• Capítulo Três - O que você esconde, Justin?

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• ARIANA GRANDE •
— Fairbanks, Alaska.

Já passava das três horas da manhã e eu ainda estava aqui reunindo toda a documentação que falava sobre o Justin. Se eu quisesse realmente ajudar um paciente tão agressivo como ele, que ameaçou me matar na nossa primeira sessão, eu preciso de dados.

Justin Bieber, tinha vinte e quatro anos e era do signo de peixes. Ele tinha ótimas notas do colegial, havia jogado no time de futebol e havia perdido quase toda a sua família por causa desse vírus que assolou o país.

Agora, eu realmente havia conseguido achar um motivo para esse surto. Muitas pessoas perderam entes queridos por causa da epidemia e me pergunto quantas delas também não estão como o Justin.

Eu entendia o que a Margareth quis dizer quando disse que pessoas perderam a sanidade por causa dessa doença. Justin era um deles e esse registro deixava isso bastante claro.

Os gritos começaram do nada e eu me assustei. Nunca em minha pequena carreira, eu havia passado a noite em um manicômio, então isso tudo era bastante novo para mim.

— Você está bem, Ariana? — Margareth aparece no meu quarto e eu quase pulou e susto ao vê-la. — Me perdoe pelo susto, eu vi a porta aberta e pensei que não haveria problema de entrar.

— Eu só estava trabalhando um pouco no caso de Justin. — Informo. — Mas, o que são esses gritos?

— Quando dá exatamente 03:20 da madrugada, Justin começa a gritar e consequentemente todos que os escutam fazem o mesmo. — Margareth suspira. — Me desculpe por não tê-la avisado sobre isso.

— Vocês sabem por que ele sempre grita exatamente nesse horário? — Eu pergunto devagar.

— Ninguém faz ideia, ele nunca contou a ninguém o motivo. — Margareth sorri fraco. — Algumas pessoas dizem que é o horário em que os espíritos estão soltos e por essa razão, ele grita, porque ele vê o reflexo de todas as pessoas que já matou.

— Justin já matou mais de uma pessoa? — Questiono.

— Ele diz que sim e diz que voltará a matar no momento em que ele sair daquele vidro, mas tudo o que temos certeza realmente é que ele matou uma pessoa. — Margareth suspira. — O nosso funcionário.

— Entendo. — Digo. — Você acabou de me dar mais algum norte para as próximas perguntas que eu farei a ele na nossa próxima sessão.

— Como foi com o Justin hoje? — Ela pergunta. — De todas as pessoas que tentaram ajudá-lo, você foi a única que não apertou o botão vermelho na primeira sessão ou desistiu do serviço no mesmo dia.

— Honestamente, eu acho que ele está tentando me assustar para que eu vá embora. — Sou sincera. — Talvez ele faça isso porque tem medo de ser ajudado, tem medo do que ele pode ser ou do que ele pode fazer.

— Talvez você tenha razão. — Ela sorri. — Por isso, eu tenho a certeza de que você pode realmente ajudá-lo.

— Novamente, obrigada pelo o seu voto de confiança, eu espero não decepcionar a senhora. — Eu digo.

— Não vai. — Ela garante. — E você também pode me chamar de Margareth.

— Obrigada, Margareth.

— Bom, agora eu vou deixar você trabalhar. — Ela diz. — Boa noite, Ariana.

— Boa noite, Margareth.

A minha chefe saiu do meu quarto e fechou a porta, me deixando com enormes pensamentos.

O que você esconde, Justin?

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