Chapter Twenty-Six

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Na semana e meia que havia se passado desde que voltara para casa, Jimin se perguntara mais de uma vez se haviam mandado o marido errado de volta da clínica com ele. Não que Jeongguk estivesse indiferente ou frio… Na verdade, homem algum poderia ser mais atencioso. O marido insistia em tomar conta dele ele mesmo, cuidando das necessidades mais íntimas de Jimin e fazendo tudo o que seria humanamente possível para garantir o conforto dele. Trocava o curativo do ferimento, dava banhos em Jimin, lia para ele, massageava seus pés e pernas longa e deliciosamente, várias vezes, para melhorar a circulação.

Jeongguk havia insistido em alimentá-lo, na boca, com colheradas de caldo de carne, de sorbets e de manjar branco. O manjar branco, por acaso, acabara sendo uma revelação. Tudo de que Jimin achou que não gostava antes – a brancura, a suavidade e a ausência de textura – havia se transformado nas maiores qualidades do doce. Embora ele pudesse facilmente se alimentar sozinho, Jeongguk se recusou a deixar que segurasse a colher. Jimin levou dois dias inteiros até conseguir tirar a colher da mão dele.

E os talheres eram a menor de suas preocupações. Jeongguk já fora o homem mais encantador do mundo, mas todo o seu humor irreverente e brincalhão havia desaparecido. Não havia mais flertes, provocações ou brincadeiras… apenas aquele infindável estoicismo silencioso que já estava cansativo. Jimin compreendia que o marido ficara profundamente preocupado com ele e que continuava preocupado, agora com os potenciais contratempos de sua recuperação, mas sentia falta do Jeongguk de antes. Sentia

falta da energia de sensualidade e humor que os mantinha ligados em uma corrente elétrica invisível. E agora que Jimin estava se sentindo melhor, o controle de ferro que Jeongguk exercia sobre cada minuto do dia dele o fazia se sentir confinado. Preso, na verdade.

Quando Jimin reclamou com Im. Nayeon, que o visitava diariamente para avaliar seu progresso, a médica o surpreendeu defendendo-o.

– Ele passou por um grande choque emocional. De certa forma, seu marido também foi ferido, e precisa de tempo para se recuperar. Ferimentos invisíveis às vezes são mais devastadores do que os físicos.

– Mas ele vai voltar a ser como era? – perguntou Jimin, esperançoso.

– Imagino que sim, na maior parte. No entanto, lorde Jeon se deu conta de quanto a vida é efêmera. Um episódio que coloca uma vida em risco costuma mudar nossa perspectiva em relação a algo em particular…

– Manjar branco – sugeriu Jimin.

Nayeon sorriu.
– Tempo.

Jimin deu um suspiro resignado.

– Vou tentar ser paciente, mas ele está cauteloso ao extremo. Não me deixa ler romances de aventura porque tem medo que minha pressão suba. Faz com que todos da casa andem na ponta dos pés e sussurrem para que eu não seja perturbado. Toda vez que alguém vem me visitar, ele fica por perto, olhando o relógio, para garantir que a visita não me deixe exausto. E nem me beija direito, só me dá umas beijoquinhas secas, como se eu fosse uma espécie de tia-avó favorita.

– Ele pode estar exagerando – admitiu Nayeon. – Já se passaram duas semanas e você está se recuperando bem. Não há mais necessidade de tomar remédios para dor e seu apetite retornou. Acho que você se beneficiaria de alguma atividade limitada. Repouso excessivo, na cama, pode acabar enfraquecendo os ossos e os músculos.

Eles ouviram uma batida na porta.

– Entre – disse Jimin.

Jeongguk entrou no quarto.

– Boa tarde, Dra. Im. – Ele desviou o olhar para o esposo. – Como ele está?

– Está se recuperando rapidamente – informou Nayeon, com uma satisfação tranquila. – Sem sinais de aneurisma, hematoma, edema ou febre.

APM || JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora