Capítulo XII

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Narrado por 
Mikael

    Peguei todo o meu armamento junto com meus discípulos, e seguimos os oficiais da corte portuguesa rumo ao palácio real. Não conseguia pensar em nenhum motivo que explicasse a minha chamada. Para me chamarem, só significava que as coisas ficaram delicadas, muito típico, não conseguem resolver com as forças militares, aí eles partem para a força da magia.

   O oficial não quis me contar muita coisa, então tive que esperar até chegar no castelo, mas... ideias já tenho com base no histórico.

   Depois de alguns minutos cavalgando, havíamos chegado nas portas do castelo. Nossos cavalos foram pegos e guardados por servos. Olhei para trás para saber onde os cavalos estavam, e em seguida subir uma breve ladeira até o portão. O oficial nos conduziu até o salão real sem olhar para trás, mantendo a concentração em nos levar até o local. Chegando até a porta, ele gesticulou para os guardas abrirem. Entramos em um salão cheio de nobres pelos lados, e mais próximo do trono estava um grupo de pessoas que não pareciam ser do reino. Suas vestimentas entregavam que eram orientais, mas a pergunta que logo saberei a resposta é: O que querem? Estão tão longe de casa...

   Após fazer a reverência ao rei, o mesmo se preparou para dizer o motivo de ter me chamado.

— Olá Mikael Valentin, lhe chamei aqui porque existe um probleminha no oriente que exige a nossa atenção. 

  Correção, a atenção do rei é por metais preciosos. Digamos que Portugal depois das guerras virou uma grande potência europeia, enquanto que os outros países estão cheios de dívidas. Negócios com países orientais são bem lucrativos.

— E que problema seria esse? Majestade.

-Pergunto com as mãos atrás das costas, esperando a resposta.

— Não apresentei os lordes chineses, acertamos um trato para você trabalhar para eles na resolução do problema deles. 

Ambos me olharam e gesticularam com a cabeça.

— Bom, como sabemos que você lida muito bem com todos os idiomas, você pode obter as informações da missão com eles. Lordes, foi um prazer fazer negócios com os senhores, espero que vocês façam um bom uso. 

Sendo tratado como uma mercadoria, aquilo foi demais para mim. 

— Quem o senhor pensa que é para insinuar que sou uma mercadoria? 

O rei olha para os guardas que já apontam as suas lanças para mim. Eu iria adorar cortar algumas gargantas. 

— Quem eu sou? Eu sou o rei desse país e sou dono de sua vida, caro Mikael Valentin. 

Dou risada das palavras do rei português, e proponho a ele um desafio. 

— Se tu és dono da minha vida, então mande seus homens me matarem, faça isso, estou louco por diversão. 

Os lordes chineses tentaram acalmar os ânimos falando comigo, porém já estava sentindo a minha áurea pulsando para fora. Meus punhos ardiam de vontade de socar vários oficiais de uma só vez. 

— Por favor, fizemos um trato com seu rei e precisamos muito de sua ajuda.  

— Não se preocupem, irei ajudá-los, mas antes resolverei esse impasse. 

— Mikael Valentin, você está preso por desacato ao seu rei. Se houver resistência, você será morto e seus discípulos também nesse recinto. 

Quando olhei para trás, mais soldados entraram na sala, em torno de vinte, junto com os dez que faziam a escolta do rei. Os nobres começaram a tomar distância e os lordes chineses foram para trás. Eu poderia parar todos eles com meu cajado, porém preferi diversão pois eu queria humilhar o rei português.

— Se só há duas opções, então escolho resistência. 

Meus discípulos imediatamente puxaram suas espadas e todos nós ficamos de costas em duplas. 

— Mestre, isso era realmente necessário? - Pergunta Nádia. 

— Ânimo gente, será muito fácil. 

    Logo fomos atacados pelos guardas que estavam com as lanças, porém eu com duas espadas comecei a matar todos os soldados que estavam na frente do rei. Nas minhas costas, os soldados vieram com escudos, porém meus alunos derrubaram facilmente a parede que foi formada. Lancei meu machado para Shai, que bateu em um escudo fazendo os soldados voarem metros de distância. Peguei as lanças adversárias e comecei a empalar todos que estavam na frente do rei. Assim que terminei, o rei engoliu em seco e gritou. 

— Chega! por favor, você está livre. - Ele ainda estava achando que era dono da minha vida, então eu disse para ele.

— Eu sempre fui livre, e não se esqueça disso. - Digo, pegando pela gola da veste real dele. 

   Desço os degraus e em seguida me viro para falar com ele.

— Foi muito bom trabalhar com o senhor, e obrigado pela hospitalidade, acho que voltarei para cá no dia do seu enterro, mas é claro, vida longa ao rei. - Digo debochando e dando às costas para todos e passando pelos cadáveres estirados. Eu sentia o medo dos nobres ao me vê passar, e eu não conseguia deixar de mostrar o meu sorriso de satisfação por fazer eles tremerem. 

   Meus discípulos me seguem após passar por eles, e logo escuto gritos dos chineses me chamando enquanto eu tentava sair do castelo. Não os respondi e esperei eles me alcançarem. Ofegantes, conseguiram alcançar eu e meus alunos. Fiquei surpreso por tamanho interesse. Para correr tanto atrás, é porque algo realmente de valor está em jogo. 

Depois de recuperarem o fôlego, um deles iria começar a dizer qual era o problema, porém alertei que não era o local apropriado porque tecnicamente eu sou um homem marcado para morrer, então seguimos até a saída a passos largos para não sermos encurralados, mas não adiantou, quando íamos passar pela porta, havia homens bloqueando a passagem e estavam mandando nós abaixarmos as armas. Isso não foi acatado e eu simplesmente com o cajado, bati no chão e mantive todos eles no chão até eu e meus discípulos e os chineses passarmos. 

Corremos até nossos cavalos e fomos direto para nossa casa. Chegando em casa, pedi para meus discípulos arrumarem todas as coisas para partirmos. 

Os chineses não tiveram tempo para dizerem do que se tratava, por isso eles fizeram uma proposta para eu viajar para o país deles. Sem escolha, aceitei pois eu não havia pensado em outro lugar e também no salão real havia prometido a eles que iria ajudar independente do que fosse.

    

 Sol Negro I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora