• Capitulo Dois - Você morre

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ARIANA GRANDE •
— Fairbanks, Alaska.

Eu e a Margareth andamos pelos corredores do Wools, havia dezenas de portas e em cada pequena janela eu conseguia ver os pacientes. Eles precisavam de ajuda, todos eles.

Partimos para a área mais reservada e no primeiro quarto havia o nome dele gravado na porta "Justin Bieber", a porta foi aberta e entramos.

Justin, o paciente mais agressivo do Wools estava em um quarto todo branco, com as paredes acolchoadas, ele estava solto naquele lugar, com apenas alguns livros, sua roupa isolante estava no chão também repleto de almofadas e ele estava sentado, virado para o vidro olhando para o nada, com os olhos completamente sem brilho.

Era isso que a loucura fazia com as pessoas, ele as tirava tudo.

— Ele não pode machucar ninguém aí? — Pergunto.

— Não pode machucar ninguém e nem se machucar, ele está seguro e nós estamos seguros, enquanto estiver dentro dessa jaula. — Margareth me olha. — Então, não importa o que ele diga, jamais o deixe sair daí de dentro.

— Se não posso ter contato com ele, como vou fazer o meu trabalho? — Eu pergunto, meio perdida, afinal nunca realizei nem um trabalho assim.

— Todas as suas sessões serão realizadas através do vidro, ele não sai e você não entra. — Margareth me olha. — Essas são as únicas regras, você entendeu?

— Sim.

Margareth caminha mais perto em direção ao vidro e bate no mesmo devagar, isso faz com que pela primeira vez o paciente desvie o seu olhar do nada para encarar algo.

Ele a olha.

— Justin, essa é a doutora Ariana e eu sei que ela pode ajudar você, mas você também precisa colaborar, tudo bem? — Ela suspira e se volta para perto de mim. — Qualquer coisa estranha que acontecer ou assustar você, aperte aquele botão vermelho e alguém aparecerá para te ajudar.

— Tudo bem, obrigada.

— Boa sorte, Ariana. — Ela sorri fraco.

Margareth fecha a porta depois de sair, então eu pego uma cadeira e a coloco na frente do vidro.

— Olá, Justin. — Eu me apresento, após me sentar na frente dele. — Eu sou a Ariana, como você se sente hoje?

Seus olhos caramelados me encaram, mas ele demora um pouco até dizer algo.

— Você é realmente muito bonita.

Sua expressão continua impassível, mesmo que ele tenha tido um ato tão galanteador.

— Obrigada, Justin. — Eu sorrio fraco. — Mas, você não respondeu a minha pergunta.

— Eu sei porque você está aqui, doutora. — Ele continua me olhando do mesmo modo. — Mas você não pode me ajudar, ninguém nunca pôde.

— Eu não sou nem uma das outras doutoras que passaram pelo o seu caso, sei que elas não tiveram êxito e por essa razão, você ainda está aqui. — Eu falo, calmamente. — Mas, que tal você me dar uma oportunidade?

— Eu não tenho problema nenhum em dizer a verdade sobre mim, mas você nunca vai acreditar. — Ele gargalha alto, como se fosse a coisa mais engraçada do mundo, mas logo em seguida volta a não ter nem uma expressão. — Ninguém nunca acredita.

— Você precisa me contar o que anda acontecendo, o que anda passando na sua mente, para que eu possa acreditar em você. — Eu digo. — Você precisa deixar eu ajudar você, eu sei que eu posso te curar, eu sei que você pode sair daqui.

— Sabe o que acontece se eu sair daqui, doutora? — Ele estala a língua no céu da boca. — Você morre, todos eles morrem porque eu vou matar todos vocês!

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