Capítulo I

167 37 280
                                    

    Apenas mais um dia de vigilância, nem um pingo de sangue derramado por toda a redondeza

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Apenas mais um dia de vigilância, nem um pingo de sangue derramado por toda a redondeza. Me sento no local mais alto no Reino de Ragnar, e por alguns instante, sinto uma sensação de dever cumprido. 

Yang, próximo a mim, provavelmente sentia que nosso mundo estava em paz e que nossa missão certamente havia se encerrado. Sendo assim, qual seria a nossa função? Se envolver nas guerras dos homens? Acreditem, para mim não tem sentido. Esse é o meu pensamento sobre isso tudo, mas nunca cheguei ao ponto de contar para Yang, mas depois de passar dois anos fazendo a mesma coisa, percebi que minha vida não seria mais agitada, continuaria esperando um conflito que nunca iria acontecer, isso me deixava decepcionado. Talvez participar de grandes conflitos está em meu sangue.
Como de costume, eu e Yang fomos para o Vale das Sombras, que era uma terra que se mantinha de pé por ser sagrada para os lendários. Até chegarmos no Vale, eu e Yang não dissermos nada, era evidente que aquele tempo estava um tédio, mas até então nenhum de nós dois queria admitir. Seguimos com o nosso "novo trabalho".

   Nike, antes da sua morte, deixou o Vale das Sombras bastante organizado e diferente do comum, agora tinha guerreiras. Por conta dessa novidade,
Lorena e Bianca passavam pelo Vale várias vezes para saber se elas estavam sendo bem tratadas.

   Como não tinha muito o que fazer, eu e Yang ficamos treinando os garotos e as garotas do Vale, que eram talentosas  também. Talvez uma delas se torna-se
uma Guerreira Mística, sendo uma especialista em armas, podendo manipular suas energias e sua magia ao mesmo tempo, convertendo isso para elevar sua performance nos combates.

Nossa raçã sempre pode evoluir com o tempo, afinal, os inimigos também elevam seus poderes.

No final do dia, como de costume, os nossos alunos gostavam de ouvir nossas histórias que envolviam muito sangue derramado em batalhas. Dessa vez contei a eles a história de meu pai, Jhonas Valentin, porém no final, um dos alunos quis tirar uma dúvida.

— Mestre, desculpe o atrevimento mas... todas essas aventuras que o senhor conta, são no mesmo local. Nunca pensaram em viajar pelo mundo para saber se não a outras pessoas que queiram ajuda ou simplesmente viajar em busca de aventuras?

    No momento fiquei sem resposta, no entanto, eu tinha como rebater essa afirmação dizendo que havia viajado para o oriente, mas mesmo assim, sem querer, esse garoto havia me deixado confuso. Se eu pensar atentamente, o foco dos Lendários na verdade é a Europa, esquecendo de outros pontos da terra. As bruxas talvez tenham se desenvolvido longe daqui. Possa ser que tenha outros pontos da Terra que precisam da minha ajuda e da ajuda de Yang. 

   O garoto esperou a resposta, mas não dei a ele. Pedir licença, pois naquele momento toda a ficha havia caído. Me levantei para impulsionar meu amigo vim atrás de mim e logo ele veio.

— O que houve Mikael? - Tocou em meu ombro e olhou para mim quando virei 

— Refletir sobre uma coisa muito importante.

— Que coisa seria essa? Percebi que você ficou estranho depois da pergunta do garoto. 

— Olha Yang, percebeu que o nosso trabalho sempre se limitou aqui na Europa? Estamos protegendo uma terra que os mortais não invadem ou simplesmente não tem muito conhecimento da existência, e as bruxas... bom elas não são loucas de invadir um local cheio de mestiços.

— Se refere aos poderes de Tânia? - Ele me olha, sabendo da resposta. 

— Sim, e o filho dela também. Ele é muito promissor, tem tendência a ser poderoso, capaz de realizar grandes feitos, sendo assim, qual nossa função aqui? Por favor meu amigo, vamos sair por aí realizando o nosso trabalho.

Ele se cala por alguns segundos para formular uma resposta.

— Você só pode estar louco, não é? Já quebramos o juramento e perdemos parte de nossos poderes, quer agora desafiar a pessoa que lhe deu o elixir da longevidade? 

— Ah! então quer dizer que você agora serve a ela? Por favor, Yang. 

Eu sentia repulsa pelo que ele queria me dizer. 

— Se você quer se tornar um nada a partir de agora, a escolha é sua. - Me deu às costas. 

— Ainda estou falando contigo!

— Se você acha que pode sobreviver a tudo isso, vai em frente, quebre todas as regras que você quiser, mas eu não farei o mesmo que você. 

   A discussão terminou por ali. Decidi voltar para o mundo de Ártemis sem ele, pois queria um tempo para pensar se essa era a escolha correta.

 Sol Negro I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora