Dama Da Máfia - 2° Livro De Herdeiros Da Máfia (Concluída)

capítulo 82

Mas que merda.

O sangue dele esguicha por todo lado, e ele já não tinha muito, em questão de segundos ele morre, ela limpa a faca na roupa dele e entrega para Michelângelo.

—Agora é com você, termina isso, e o enterre bem fundo, se possível no núcleo da Terra, mais conhecido como inferno.

Giuseppe me olha de boca aberta, assim como Michelângelo, Gianni, Dario e os outros seguranças, que também pareciam chocados.

—É...sim senhora, como quiser!

Ela passa por mim.

—Vamos, preciso tomar um banho antes de voltarmos para o hospital, Giuseppe, se for mandar o carro para o conserto, depois é só me mandar a conta, se não tiver conserto, me diz que damos um jeito.

—Não se preocupe com isso Cate, foi só um arranhãozinho, está tudo certo, eu te devia uma, estamos quites!

—Tudo bem, então.

Sigo ela até o carro, Gianni nos leva para casa.

—Nós podemos falar do que acabou de acontecer?

Pergunto me virando para ela.

—Eu terminei seu serviço, foi isso que acabou de acontecer, mas por que quer falar sobre isso?

—Você matou ele a sangue frio!

—E?

Ela diz isso com tanta frieza, não parecia nada com a minha Cate.

—E, você nem titubeou, nem pensou duas vezes!

—Você pensou duas vezes, antes de matar ele, por isso estamos aqui, é como seu eu tirasse um peso das costas!

—Você torturou ele, cortou a garganta dele, e não sente nem um pingo de remorso por isso?

—Não, ele machucou você e nosso filho, deveria estar feliz!

—Não, eu não estou feliz, eu estou apavorado, essa é a verdade!

—Apavorado com o que?

—Com você, com o que você está se tornando!

—Estou me tornando você, deveria se orgulhar, é um ótimo professor!

—Não, não me culpe, jamais quis que fosse assim, e jamais te ensinei a ser assim, não me culpe, por algo que você, sempre quis se tornar!

—Claro, esse sempre foi meu sonho, me tornar uma mafiosa, que saí matando quem cruza meu caminho e faz mal para minha família, eu sempre quis ser mafiosa, desde pequena, sabe, acho que é meio que uma vocação, eu nasci para isso.

—Não tem graça Caterinna!

—E não é para ter, é você que está dizendo que eu sempre quis ser mafiosa, e não eu!

—Porque é a verdade, você gosta de estar no comando, de dar ordens, e sempre quis poder, e a máfia te proporciona isso, você gosta de se sentir respeitada por todos, e ter todos ao seu redor, fazendo suas vontades!

—Confesso que é muito prazeroso e...

—Você não sabe ter uma conversa séria, mas que merda!

—Ei, relaxa aí, qual é o seu problema?

—Qual é o seu problema, não percebe que suas atitudes estão nos afastando?

—Minhas atitudes estão nos afastando, quer dizer, que agora eu estou errada, por consertar a cagada que você fez?

—Eu ia resolver isso.

—Como fez da última vez, você tem que entender uma coisa, eu faço qualquer coisa pelo meu filho, qualquer coisa, mato e morro por ele.

—E eu também!

—Não é o que parece, primeiro hesitou em confrontar Renê, para resgatá-lo, e depois deixou Francis vivo, eu fiz tudo, só para você ter uma idéia, eu corri em cima de um telhado, atrás dele, você não está entendendo!

—Você fez o que?

—Corri em cima do telhado, ele atirou em mim e tudo, mas não acertou, ou eu não estaria aqui...

Cate ficou doida.

—Meu Deus, você enlouqueceu de vez, colocou suas vidas em risco, o que estava pensando, deixar nosso filho órfão de mãe?

—Não aconteceu nada, então tudo bem!

—Tudo bem, para você sempre é tudo bem, parece que não se dá conta da gravidade da situação.

—Ah eu me dou conta sim, e muito, por isso acabei de vez com o Francis antes dele tentar machucar nossa família novamente, e ele ia tentar, e sabe se lá Deus o que seria, meu amor, vamos concordar, que sua raiva, não é nem por eu ter matado ele, é por saber, que você não está no controle disso, que não foi você que encontrou o Francis, e não foi você que resgatou nosso filho, você sempre esteve acostumado, a resolver tudo, a se sentir temido, a verdade é que você se sente ameaçado por mim, teme que as pessoas vão me respeitar, mais do que você, é por isso que as máfias não aceitam mulheres, o patriarcado teme perder seus postos de soberanos.

—Acha mesmo que me importo com isso?

—Eu acho, acho muito, e pode dizer o que quiser, é a verdade, e tudo bem você se sentir assim, mas quando se casou comigo, sabia muito bem no que estava se metendo, sabia que eu não me submeteria a você.

—Sim, eu sabia, e não me importei com isso...

—Desde que isso, não afetasse, sua posição como chefe da máfia.

—Desde que isso não afetasse a nós dois, e não te transformasse em uma assassina, mas a questão não é essa, a questão é que isso está nos afastando, você tem andado distante, sempre parece estar vagando para outro mundo, e apesar de dizer que não, isso está te afetando emocionalmente, e não é de hoje, e isso não faz bem, nem a você, nem a ninguém.

Ela toca meu rosto.

—Eu sei vida, e vou trabalhar nisso, ok, Francis já está morto, agora teremos paz, eu espero.

Gianni estaciona na frente de casa, descemos do carro e vamos logo para nosso quarto.

—Cate, precisamos conversar sobre outra coisa!

—Pode dizer isso enquanto eu tomo banho?

Fala ela já tirando a roupa e indo até o closet.

—Não, é algo sério.

—E vai deixar de ser sério, se me contar, enquanto eu estiver tomando banho?

—Não, mas você precisa se sentar e ouvir com atenção.

Ela para e me olha.

—Você se apaixonou por outra mulher, e quer o divórcio?

—Cate...

—Tudo bem, mas eu fico com a casa!

—Puta que pariu, você não consegue ter uma conversa séria, nunca?

—Meu Deus, você anda muito estressado, e se gritar comigo de novo, eu quebro seu outro braço!

—Você não leva a sério nada do que eu digo.

—Você sempre me diz a mesma coisa, vai me dizer o que, que me arrisquei e blá blá blá, eu já sei, e já disse que não precisa se preocupar comigo, eu estou bem.

—Não é só com você que me preocupo, é com nosso filho!

—Nosso filho está bem, nossos pais estão cuidando dele.

—Não estou falando do Don, eu sei que ele está bem.

—Peraí, eu não estou te entendendo, temos outro filho e eu não estou sabendo?

—Cate, você está grávida!