• Capítulo Sete - Ele vai ficar bom

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• ARIANA GRANDE •
— Fairbanks, Alaska.

Quando anoiteceu e os corredores ficaram vazios. Eu novamente voltei ao quarto do Justin, dessa vez, ele não estava encarando o nada, mas sim lendo um livro.

— Justin? — Eu o chamo.

Ele solta o livro e caminha até o vidro em passos rápidos.

— O quê você está fazendo aqui? — Ele me pergunta. — Eles não podem te ver aqui ou irão te afastar daqui.

Estranhamente, o fato como ele se preocupou com o fato de eu ser demitida fez o meu coração bater mais forte dentro de mim, nem que seja por um segundo.

— Está tudo bem. — Eu também me aproximo do vidro. — Eu só não conseguia dormir pensando nas coisas, eu preciso que você me ajude a montar o quebra cabeça para que eu entenda o que está acontecendo com você.

— Eu achei que você queria me ver. — Ele não tem expressão no rosto, mas a decepção em sua voz é evidente.

— Isso também. — Garanto. — Eu também queria ver você.

— Você não precisa mentir para mim. — Ele se afasta um pouco do vidro e se senta. — O quê você quer saber?

Eu não me sento na cadeira dessa vez, eu me sento no chão, bem perto do vidro.

Se eu quiser realmente mostrar que eu vou ajudá-lo, eu preciso mostrar que eu confio nele.

— Você grita todas as noites por que vê a sua família, certo? — Pergunto e ele balanço a cabeça, assentindo. — Mas, como você os vê se eles estão mortos?

— Eu não sou louco. — Ele torna a me dizer isso. — Eu não vejo o espírito deles, eu vejo novamente toda aquela a cena deles morrendo diante dos meus olhos, então eu praticamente escuto que a culpa é minha.

— Escuta bem o que eu vou te dizer, Justin. — Eu falo com ele. — A morte da sua família não é culpa sua, eles morreram por causa do vírus que matou inúmeras pessoas aqui nos Estados Unidos.

— Toda a minha família morreu, mas eu não. — Ele me olha nos olhos. — Me diga como isso pode não ser culpa minha?

— Você não tem culpa por ter sobrevivido. — Eu digo. — Você precisa deixar isso ir embora, você precisa abandonar essa culpa que não é sua.

— Você realmente acha que não é culpa minha? — Ele pergunta devagar.

— Eu tenho certeza que a culpa não é sua. — Eu garanto. — Você não disse que confiava em mim?

— Sim, eu disse.

— Então você precisa confiar agora.

— Eu confio.

Justin pela primeira vez desde que começamos esse tratamento, abriu um mínimo sorriso.

— É isso que eu quero ver. — Eu sorrio também. — Você tem um lindo sorriso, então deveria sorrir mais.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu. — Ele diz, olhando nos meus olhos. — Sinto que isso é só uma peça que a minha mente está pregando em mim.

— Eu sou real, eu garanto. — Coloco a minha mão no vidro.

— Eu estou feliz por ter você. — Ele também coloca a mão no vidro.

— Eu estou feliz por estar aqui.

Não acredito que há cada dia que passa, eu estou fazendo mais progressos com o Justin.

Ele vai ficar bom, eu vou conseguir salvar a vida dele.

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