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Darwin Seattle

Eu queria poder explicar o quão boa é a sensação de ser pai . Sair de casa com o coração nas mãos preocupado com o pequeno ser que deixei , voltar e não querer desgrudar dela mesmo estando ocupado com o trabalho são sentimentos que eu não trocaria por nada nesse mundo.

Confesso que no princípio foi um pouco complicado , mas a Luísa sempre me ajudou com várias coisas que eu não sabia e quando ela também tinha dúvidas em relação  a algo ligavamos para a minha mãe que esclarecia logo .

Ir para Quênia naquele ano foi uma das minhas melhores decisões, mesmo que a princípio eu não pensasse daquele jeito. Se eu não fosse para lá nunca teria visto Luísa e a Lólis , se eu não fosse para Quênia naquele ano eu não estaria tão feliz quanto estou agora .

No final tudo acontece por algum motivo.

Minha pequena tem 3 anos  e 9 meses  e está cada vez mais crescida, linda e esperta .

Eu não queria ter voltado para Itália , mas minha mãe sabe ser muito persuasiva e manipuladora quando quer . Além de que esse país é muito mais seguro do que Quênia e tive que pensar na minha pequena Lólis em primeiro lugar .

— Papai — Lólis chamou-me após bocejar de tanto sono — Conta uma estólia pla mi?— pediu e eu sorri assentindo .

— Era uma vez em um lugar distante havia uma vila para animais que falavam ...nessa vila tinham dois amigos , um coelho e uma hiena . Certo dia o coelho foi convidado para um almoço em casa de outros amigos e convidou a hiena para ir com ele...

quê o coelo covidou a hiena? — perguntou com a voz baixa me interrompendo.

Fiz uma cara pensativa, avaliando as respostas que a fariam entender .

— Porquê o coelho era amigo da hiena e o coelho queria apresentâ-lo aos seus outros amigos — expliquei da única forma que consegui e ela acentiu — então quando a hiena e o coelho foram para o almoço em casa dos amigos do coelho conversaram e se divertiram os amigos do coelho ofereceram uma cabra ao coelho e um cabrito a hiena...

Mal terminei de contar e ela já tinha dormido .

— Amanhã eu continuarei a contar — falei baixo e cobri-a com seu edredom — boa noite minha pequena.

Depositei um beijo em seu rosto e saí  do seu quarto cuidadosamente após apagar a luz do abajur .

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— Como assim não tinha nenhuma imagem na câmara de segurança?! — berrei irritado com o advogado idiota e incompetente a minha frente.

Ele só tinha um trabalho , que era encontrar as malditas filmagens do local onde aconteceu o assassinato do novo caso, que achei prudente deixar nas mãos dele.

— Tinham câmaras de todos os ângulos menos de onde aconteceu o assassinato senhor — ele respondeu firme e eu coloquei uma mão na cintura passando a outra pelo meu cabelo .

Haja paciência!

— E as lojas vizinhas? Não tinha ninguém por lá naquele maldito horário? — questionei mais calmo .

Maldito Clichê° | Livro.2 |Onde histórias criam vida. Descubra agora