Capítulo 17

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–Eu nunca estive tão exausta na minha vida. – suspiro, me afundando ainda mais no sofá.

–Vamos deitar na cama. – Calum murmura, se mexendo ao meu lado.

–Sim... – concordo, mesmo sem fazer nada pra isso.

São umas nove da noite no máximo, e um filme acabou de começar a passar na TV. Mas sei que não vamos conseguir assistir nem dez minutos. Ao menos pra mim, o sono chegou no segundo em que deitei no sofá.

E quem diria que eu estaria tão exausta, mesmo sem nem ter saído do nosso apartamento minúsculo? Em compensação, só de olhar em volta já sinto orgulho.
Agora posso oficialmente dizer que essa é a nossa casa, do nosso jeitinho, mesmo que ainda estejamos descobrindo exatamente como é isso.

Compramos tudo o que era necessário ontem, e hoje acordamos decididos a dar um jeito nesse lugar de uma vez por todas. Acabar com quaisquer vestígios possíveis dos antigos moradores, torna-la nossa.

Começamos limpando o chão, os móveis da sala, da cozinha, o guarda-roupas. Não deixamos nem um cantinho pra trás. Reposicionamos alguns móveis, lavamos o banheiro de cima a baixo, e ainda demos um trato nas janelas escorridas e empoeiradas.

Nem preciso dizer que isso ocupou o dia todo, também foi a coisa mais trabalhosa que já fiz na vida.  Mas valeu totalmente a pena, como se tivéssemos apertado um botão de reiniciar na casa toda.
Agora sim estou preparada para uma nova vida aqui.

–Vai, Sun – Calum me empurra do sofá e dá risada – Se mexe.

Suspiro e me coloco em pé.

–Prontinho. – seguro o seu braço e tento puxa-lo pra cima, mesmo sem ter força suficiente pra isso.

Ai ele se levanta preguiçosamente e olha em volta.

–A gente mandou muito bem nisso. –diz orgulhoso.

–É, acho que sim. – sorrio, enquanto sinto seus braços me puxarem pra trás pela cintura.

Andamos meio aos tropeços pelo pequeno corredor até o quarto, abraçados enquanto o moreno distribui beijos na parte de trás do meu pescoço.
O sorriso que se forma no meu rosto está se tornando tão frequente, ainda me faz flutuar.

Calum se joga na cama e me puxa por cima dele, me fazendo rir.

–Não sei se essa é a ideia mais segura – comento quanto a estrutura da cama estala com a falta de sutileza dele.

–Ela aguenta. – Calum brinca, olhando pro teto.

Apoio minhas mãos ao lado de sua cabeça, me sustentando em cima dele.

–Você, Calum Hood, me fez até aprender a apreciar a utilidade de um lençol! – brinco, passando minhas mãos pelo tecido que, finalmente, cobre nosso colchão.

O moreno sorri, olhando nos meus olhos.

–E você está feliz agora, senhorita Winkler? – ele brinca.

–Sim, eu estou. – beijo a pontinha de seu nariz – Não poderia estar mais feliz.

–Agora estamos em casa.

Me deito ao seu lado e também encaro o teto iluminado apenas pela claridade que vem da janela.

–Você já consegue acreditar que a gente fugiu mesmo? – solto, pensativa – Acho que a minha ficha ainda tá caindo.

–Na verdade... acredito sim. – Calum se vira pra mim, apoiado em seu braço – Você acha que algum dia vai se arrepender?

Nem preciso pensar pra responder.

Love - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora