Love - Calum Hood

Capítulo 21

Não é um bom jeito de acordar, de jeito nenhum.

Meus sentidos estão confusos e a luz parece estar fazendo um ataque pessoal contra mim.

Ah, cortinas mais escuras, isso vai pra "lista dos desejos" pra casa.

Fazendo um esforço enorme, consigo me sentar na cama. Cal já deve ter levantado, porque tudo que sobrou dele é a camiseta que estou vestindo.
E a minha cabeça... parece oca, fazendo todos os barulhos ecoarem dentro do meu crânio.

Um barulho péssimo.

É como se alguém estivesse tocando bateria na sala aqui de casa, ou talvez no banheiro. Não é alguém tocando mal, na verdade. Mas mesmo assim, é a última coisa que uma pessoa com dor de cabeça ia querer.

Caramba, será que eu estou delirando?

Esfrego os olhos e me livro da coberta por cima das minhas pernas, tentando me convencer a levantar e entender o que está acontecendo.

–Bom dia, Sun – Calum aparece na porta do quarto.

Com só uma toalha em pendurada nos ombros, calça jeans e os cabelos escuros molhados. Eu tiro alguns segundos pra observar seu corpo sem defeitos, tendo inúmeras memórias da noite passada correndo pela minha mente a muitos quilômetros por hora.

Ontem a noite foi algo a mais.
Mesmo que todas as vezes tenham sido ótimas à sua maneira, a noite passada conseguiu superar qualquer expectativa possível.

Então paro para pensar e me dou conta de um detalhe importante.

–Ai meu Deus! –me levanto rapidamente e corro para conferir o cesto de lixo, no canto do quarto.

Calum dá risada do meu desespero.

–Foi a primeira coisa que eu chequei também – ele se encosta no batente da porta – Relaxa, está tudo certo.

Respiro aliviada.

–Bom... não dá pra arriscar, né?

–De jeito nenhum – ele balança a cabeça, concordando comigo – Mas até meio embriagados e bastante eufóricos, a gente lembra de ser seguro.

Sorrio, me aproximando do moreno.

–Posso ganhar meu bom dia agora? – ele pede, me envolvendo com os braços.

–Bom dia. – resmungo, meu rosto amassado contra sua pele fresca que cheira ao nosso sabonete – Mais ou menos.

–Dor de cabeça? – ele pergunta, dando alguns passos em direção a cama enquanto praticamente me arrasta junto.

–Tanta que eu diria até que estou ouvindo coisas. Um baterista de plantão. – fecho meus olhos.

Hood ri outra vez, nos virando para sentar na cama.

–É o problema de vodka barata, ela cobra o preço de um jeito diferente. – ele faz carinho em meus cabelos, com paciência – Mas, você não está delirando.

–Não?

–Eu acho que é o vizinho idiota das compras, o barulho vem do apartamento dele.

–O nome dele é Ashton, não seja rude.

–Pelo menos eu não estou atormentando os vizinhos, sabe? Isso não é lugar de tocar bateria.

Suspiro, me derretendo mais contra ele.

–Eu não reclamaria se não estivesse passando mal.

–Você está de ressaca, Winkler. – ele provoca, em um tom divertido – Devo dizer bem-vinda a sua juventude?