CAPÍTULO 5
As conversas jogadas ao vento me levaram a esta cidade outrora sob o domínio de um único líder. Agora apenas guiada pelo que o vento poderia trazer, as pessoas daquele local largado ao sol assim como muitas outras ruínas rochosas de Shurima, tentavam trazer a ordem ao seu próprio jeito.
Alguns tentavam trazendo a palavra liberdade como messias de seus próprios ideais corruptos, outras eram sinceras e rígidas querendo trazer a doutrina ríspida de tempos passados ou até mesmo pregando crenças de culturas e regiões fora desse continente quente.
Por mais que eu odeie admitir, se um dia o império de Shurima retornar a sua grandeza passada, talvez nem mesmo eu possa estar aqui para relaxar a sombra de sua majestosidade. Talvez eu esteja sendo hipócrita falando isso...
Eu tinha tudo quando esse lugar estava em seu auge, tinha poder, dinheiro, posição, territórios... E agora não passo da sombra do que um dia eu fui. Estou sofrendo aquilo que já fiz outros sofrerem, os sobrepujando embaixo das muralhas rochosas do império. Eu nunca de fato gostei de como Shurima era em sua época dourada... No entanto, ainda era melhor do que a anarquia incontrolável que se encontra atualmente. Se os rumores estiverem corretos, talvez ainda aja alguma centelha de esperança para o antigo império ressurgir da maneira correta.
As bocas dos mais faladores me trouxeram para cá, aonde diziam-me que um descendente direto do falecido imperador Azir residia. Cidade de Vekaura... Não sabia se de fato era uma verdade, já encontrei muitos farsantes que se diziam descendentes do imperador durante meus muitos anos vagando no deserto. Com os últimos acontecimentos, tendo Renekton e Xerath soltos, talvez eu finalmente dê a sorte de encontra-lo.
— Siga essa rua, logo depois da praça ao qual levantaram um estátua do Falcão-Pai... Você encontrará o monastério do nosso descendente. — Dizia o rapaz apontando para onde eu deveria ir.
— Agradeço sua gentileza. — O respondia com um gesto da mão. No momento eu estava encurvado e coberto por uma túnica para não me reconhecerem, apesar de ainda ser um pouco difícil devido a minha altura, eu ainda conseguia manter-me anônimo se eu me mantive-se dessa maneira.
— Água e sombra para o senhor...
Deixado de lado pelo homem, eu direcionava meus passos na direção da praça ao qual o mesmo se referira. Não demorou muito para que lá eu chegasse, e notasse a respeito da estátua do Falcão-Pai ao qual havia sido mencionada anteriormente.
Ela estava cerca por um pequeno riacho artificial, e pintada com uma tinta amarela metálica dando a impressão de ser feita de ouro. Mas por debaixo da tinta lascada, dava para notar o bronze corpóreo da estátua que nada mais era uma falsa representação do antigo imperador Azir. A imagem de um homem com um elmo de falcão, e na mão esquerda jazia o cetro usado muitas vezes em seus cerimoniais representado com detalhes extremamente errôneos e superficiais.
Coisas como essas me deixam enojado ao ver o quanto Shurima decaiu ao ponto das pessoas tentarem conseguir um pouco de glória em cima daqueles importantes que já não estão mais presentes. No fundo, acho que a natureza humana nunca muda... E eles não tem muita culpa. Já se passaram três mil anos, se a história conseguia se distorcer facilmente com a passagem do tempo quem dirá as aparências.
Passando pela sombra da estátua, eu visualizava a frente logo após uma escadaria rasa o pequeno monastério.
E na frente de seu portão, duas figuras vestidas com mantos que eram para representar as antigas vestes cerimoniais, parados guardavam o lugar. Todavia, o que me de fato chamou a atenção, não foram as vestes, e sim seus elmos forjados de ferro mal acabado com formatos que eu reconhecia muito bem.
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Discordes Áridos
Aventura!HISTÓRIA RECOMENDADA PARA MAIORES DE 16 ANOS! Após três mil anos desde a queda do antigo império shurimane outrora governado por Azir, o disco solar, responsável pela criação dos poderosos ascendentes e grande símbolo de Shurima se reergue das arei...