Harry descobre que tem uma força descomunal, o que causa problemas na escola e no convívio com outras pessoas.
Atormentado por pesadelos que não consegue explicar, vê seu mundo perfeito virar de pernas pro ar, quando é acusado de assassinar os própr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
__ Nãaaaaaaaaoooo!
Eu gritei enquanto usava cada gota de energia que ainda existia em mim. Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta, embora tenha acontecido tão rápido que mal deu tempo de assimilar.
Joe se arrastava na direção de John, que dava passos para trás enquanto tentava recarregar a arma. Eu rosnava e obrigava meu corpo continuar em frente antes que aquele maldito alcançasse meu tio.
Com a perna ferida, ele também estava mais lento e eu o alcancei com relativa facilidade. Saltei sobre ele e nos embolamos no meio da plantação.
Joe estava com a perna praticamente quebrada e sangrando sem parar, depois do último golpe de Connor. E havia sido baleado por John.
Eu não estava muito melhor, é bem verdade, mas ainda conseguia ficar de pé. O mesmo não podia ser dito dele que agora me estendia a mão, pedindo por misericórdia.
Só podia estar de brincadeira comigo, certo?
__ Me ajuda, garoto. - estendeu a mão e eu apenas rosnei - já levou um tiro no ombro? É como levar um chute lá embaixo, só que é no ombro. E então? Vai me matar agora, não vai?
Esse é o plano...estou aqui me segurando para não fazer picadinho dele.
__Mas antes de fazer isso, me deixe te dar uma pequena dica... - colocou um cigarro na boca com dificuldade - lobos de verdade, matam apenas por comida ou para se defender.
__ Não sou um lobo, Joe. - disse cansado de tudo aquilo e ele me olhou com a testa franzida - isso pode ser parte de mim, mas sou um ser humano antes de qualquer outra coisa. Nunca vou me esquecer disso e me tornar alguém como Connor ou como você.
__ É exatamente isso que quero dizer, filho. - ele disse apressado - estão te chamando de assassino, de matador a sangue frio. E isso não é verdade. Não é o que você realmente é.
Maldito! Sou foragido hoje pelo que ele fez a minha família e jogou a culpa em mim.
__ Eu matei hoje...por sua causa! - digo furioso.
__ Não, garoto. - ele ficou de pé e me encarou nos olhos - você matou porque tinha que fazer isso. Foi culpa do Connor. Sempre foi o Connor. Foi ele que nos deixou assim. Ele fez isso com todos nós.
Não foi culpa do Connor...entendia isso agora.
Eu jamais teria chegado a essa cidade e ele jamais saberia que eu existi. Seguiríamos nossas vidas sem saber da existência um do outro. Eu nem ao menos sabia que era adotado!
Parecia injusto jogar toda a culpa em alguém que não podia mais se defender...
__ Connor está morto agora, Joe. - digo devagar quase como uma ameaça.
__ Isso mesmo. - havia desespero e loucura em seus olhos - eu matei o monstro que o criou. Pagamos nossa dívida. Estamos empatados aqui.
__ Empatados? - eu o olhei incrédulo pela audácia, arranquei o cigarro de sua boca e o encarei seriamente - é isso que pensa que está acontecendo aqui?
