Harry descobre que tem uma força descomunal, o que causa problemas na escola e no convívio com outras pessoas.
Atormentado por pesadelos que não consegue explicar, vê seu mundo perfeito virar de pernas pro ar, quando é acusado de assassinar os própr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Meu pesadelo de todas as noites agora havia mudado.
Ainda são fragmentos sem sentido e aterrorizantes para mim. Tanta violência. Lugares sombrios e que eu tenho certeza que não conheço. Dentes afiados e ameaçadores. E sangue...muito sangue.
Nas últimas noites, o mesmo pesadelo de sempre parece ter ganho um capítulo especial. Talvez seja apenas uma lembrança que não consigo apagar.
Eu me vejo naquele carro com a Lily. Nos beijando. Nos tocando e prestes e arrancar nossas roupas.
Aquela coisa toda dos hormônios em ebulição e tal...
E então tinha aqueles dentes afiados e perigosos. Aqueles rosnados. Esse era eu, rosnando como um animal selvagem e incapaz de controlar o desejo insano de morder aquela garota. E não uma mordidinha inocente e carinhosa.
Eu desejei devorá-la...e foi exatamente o que eu fiz, afinal.
Pensando sobre isso agora, se eu fechar os olhos, posso ver a minha imagem como imagino que ela tenha visto.
Um rosto assustador, com presas saltadas, rosnando pra ela e com sangue escorrendo em minha boca.
Tenho mãos grandes e sempre ganhei alguns elogios bem maliciosos por isso. Garotas gostam dessas coisas, sabe Deus porque!
Mas naquela noite, minha mão havia se tornado uma garra perigosa.E foi com isso que arranhei as costas de Lily e rasguei suas roupas, com um simples gesto.
Veja bem, eu sou fã de Teen Wolf. Confesso ter visto todas as temporadas, mas na vida real, não tem nada de romântico em ser atacado por um lobo adolescente.
E acho que é isso que sou agora.
Não posso culpá-la por dizer a polícia que eu era um monstro. Porque eu era. Eu a machuquei e assustei para o resto da vida.
E nem consigo pensar no que fiz aos meus pais. A culpa me persegue todos os dias, assim como o medo de que isso se repita.
Medo que eu mate novamente.
Agora estou aqui, vagando em uma cidade na qual nem sei o nome. Não sei mais nem mesmo quem sou eu.
Eu olho para esse espelho em um banheiro de um parada de caminhão. Apertado e imundo. Não reconheço a pessoa que está me olhando de volta.
O reflexo que me olha de volta não é o Harry de 18 anos, quarterback de sua escola. Rodeado pelos populares. Com a mais linda namorada em seus braços. O jovem amado e protegido por pais amorosos.
Não, não sou mais esse Harry...
Agora sou um monstro fugitivo da polícia. Que agrediu uma garota indefesa. Que matou e fez picadinho dos próprios pais, em um acesso de fúria.
A fúria ainda está aqui dentro de mim. Não a entendo e sinto que não posso controlar. Não sei o que despertou isso.
__ Ei bonitão... - uma garota se aproxima de forma insinuante - que tal dar uma voltinha?
