• Capítulo Nove - Envolvida demais

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ARIANA GRANDE •
— Fairbanks, Alaska.

Deixar o Justin daquele jeito quando ainda tínhamos mais coisa para conversarmos havia feito o meu coração doer. Contudo, eu sabia que não havia como dizer não a minha chefe.

Eu ainda não entendia muito bem como eu conseguia ter me comprometido tanto com esse caso ao ponto de me apaixonar por aquele rapaz. Isso era patético e eu precisava lutar contra isso.

— Sente-se, Ariana. — Margareth me indica a cadeira.

Era o mesmo escritório onde no início ela pediu os meus relatórios e me designou para o caso Justin Bieber.

— Aconteceu alguma coisa? — Eu pergunto.

— Honestamente, Ariana. — Ela suspira. — Você é uma das melhores doutoras que já passaram pelo Wools e eu não sou ninguém para crucificar os métodos que você usa para tentar ajudar o nosso paciente Justin.

Eu fico calada, não faço ideia de onde essa conversa vai chegar.

— Você está conseguindo bons resultados e eu presumo que esteja colocando tudo em seu relatório. — Ela diz e eu balanço a cabeça assentindo. — Justin está falando com você o que ele nunca falou para ninguém, isso é muito bom, mas tem algo que anda me incomodando.

— O quê?

— As suas idas até o quarto de Justin durante a noite, depois que a sua sessão com ele já acabou e não deveria ter mais nem um contato com ele chamaram a minha atenção. — Ela me olha nos olhos. — Eu não estou dizendo que você está fazendo ou algo errado, assim como eu também não estava te espionando.

— Então o que você está dizendo? — Eu pergunto, sem entender o meu papel aqui.

— Eu quero que você tome cuidado com o Justin, porque aqui todo mundo sabe o quanto ele é um rapaz muito bonito apesar dos problemas psicológicos que o rondam. — Ela suspira. — Estou com medo de que você esteja envolvida demais de forma emocional com esse caso, então eu preciso perguntar se você está.

Eu sabia a resposta.

Sabia que estava envolvida demais emocionalmente com o Justin, mas eu também sabia que eu não queria parar, porque havia algo dentro de mim que dizia que ela estava errada, eu não acreditava que ele era louco.

Até porque, Justin era diferente de todos os pacientes que eu já havia conhecido e isso fazia com que eu pudesse realmente acreditar nele, acreditar que ele não era doente.

Ele estava naquele lugar porque ele queria manter as pessoas afastadas, porque ele tinha medo de si mesmo e não porque ele era perigoso.

— Eu não estou envolvida desse modo, eu apenas quero assegurar que eu vou cumprir de acordo com as suas expectativas. — Digo. — Estou fazendo o meu trabalho além do que eu estou acostumada, estou fazendo horas extras exatamente como naquele dia que você me pegou trabalhando durante a madrugada e a única razão de eu continuar indo ao quarto do Justin durante a noite, depois do expediente, é porque eu quero terminar logo com isso.

— Você tem certeza?

— Você não acredita em mim? — Eu pergunto devagar.

Não quero soar como grosseria.

— Acredito. — Ela murmura. — Estou feliz que a gente tenha tido essa conversa.

— Eu também. — Digo. — Mas, antes de ir, eu gostaria de te fazer uma pergunta que vai me ajudar nesse caso.

— Pode perguntar.

— O funcionário que o Justin matou, ele estava contaminado com o vírus? — Eu pergunto, devagar.

— Não, ele não estava.

— Obrigada, isso era tudo o que eu precisava saber. — Sorrio.

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