capítulo 89

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Caterinna

Pois é, não tem sido fácil, a situação estava mesmo insustentável, quem disse que o casamento ficava melhor com o tempo, mentiu, eu e Giovanni temos passado por um momento muito ruim, brigávamos constantemente, não que isso fosse novidade, todo casamento tem brigas, não era um mar de rosas, mas as coisas estavam passando dos limites, e eu já estava de saco cheio, e nem falo por mim, mas sim pelas crianças, Giovanni era um paizão, mas estava deixando a desejar, ultimamente tem passado muito pouco tempo com eles, sempre tinha algum compromisso, mal levava Don na escolinha de futebol, e nem brincava mais com Beatrice, como antes.

Tem deixado a responsabilidade, tudo nas minhas costas, eu amo ficar com meus filhos, eles são a minha alegria, mas uma mãe, também precisa de um tempo só seu, recarregar as energias, descansar, e eu não estou tendo esse tempo, Dora e Betty sempre, me diz para eu cuidar de mim, e deixar elas cuidando das crianças, mas não posso sobrecarregá-las, já que cuidavam da casa, e elas tem um pai, justamente para isso, para quando a mãe não estiver, ele dar uma assistência, ou melhor, fazer o papel de pai.

—Você não disse o que eu acho que disse né?

—Eu disse o que você entendeu, agora pode me deixar tomar banho em paz?

Ele continuava parado na porta do banheiro, enquanto eu tentava tomar um banho para relaxar.

—Você acha que estou tentando tomar posse da Máfia da sua família, da onde tirou isso?

—Eu sei das coisas, Giovanni, aliás eu sei de tudo.

—E de onde vem essa informação?

—As paredes tem ouvido, já que não vai me deixar tomar banho direito né, vou sair.

Tiro o sabão do corpo, desligo o chuveiro, pego minha toalha e saio.

Quando vou passar pela porta, ele segura meu braço.

—Você está me vigiando?

—Se não quiser ficar sem sua mão, é melhor soltar meu braço.

—Me responde, eu...aí...

Grita ele, quando dou uma joelhada em suas partes baixas.

—Se quiser manter, todos os seus membros no seu corpo, jamais volte a me segurar assim.

—Desgraçada!

Neste momento, Don entra no quarto, Giovanni tenta não se contorcer de dor, mas eu dei uma joelhada bem forte nele.

—Papai, o que aconteceu?

—Ele bateu a perna com força na cama, filho, mas não foi nada, logo ele fica bom, como foi na escola, me conta, ficou chateado, da mamãe não ter ido te buscar?

—Não, foi bem legal, com a vovó Dora, e o tio Gianni, nós viemos cantando o caminho todo, e sei que estava ocupada, está tudo bem mamãe, você sempre vai me buscar, um só dia, não tem problema.

Don já está quase com sete anos, e é um garoto muito esperto, e compreendia as coisas, melhor do que muita aduto, sem contar o nível de inteligência desse menino, as vezes ele parece ser bem mais velho, e isso me assusta um pouco.

—Eu te amo, por ser tão compreensível, meu amor — Digo dando um beijo no rosto dele — Agora preciso que seja compreensível novamente, a mamãe, também não vai poder levar vocês no shopping, mas, o papai vai levar vocês, tudo bem?

—O papai, eba, que legal, faz tempo que não passeamos com o papai, vou correndo contar para a Bea, ela vai ficar muito feliz, obrigado papai, te amo!

Grita ele e sai correndo.

—Está vendo Giovanni, não sou eu que falo demais, são seus filhos que sentem falta da sua companhia.

—Eu sei, e juro que não faço por querer, mas eu realmente precisava fazer essa reunião.

—Olha só, dê seus pulos, se vira, mas que você vai levar eles, você vai, e faz direito, leve eles nos brinquedos, compre sorvete, e deixe eles felizes, não os decepcione, eles estão animados, e eu juro que se não os levar, eu pego os dois e vou embora, e não vai chegar perto deles, nem por um decreto!

—Está me chantageando, só por isso?

—Não, não é só por isso, você mal faz questão de ficar com eles, só vou facilitar para você, se quer se ver livre deles, faço isso por você, sem problema nenhum.

—Como pode dizer isso, que quero me ver livre dos meus filhos?

—Ah não, desculpa, foi o que me pareceu, já que tem sido um pai tão ausente.

—Eu não tenho sido um pai ausente, e vou te provar, vou levar eles ao shopping e...

—Só o fato de querer me provar, já mostra o quanto você tem sido um idiota, faz o que você quiser, mas você mesmo vai até lá e dizer para eles, que não vai levá-los.

—Eu vou levar eles, Caterinna!

—Ótimo.

Ele vai para a porta.

—Divirta-se, e tente sorrir um pouco, ou vai assustar as pessoas do shopping.

—Há há há!

Ele sai, vou para o closet, logo Bea aparece com Don.

"Mamãe!"

—Meu amor, a mamãe nem falou com você, né querida, desculpa, que tal um abraço, bem gostoso?

Ela me abraça, Beatrice, tem crescido muito rápido, é uma garotinha esperta e sapeca, morre de amores pelo irmão, e não desgruda dele, e ele também adora mimar a irmãzinha, que defende com unhas e dentes.

"Vamos passear com papai."

—É vida, que legal, divirta-se, tá, Don, cuide da sua irmã, tá amor?

—Tá bom mamãe, vamos Bea, o papai já está esperando.

Me despeço deles, e assim que eles saem, corro para o banheiro, ligo a banheira, espero ela encher, e entro, minha nossa, como eu estava precisando daquilo.

E então Betty entra no quarto.

—Querida, está aí?

—No banheiro Betty.

Ela bate na porta, e estava encostada.

—Pode entrar Betty!

Ela abre a porta.

—Giovanni disse que você tem um compromisso, por isso não vai levar as crianças ao shopping.

—Esse é meu compromisso Betty, banho relaxante, e um tempo para um cochilo.

—Menina, ele não parecia muito contente, ouvi ele falando ao celular, para cancelar uma reunião, que ele não poderia ir, vai ficar furioso, quando souber.

—Pois eu quero que ele fique, tô doida para dar uns berros, aliviar logo, isso que está entalado aqui, há dias!

—Querida, não gosto que briguem, e tem as crianças, não é bom, brigarem na frente delas.

—Eu sei Betty, mas eu estou cansada, já cheguei no meu limite, não aguento mais!

As lágrimas já escorrem.

—Não chore minha criança, eu sei, sei que está cansada, a vida de uma mãe não é fácil, e Giovanni não tem ajudado muito mesmo.

—Está vendo, todo mundo vê que ele está ausente, por que só ele não percebe isso?

—Dá um tempo pra ele, querida!

—Não Betty, ele não merece, não vou ficar mendigando atenção dele, para meus filhos, eles não merecem isso, e eu não mereço, mas tudo bem ele se afastar de mim, mas das crianças, não quero que ele as decepcione.

—Já tentaram conversar, querida, já perguntou o que se passa com ele?

—Já, mas ele sempre desconversa, mas eu sei o que é, mesmo ele não admitindo, eu sei.

—Acha que ele está te traindo?

—Acho que sim, na verdade, eu tenho quase certeza!

Dama Da Máfia - 2° Livro De Herdeiros Da Máfia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora