vez, curiosa.

De Paris para Roma, de Roma para Veneza não teve ter sido pechincha.

— Não, — olhou para o soalho — mas aconteceu uma coisa...eu conheci um homem , na verdade eu vi o pinto dele — falou específica e quase ingasguei com a saliva.

Toci algumas vezes e bati o peito rindo da cara que ela fez.

— Como isso aconteceu? — questionei curiosa.

— Eu queria muito ir ao banheiro , e o feminino estava todo cheio. Só me restava ir ao masculino...— tentou argumentar em sua defesa e arqueei uma sobrancelha.

— Só você para pensar uma coisa dessas Wej — caçoei — e o quê aconteceu depois? Você sabe quem ele é?

— Eu pedi desculpas , claro! Mas não sei quem ele é... — se lamentou.

— Quer dizer que você gostou dele? — supus intrigada analisando-a.

— Não! — se apressou a negar — mas eu quero ficar com ele , só ficar— admitiu mordendo o lábio inferior.

— Vai que ele seja um "amor de final de semana" — brinquei fazendo aspas — como vai a sua carreira? — questionei  interessada.

Wejdene é cantora e modelo , tem 22 anos , acho que a conheci quando minha mãe a convidou para fazer uma campanha de uma de suas coleções de verão. Por algum motivo nós nos tornamos amigas.

Maldito Clichê° | Livro.2 |Onde histórias criam vida. Descubra agora