Capítulo X

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Narrado por 
Mikael

1212 D.C

   Decidir participar das guerras santas em 1200. Na verdade, vivi como nômade por oito anos após a minha saída do reino de Ragnar. Vaguei pela Europa, ajudando os inocentes que sofriam por conta da guerra dos homens, guerras sem necessidade, porém não julgo eles pois eu adoro uma retaliação, só que também não me julguem, caço e mato todos aqueles seres que prejudicam o mundo mortal, eis a minha missão. 

   Mesmo depois de quase uma década, não consigo tirar a imagem de Roseli com uma adaga em mãos, e logo em seguida o sorriso diabólico dela que transparecia Ártemis. Queria que toda essa guerra terminasse logo. Desde que entrei em 1200 eu apenas vi o que já estava acostumado a ver, porém doze anos depois a guerra chegou em um nível em que pobres, mulheres e crianças eram colocadas para guerrear. 

Os mulçumanos fizeram isso sem compaixão alguma, nunca havia sentido tanta pena em derrotar um inimigo à frente. Exércitos de garotos jovens sendo executados, degolados, servidos de iscas para os planos dos árabes. Mas eu passei sete anos desde esse acontecimento tão baixo na esperança de chegar até o sultão que é claro fugiu antes de eu degolá-lo com meu machado. A partir desse ano, medir meus esforços para caçar e punir esse homem, e foi o que fiz, em 1220 o achei escoltado pelos seus homens e matei todos e por fim matei o sultão, porém em minha ausência os árabes haviam vencido uma batalha importante.

    Lutei em seguida na sexta cruzada conhecendo os turcos e seu gigantesco novo império, lutei e lutei até o ano de 1247. Eu não estava nada exausto, o pior é que eu estava adorando toda essa guerra, eu era dito como uma arma sagrada, a igreja não quis desconfiar de mim, eu fazia um ótimo trabalho quando era relacionado a executar árabes e turcos. Anos depois fui bem recompensado, fiz alguns trabalhos para o rei Franco, e em seguida em 1270 todas essas guerras entre árabes e cristãos acabaram, e vocês sabem quem venceu?  

— Os cristãos? Mestre Mikael? - Pergunta na dúvida meu discípulo Shai.  

— Rum, ninguém venceu a droga dessa guerra. O interessante é que muitas mulheres foram para a fogueira, mas a maioria não era nem bruxa, isso sim é injusto. Se tivessem me chamado eu poderia explicar.

— O Mestre já gosta de ser irônico, não é mesmo? - Pergunta Eno.

— É claro que não fui irônico, até porque a minha intenção quando sair de Ragnar era tentar salvar pessoas e achar três guerreiros ou até guerreiras. - Olho para a minha discípula e contínuo  — e depois disso, treinar até ter certeza que meu trabalho seguirá em frente, e parece que estamos indo bem. - Digo, e tomo um gole da cerveja. 

— Mestre, não sente falta do passado?

-Pergunta Nádia. 

— De algumas coisas sim, mas têm outras que prefiro não recordar - mexo meu copo sobre a mesa, olhando para baixo. 

— E então é isso que o senhor fará? Nos treinará e depois nos deixará? - Nádia olha para mim com firmeza e a pergunta dela faz os meus outros alunos focarem a atenção em mim. 

— Eu não disse que deixaria vocês três, quando disse sobre meu trabalho seguir em frente, significou que vocês deixaram um dia de serem alunos para enfim serem mestres de seus próprios alunos. Jamais abandonarei vocês, vamos todos viver juntos caçando e resolvendo problemas. Cuidei de vocês desde pequenos e continuarei cuidando.

   Meus alunos acabaram de sair da adolescência, são muito habilidosos e tudo mais, porém são muito apegados a mim. Cuidei, criei eles desde pequenos e agora são guerreiros lendários. Nádia me lembrará muito Pâmela no tempo que ela prestava, uma guerreira digna, corajosa e destemida. Consigo arrancar lágrimas da mesma e os outros dois, Shai e Eno desfaçam para se mostrarem fortes. Eles não dizem nada sobre o que eu falei, devem está muito chocados por eu somente agora demonstrar o afeto por todos...

 Sol Negro I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora