• Capitulo Quatro - Nunca

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• ARIANA GRANDE •
— Fairbanks, Alaska.

No dia seguinte, logo eu fui deixada novamente sozinha com o Justin. A minha cadeira já estava posicionada na frente dele e eu me sentei.

— Olá, Justin. — Eu sorrio. — Como você passou a noite?

— O quê você está fazendo aqui? — Não havia expressão em seu rosto, mas havia surpresa em sua voz.

— Eu estou aqui para te ajudar, como eu já te disse uma vez. — Digo, tranquila. — Como você passou a noite?

— Eu já disse que você não pode me ajudar. — Ele diz, alto. — Ninguém aqui pode.

— Você não está me deixando tentar e eu realmente quero te ajudar.

— Eu não quero a sua ajuda.

Honestamente, eu já estava cansada disso tudo. Se não estaga funcionando desse jeito, eu precisava usar outra estratégia, porque como dizia a minha professora, cada pessoa é uma pessoa.

— Bom, tudo bem, mas eu vou lhe ajudar mesmo assim. — Digo, petulante. — Ontem, eu ouvi os seus gritos e mesmo que talvez você não saiba, você acabou gerando o grito de outros pacientes, então eu gostaria de ao menos tentar entender por que você grita todos os dias no mesmo horário.

— Os outros gritam porque me ouvem gritando, mas eu não os induzo a gritar, eles gritam porque são loucos e acham que são as almas de outro mundo tentando levá-los. — Justin gargalha fora de si. — Eu sou o anjo do inferno que veio causar destruição, mas eu não vim para levá-los, eu vim para mata-los.

Ótimo, ele havia me dito muitas coisas e nenhuma delas fazia o menor sentido.

— Eles gritam por sua causa, mas você grita por que? — Eu pergunto devagar, ignorando totalmente tudo o que ele disse antes.

— Você já viu alguém morrer, doutora Ariana? — Ele me olha nos olhos.

— Não. — Nem hesito. — Justin, eu não estou aqui para falar de mim, eu quero saber sobre você.

— Eu vi eles morrerem. — Justin diz, sem se importar com o que eu estou dizendo. — Primeiro a minha mãe, depois minha irmãzinha e até mesmo o meu pai.

— Eu sinto muito.

— Quando uma pessoa morre, você vê a luz deixando os olhos dela e tudo se torna frio. — Ele diz. — Acho que agora você consegue entender porque eu estou aqui, condenado a esse lugar, condenado a olhar para todos os lugares sem ter algum brilho no olhar.

— Eu não entendi. — Sou sincera. — O quê isso tudo quer dizer, Justin?

— Que eu já estou morto, dourora Ariana e já faz tempo demais, só que todo mundo insiste em me deixar aqui, vivendo pela metade. — Ele fala. — Eles acreditam que podem me salvar, mas não podem e me deixar aqui ainda vivendo essa semi-vida é um erro porque no fim, eu vou matar todos vocês.

Tudo o que sai da boca de Justin não faz o menor sentido e tudo o que eu consigo sentir desse pobre rapaz é pela, porque é isso que a loucura faz com as pessoas, ela te destrói, acaba com tudo o que faz de nós seres humanos racionais e emocionais.

— Você não precisa fazer isso. — Eu garanto a ele. — Você pode ficar bom novamente, eu prometo.

— Você quer dizer que eu posso deixar de ser louco? — Ele ainda está sem expressão.

— Sim e eu posso te ajudar.

— Aí é que está o seu erro quando tenta me ajudar, porque você quer que eu deixe de ser louco. — Ele quase sussurra. — Mas, a verdade é que eu nunca fui louco.

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