Capítulo 16

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A primeira coisa que faço quando acordo é passar meus olhos pelo quarto. E não vejo as cortinas da minha janela, nem minha escrivaninha cheia de livros do colégio, minha porta não está fechada e o quarto dos meus pais nada perto.

Estou na minha casa, a quilômetros de distância. E outra vez, tenho sentimentos muito tumultuados a respeito disso. Porém diferentemente de ontem, meu entusiasmo vence a preocupação.

Se não tem volta, vamos fazer isso direito.

Acho que Calum tinha toda razão quanto ao cansaço estar mexendo com a minha cabeça. E de certa forma faz todo o sentido, nunca passei por tanta coisa em tão pouco tempo.

O único detalhe que teria me deixado mais feliz ainda, seria poder enfim acordar nos braços do moreno. Mas esse pequeno sonho particular ainda vai ter que ficar pra depois, porque não há nem sinal dele na cama, nem mesmo no quarto.

Me levanto, meio zonza depois de uma longa noite de sono, provavelmente. Observo meu relógio e comprovo, nove horas da manhã. Nem me lembro quando foi que acordei tão tarde em Noosa, meu horário nunca passa das sete quando se tem aquele mar maravilhoso pra visitar.

Me espreguiço, sentindo meu pescoço estalar pela falta dos travesseiros, mas hoje tudo que faço é dar risada disso.

Então levanto e olho pela janela, que infelizmente só mostra a parede do prédio, sem uma vista significativa, sem um gramado grande e sem o Poseidon.
Por outro lado, eu nem preciso mais dessa janela, agora se quiser procurar Calum posso fazer isso dentro de casa.

Por isso saio do quarto, passo no banheiro e depois vou para a sala.

A luz que a ilumina pela manhã é ótima e deixa o ambiente bem mais amigável do que ontem a noite, sei que quando arrumarmos tudo vai ficar ótimo. Mas infelizmente nada de encontrar Calum por aqui também.

Só consigo pensar onde ele pode ter se metido...

A porta faz barulho quando estou debruçada sobre a janela, que precisa muito ser limpa mas ao menos tem a vista para a rua, tornando as coisas mais interessantes. Afinal, é uma rua bem mais movimentada que as de Noosa.

–Bom dia, Sun. – o moreno entra no apartamento com as mãos ocupadas por um saco de papel e dois copos, provavelmente de café.

–Bom dia! – saio da janela para ajudá-lo a fechar a porta. – Onde você estava?

–Descobrindo o bairro. – ele explica, colocando as coisas em cima da bancada que divide a sala e a cozinha – Tem uma padaria a três quarteirões daqui, já trouxe o café.

–Hmm, estou com fome.

Calum tira as coisas do pacote e abre os copos, tomando um gole de café.

–Nada mal pra quem "sempre acorda cedo" – ele implica comigo.

Dou risada, abraçando seu tronco quando me aproximo.

–Talvez eu estivesse muito cansada. – reclamo – Ou muito confortável.

–Meu voto vai para a segunda opção. – ele brinca, passando os braços a minha volta.

Sorrio, levantando meu rosto para selar nossos lábios.

–O que você trouxe? – pergunto depois, quando meu estômago reclama de estar dando prioridade para Calum e não a comida que está com um cheiro ótimo.

–Torrada com avocado e ovos. – ele diz, me passando um – Energia para um dia cheio.

–Total. – assinto me sentando em um dos banquinhos de madeira escura, para comer.

Love - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora