Chapter Nineteen

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Jimin suspirou, se virou e foi até o primeiro de uma fileira de balcões que se estendiam pelo interior amplo e o dividiam em vários departamentos.

A gráfica era o lugar mais colorido e maravilhosamente bagunçado onde já estivera, exceto, talvez, pela Kim's Shopping, que era uma caverna de Aladim de vidro cintilante, joias e itens luxuosos. Mas a gráfica era um fascinante mundo novo. As paredes eram vastamente empapeladas com caricaturas impressas, cartões, programas de teatro, gravuras, títulos especulativos e fundos de cenário de teatros de marionetes. O ar era perfumado por uma intoxicante mistura de papel fresco, tinta, cola e produtos químicos, um cheiro que fez Jimin desejar pegar uma caneta e começar a desenhar freneticamente. Nos fundos do estabelecimento, máquinas estalavam e chacoalhavam em um ritmo de começa-trabalha-para, enquanto os aprendizes operavam as prensas manuais.

No alto, impressões haviam sido penduradas para secar em centenas de varais esticados de um lado a outro do salão. Havia torres de papelão e de cartões estocados por toda parte, e colunas altas de papel em quantidades e variedades maiores do que Jimin jamais vira em um só lugar. Os balcões estavam cheios de bandejas de tipos de impressão entalhados com letras, animais, pássaros, pessoas, estrelas, luas, símbolos de Natal, veículos, flores e milhares de outras imagens deliciosas.

Jimin amou aquele lugar.

Uma jovem senhora se aproximou. Era elegante e esguia, mas com seios avantajados, com cabelos castanhos cacheados e olhos castanho-claros de cílios longos.

– Lorde Jeon? – perguntou a mulher, e fez uma reverência profunda. – Sra. O’Cairre.

– É um prazer – disse Jimin, sorrindo.

– Nunca me senti tão intrigada quanto ao receber sua carta – disse a Sra. O’Cairre. – Seu jogo de tabuleiro parece muito interessante, milorde. – Era uma mulher que falava bem, com um leve sotaque musical irlandês. Havia um ar cheio de vida nela de que Jimin gostou demais. – Gostaria de se sentar comigo e me falar sobre seus planos?

Os dois se acomodaram diante de uma mesa em um canto afastado na lateral do salão. Durante uma hora, conversaram sobre o jogo de Jimin e sobre quais componentes seriam necessários para sua produção, enquanto Jimin desencavava esboços, anotações e protótipos da valise. Era um jogo de compras, com peças que se moviam por um caminho que passava por departamentos de uma loja caprichosamente detalhada. Incluiria cartas de mercadorias, dinheiro de brinquedo e cartas de sorte ou revés, que ajudariam ou atrasariam o progresso dos jogadores.

A Sra. O’Cairre ficou entusiasmada com o projeto e fez sugestões sobre vários materiais a serem usados nos componentes do jogo.

– O mais importante é o tabuleiro dobrável. Podemos fazer uma litografia diretamente no tabuleiro, com uma prensa plana. Se o senhor quiser que seja multicolorido, podemos criar uma placa de metal para cada cor, de cinco a dez seria suficiente, e aplicar as tintas em camadas até a imagem estar completa.

A Sra. O’Cairre examinou o jogo de Jimin, pintado à mão, pensativa, antes de continuar: – Sairia muito mais barato se apenas aplicássemos a imagem em preto e branco, e o senhor contratasse mulheres para colorir a imagem à mão. Mas, é claro, seria mais lento. Se seu jogo for muito procurado, e estou certa de que será, o senhor terá mais lucro produzindo-o inteiramente à máquina.

– Prefiro a opção de colorir à mão – disse Jimin. – Quero garantir bons trabalhos para mulheres que estão tentando se sustentar e a suas famílias. Há mais do que lucros a se levar em consideração.

A Sra. O’Cairre o encarou por um longo momento, os olhos cálidos. – Admiro essa atitude, milorde. Muito mesmo. A maior parte das pessoas de sua posição social, se chega a pensar nos pobres, faz pouco mais que mandar tricotar meias e gorros para grupos de caridade. Seu negócio ajudaria muito mais os pobres do que peças em tricô. 

APM || JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora