Capítulo 18

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–Então, vocês não são daqui? – Michael para do outro lado do balcão depois de limpar uma das últimas mesas ocupadas.

–Chegamos na sexta, na verdade. – explico pra ele, tomando um gole do meu segundo suco de morango da noite – Crescemos em Noosa, Queensland.

Calum começou a tocar por volta das oito e vinte, e nem preciso dizer que ele encantou cada pessoa dentro desse Café, né? Cada fim de música é seguido de palmas empolgadas e a pequena caixinha de gorjetas está recheada, posso ver mesmo de longe.

Pra mim, a noite não poderia ficar melhor, assistiria ele tocar para o resto da minha vida sem reclamar.
Mas além disso, tenho a companhia gentil e divertida de um novo grande amigo, Michael Clifford.

Achei que seria abuso da minha parte pegar uma mesa só pra mim e ocupa-la a noite toda mesmo sem ser uma cliente, então resolvi ficar em um banco desocupado no balcão. Consequentemente Mike e eu estamos batendo papo entre as mesas que ele precisa atender. Agora, ás dez horas, é como se a gente já se conhecesse há anos.

Mike está na lista das pessoas mais divertidas e queridas que já encontrei por aí. Por algum motivo ele me lembra meus amigos de casa, e isso me deixa muito contente.

–Faculdade? – ele pergunta – Você parece meio nova.

–Na verdade, é o sonho da cidade grande sabe? – desconverso – Bom, não sei se alguém que cresceu aqui entenderia, mas ele existe.

–Posso imaginar – ele balança a cabeça, pensativo –Não sei se me vejo vivendo em outro lugar, vocês vão gostar da cidade.

–Já estou adorando. – abro um sorriso.

Ele nunca vai entender o quanto. Talvez ninguém nunca entenda.

–E seus pais ficaram de boa em deixar vocês dois atravessarem o país e morarem juntos? – ele parece intrigado.

Quase dou risada.

–Claro. – minto – A gente sabe se virar.

–Que maneiro!

Calum termina mais uma música e a audiência aplaude, então nos juntamos a eles.

Uhul!!! – eu grito de brincadeira, o fazendo olhar pra mim com uma expressão divertida.

Bom, a "audiência" agora não passa de sete clientes. Duas mesas. Uma com um casal de idosos que está aqui desde o começo da noite e parecem tão apaixonados pelo meu namorado quanto eu. Outra que está quase lotada com alguns jovens que talvez sejam turistas.

Como eu sempre soube, a noite foi um verdadeiro sucesso.

–Summer – os dono do estabelecimento aparece atrás do balcão, olhando para o espaço das mesas – Vocês dois caíram do céu.

–Eu te disse! – abro um sorriso.

Não conversei muito com Ben, mas também ele parece uma ótima pessoa. Tranquilo e brincalhão.

–Chama ele pra comer alguma coisa, já estamos quase fechando. – o loiro me avisa.

Assinto e faço sinal para o Calum antes que ele possa começar outra música.

–Muito obrigado a todos, tenham uma boa noite. – ele se despede no microfone e deixa o violão no apoio para se dirigir até o balcão onde estamos.

Mas é parado pelos dois idosos antes de poder completar o trajeto. Eles conversam animados e tudo que Cal faz é sorrir.

–Calum tocou por uma noite e já é uma lenda. – Michael brinca, observando a mesma coisa que eu.

Love - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora