Prioridade

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CAPÍTULO 4

— Senhor, com relação ao espécime enviado pelo seu sobrinho... Eu tenho que lhe...

— Charlies, poupe-me desses assuntos. Minha prioridade no momento são os projetos enviados pelo senado. — Eu o respondia enquanto vasculhava os papéis e registros em cima da minha mesa. Cada um representando uma proposta enviada por diversas pessoas filtradas a dedo pelos senadores.

Para ser sincero, nenhum dos projetos pareciam agregar em alguma coisa útil para a universidade. Sua maioria era referente a armas que poderiam ser usadas nos soldados piltovenses. Alguns chegavam a beirar a estupidez. Sério, pernas de tesoura?

— Mas professor, o resultado...

— Charlie, tudo bem. Depois eu mesmo vou checar o resultado da bio-análise. — Eu indicava a porta para que ele saísse. E Sob protestos, ele deixava o recinto.

Eu suspirava um pouco, tentando reorganizar minha mente para tudo que eu cheguei a ler dos projetos. Nenhum deles foi realmente aprovado, alguns eu mandei de volta ao dono para ajustes que poderiam melhorar o conceito e nada além disso.

Sentava-me em minha cadeira cujo couro apesar de qualidade, depois de longos anos de uso estava começando a dar sinais de desgaste. Colocava a palma da minha mão no rosto tentando me livrar do cansaço, sentia como se meus olhos estavam arenosos e as pálpebras pesadas. Fazia quase dois dias que eu não dormia por causa desses tempos turbulentos que tem ocorrido nessa cidade. Eu não acreditava que as coisas pudessem piorar, mas cada dia que passa sinto como se essa cidade estivesse prestes a explodir.

Já mandei uma carta para o departamento de segurança ao qual a Vi estava responsabilizada, no entanto, aquela garota está obcecada demais pela própria irmã insana.

Não posso culpa-la, Jinx pode ter sumido nos últimos dias. No entanto, a sua reputação de sempre aparecer nas piores horas a precede.

Decidia então fazer algo que fazia dias que eu não fazia, que era tentar relaxar um pouco lendo algo. Quem sabe o que as notícias poderiam me trazer.

Abria a minha gaveta da escrivaninha, havia vários recortes de jornais, e no topo deles a última edição que eu pedira para Charlie me trazer ontem. A próxima sairia daqui a algumas horas então não tinha nada de mais novo do que isso para me atualizar.

Na primeira página estava escrito algo relacionado a movimentação do exército de Noxus. Parecia que eles estavam se preparando para algo grande, talvez outra invasão contra Ionia. Até onde se sabe, Noxus já colonizou quase toda Valoran com exceção de Frejord talvez por conta do frio do local, e a própria Piltover por mantermos um pacto de não agressão. Porém, do jeito que Noxus é conhecida, esse pacto de não agressão não servirá de nada se um dia eles decidirem querer tomar o local para eles.

Podemos ser a cidade mais desenvolvida de Valoran e Shurima, no entanto, nossas forças militares nada se comparam aos exércitos daquele império megalomaníaco.

— Nunca pensei que diria isso, mas alguém precisa deter esse avanço constante de Noxus... E logo. — Então jogava o jornal de lado ao qual caia em cima da mesa ao lado dos projetos.

No fim, só acabei enchendo mais a minha cabeça com coisas para pensar e me estressar. Eu não tinha que preocupar-me com esses assuntos, isso era algo que os aristocratas e políticos deviam fazer.

Embora, quanto mais o tempo passa, mais eu tenho certeza da inocência deles em pensar que nos deixará livres da sua colonização. O pior, é que não se pode mais fazer nenhum aliado além deles já que isso quebraria o acordo feito entre nações. Era quase como se estivéssemos presos, mesmo que Noxus não tenha feito praticamente nada ainda contra nós... Diretamente.

Discordes ÁridosOnde histórias criam vida. Descubra agora