CAPÍTULO 33

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CAPÍTULO 33

   — C A R L A — Me escuto dizer olhando para a televisão.

   — Sinto muito, isso visivelmente ainda te abala....

   Me levanto em um pulo, as lágrimas quase transbordando, saio da sala o mais rápido possível e no fundo escuto a voz da Haley saindo um "ups" da sua boca antes de uma discussão começar entre a senhora Chloe e a prima vaca.

   Benjamin me chama mas eu só consigo ir para o seu quarto sem olhar para trás, sinto meu corpo anestesiado e ao mesmo tempo que o sinto pesar uma tonelada parece que estou pisando em nuvens é estranho a sensação mas não presto atenção nisso.

   No quarto os soluços do choro que estava preso na minha garganta começa e não tenho certeza se consigo parar. Estou andando de um lado para o outro balançando as mãos como se o movimento espantasse as últimas lembranças que tive da minha mãe, ela estava tão exausta.

   Os soluços doem minha garganta, bato na minha cabeça com as mãos e os olhos fechados andando em círculos para fazer parar de vir a cena da minha mãe deitada na maca em um hospital público no Brasil com o corpo magro e com o rosto sem vida. Foi a cena mais traumática da minha vida tocá-la e senti-la gelada.

   Meu corpo se choca com uma parede de músculos, sinto os braços me circularem e o doce som da voz do meu Benyzinho soar nos meus ouvidos.

*****

   — Foi câncer de garganta — Murmurei baixinho.

   Estava deitada no peito do Benjamin, fazia dez minutos que tinha parado de soluçar.

   — Eu cuidei dela no último estágio, o dinheiro que tinha ganhado estava durando mas iria acabar logo. Então em um dia ela não acordou mais. — Respirei fundo lembrando dela.

   — Sinto muito — Ele murmurou me apertando em seus braços.

   — Ela era a única família que eu tinha, a mulher que me ensinou tantas coisas, nunca tinha feito nada de mal para ninguém e foi embora tão dolorosamente.

   — Demorou muito? — Fechei meus olhos.

   — Foi rápido, tinha vindo para o Brasil ficar uns tempos de férias, tudo mudou em três semanas, ela já sabia que estava com câncer a algum tempo mas nunca me falou nada, era incurável então ela tentou "me poupar" já que estava do outro lado do oceano. — Nego com a cabeça.

   Minhas mãos aperta o pano fino da blusa do meu bebê.

   — Sinto muita falta dela, depois que ela se foi tudo ficou meio sem sentido. — Lhe disse. — Já passamos por tantas coisas juntas.

MEU TÍMIDO DESEJO (EM BREVE PELA EDITORA SONHOS DE TINTA)Onde histórias criam vida. Descubra agora