Capítulo 24

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–Luke, por favor expresse com palavras claras que a ajuda do Michael é bem-vinda. –repito pela milésima vez.

–Qual é cara, nós aprendemos isso juntos! Sempre tocamos e eu sinto sua falta.

Sorrio para os dois quando Luke finalmente diz. Vitória do amor!

–Tocamos até você conseguir o que queria, aí você pulou fora.

–Michael, você entendeu tudo errado. Aquilo foi por nós dois, bro.

Me mantenho calada em meu banco cativo, deixando que eles resolvam o problema, seja qual for. Mas por dentro, estou em uma dancinha da vitória por finalmente ter conseguido fazer com que tirem isso a limpo. 

–Não foi.

–Foi sim! Nunca quis ser amigo deles daquele jeito, era pra nós fazermos parte do grupinho. Nós dois, dividíamos a tela, íamos dividir todo o resto. Mas ai você decidiu começar a me ignorar, foi tudo que me sobrou!

–Eram os amigos do seu irmão! Você começou a sair com eles porque a minha companhia não significava nada.

–Você é o meu melhor amigo, Clifford. Queria sair com eles porque você passou a vida toda choramingando que ninguém gostava da gente, eu tão tenho culpa se eram os amigos do Jack!

–Eu sei que você quer tocar, qual é Mike. Não seja orgulhoso.

–Toparia, mas preciso trabalhar. – o dos cabelos vermelhos balança os ombros e aponta para o guardanapo em seu ombro.

E eu não perco um segundo para pegar pra mim.  

–Cubro seu turno, não se preocupe com isso.

–Pirou? – ele tenta pega-lo de volta – Não é seu dia, e nem a sua função. Não vou me aproveitar de você, Summy.

Sorrio sem querer, mesmo tomada por um pouco de melancolia que me apertou a garganta. As meninas me chamavam de Summy o tempo todo.

–Ia ficar aqui de qualquer jeito – respondo quando caio na real – Não tem problema, Mike.

Luke abre um sorriso travesso, me deixando contente que não tente esconder isso mais.

–Tá bom. – Michael se rende – Sem compromisso.

–Sem compromisso hoje. – concordo me pondo de pé enquanto ele desamarra o avental escuro da cintura – Só vai se divertir um pouco.

–Você tem certeza que pode tomar conta daqui? – pergunta antes de entregar o avental, como se fosse uma enorme responsabilidade.

Na verdade é mesmo, mas acho que dou conta do recado. Preciso me virar.

–Sim, Clifford. – digo confiante para tranquilizá-lo – Estive sentada aqui o suficiente pra entender como tudo funciona. 

–Você é demais. – Luke diz, me agradecendo.

–Obrigada, obrigada. – dou risada – Em troca cantem pra mim, é isso.

–Pode deixar. – o loiro garante, levando o melhor amigo até a frente do local onde há uma guitarra esperando por ele, ao lado de Calum que está afinando o violão do café.

Observo eles conversando e se organizando enquanto amarro o avental e dou uma olhada nos pedidos que tenho que levar, ainda que o movimento esteja tranquilo agora por causa do horário.

É impressionante a maneira como as coisas estão se concretizando. Mesmo eu, que sempre tenho esperanças gigantes, não podia imaginar.

Basicamente, isso é graças ao Ben. O homem gosta de apoiar a vocação do irmão mais novo, sempre incentivando e promovendo as apresentações dele com a marca do café. Calum está envolvido na jogada já que a harmonia deles é surreal, e agora vamos adicionar Michael nessa também. Que eu aposto, só pela maneira que são longe dos instrumentos, vai ser um up e tanto.

Love - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora