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Eu devia ter enfrentado os valentões naquele bar, mas me contive, porque arrumar briga na primeira noite na cidade, não me ajudaria em nada

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Eu devia ter enfrentado os valentões naquele bar, mas me contive, porque arrumar briga na primeira noite na cidade, não me ajudaria em nada.

Preciso encontrar um lugar para passar a noite e encontrar uma maneira de descobrir se há mesmo outros como eu, por aqui.

Mesmo que meu lado sensato ficasse repetindo isso na minha cabeça, existia uma fera agitada dentro de mim, que me impulsionava a voltar lá e cortar alguns pescoços. Eu não quero matar ninguém, mas parece ser instinto.

E aqui estou eu, rosnando de raiva, escondido entre arbustos, enquanto observo o bando de idiotas deixando o bar. Eu sei que poderia fazer picadinho de todos eles sem grande esforço. Havia uma fera rugindo dentro de mim.

Mas ao lembrar daquele pequeno anjo de lindos olhos azuis, fecho os olhos e me forço a ficar escondido ali, até que o bando se afaste.

Então atravesso a rua em direção a minha moto, que ainda está estacionada diante do bar. Até mesmo pensei em entrar novamente, mas fui interrompido em minha caminhada.

__ Ei, garoto.

Me assusto com aquela voz firme, embora não pareça ameaçadora. Ergo meus olhos e vejo um homem já mais velho, fumando um cachimbo de maneira despreocupada e escorado na pequena varanda do bar.

__ Ouvi você dizendo que precisa de trabalho?

__ Ouviu? Não sei. - digo meio desconfiado, embora o homem pareça bem pacífico.

Ele sorriu e deu um longa tragada em seu cachimbo. Eu me vi dando de ombros e aceitando a oferta feita para ir para sua fazenda. Colocamos a moto na traseira de sua picape e fomos em direção a um vasto terreno de plantações.

Não sei porque ele se deu ao trabalho de oferecer pouso e trabalho para um completo estranho. Eu estava convicto de que não era nenhum velho tarado querendo se dar bem com o garotão jovem aqui. Além de usar uma grossa aliança dourada em seu dedo anelar. Casado!

Não que isso faça dele um santo, mas quem sou eu para julgar outras pessoas?

Em momento nenhum ele me olhou com luxúria e nem nada disso. Não tentou me tocar de forma inapropriada. Me olhava até mesmo com certo carinho e isso era tudo. O pobre homem não teria defesa contra mim, se a fera em mim fosse provocada.

Seu nome é John e eu vi uma aconchegante fazenda toda iluminada a nossa frente, assim que passamos por uma placa na entrada com as palavras Selley Farm. Aquele era seu rancho e seria meu lar nos próximos dias, aparentemente.

Passei a noite com um teto sobre minha cabeça, em uma cama macia e quentinha. Na manhã seguinte, John me apresentou a sua esposa, Clara.

Uma senhora doce e sorridente que me acolheu como se eu fosse alguém da família, voltando depois de muito tempo.

WolwesOnde histórias criam vida. Descubra agora