Davina grunhiu irritada enquanto fazia o feitiço. Alyssa estava deitada a frente dela. O coração da Claire doía de forma absurda. Parecia irreal ela estar viva com aquela dor. Realmente, o feitiço de Alyssa era poderoso. Mas então, Davina revoltou-se.
Porque raios ela estava a ajudar a mulher que destruíra a sua vida? Porque na sua visão conturbada da história, Alyssa era a culpada de tudo. Fora Alyssa que arrancara Kol de si. Fora Alyssa que irritara Kol. E foi Alyssa que convencera Kol a matar a Claire. Mas a verdade era outra. A culpa era de Kol, sendo honestos. Claro que Davina tinha a sua parcela de culpa. Fora ela que confiara em Kol, mesmo quando Marcel, Josh e até Ketlyn a avisaram que era uma péssima decisão. Ela traçara a sua morte ao se envolver com Kol. Mas o maior responsável era o Mikaelson. O Original estava tão obcecado que mais uma vez usara as bruxas como piões. Agora Davina era mentalmente perturbada e queria vingar-se e matar qualquer mulher que ousasse desejar o que era dela — na sua mente insana, Kol era dela.
Então Davina decidiu algo que mudaria o curso de tudo.
Mas primeiro, precisava livrar-se de Kol.
—A Rebekah ligou. — contou Kol — Eles querem tirar a Hollow da Hope e dividi-la entre nós.
—Mas o Elijah não estava morto? — Alyssa franziu o cenho sentindo a ferida curar-se aos poucos indicando que o feitiço estava a resultar
—Conseguiram trazê-lo de volta. — contou sobre o olhar atento da Davillier — Eu deveria estar com eles, não deveria?
—Obviamente. — ela revirou os olhos e Kol bufou
Ele não confiava em Davina, muito menos perto de Alyssa.
—Vai lá. E depois que tudo resolver-se, iremos embora. — garantiu ela
Mesmo hesitante, Kol assentiu e desapareceu em velocidade vampírica.
—Ele não devia estar contigo. Tu só o trazes sofrimento. — declarou Davina ressentida
—Nós não escolhemos quem amamos, Davina. — impaciente, Alyssa explicou o óbvio
—Mas ele é meu! — como uma criança mimada, Davina insistiu e só faltava bater o pé no chão e fazer birra
—Tu já te ouviste, Davina? Vocês não são propriedade um do outro. Não são objetos. Então para de tratar Kol como se fosse tua posse. Tu morreste por conta dessa obsessão. Ele matou-te por isso. Para de romantizar esse sentimento doentio! — Alyssa não poupou na insatisfação e sinceridade
No entanto, Davina interpretou mal tudo o que lhe fora dito.
—Ele matou-me por tua culpa. Ele estava cego. Mas eu irei clarear sua mente. — sorriu macabra
—Davina o que pensas que … DAVINA!
Alyssa berrou quando a Claire inverteu o feitiço, acelerando ainda mais a morte dela. A mais nova ignorou a dor no coração e concentrou-se em matar Alyssa.
Alyssa — com muito esforço — tirou o frasco que Kol a dera do bolso e o pusera na boca, sem se importar em abri-lo. Não tinha tempo para abri-lo.
A Davillier fez um esforço e mordeu o frasco e o mesmo partiu-se em sua boca. O conteúdo do frasco misturando-se com o seu próprio sangue, já que os cacos de vidro do frasco a aleijaram.
—Não te preocupes, eu cuidarei muito bem de Kalyne. Como se fosse minha filha. — garantiu Davina com um sorriso adorável antes de Alyssa fechar os olhos, e morrer ali.
A dor no peito da Claire parou. Por pouco tempo. Davina então sentiu toda a sua magia ser sugada. E então uma anciã apareceu.
Marie Davillier estava diante de Davina. A Claire viu-se nervosa.
—Bruxa tola. — a voz poderosa de Marie soou — Nunca se deve matar uma das suas no cemitério. Manchaste este solo sangrado com o sangue de uma de nós. — grunhiu
—Eu…eu…— gaguejou
Ela fora movida pela emoção e fizera algo descabido. Ela matara alguém. Alguém que tinha uma filha a sua espera.
—Tola! — repetiu — Serás castigada. Nenhuma das tuas ancestrais poderá rogar por ti. Mataste minha neta. Mais do que justo teres como punição o destino dela.
—Vais matar-me novamente?
Marie sorriu e desapareceu. Davina franziu o cenho e então entendeu quando parou de sentir a magia circular em suas veias.
Ela não era mais uma bruxa. Era só uma simples humana.
Quando Kol chegou, Kalyne chorava em silêncio. O quarto onde estava tinha várias barreiras de protecção, incluindo de silêncio.
Ele, mentalmente, agradecera a Freya. Kol queria manter a existência de Kalyne em segredo da própria família. Em sua visão, era o correto. Quanto mais longe tivesse dos Mikaelson, melhor. Então só Freya e Rebekah sabiam. Ambas as irmãs prometeram guardar segredo.
—O que aconteceu? — ele perguntou
—A mamã já morreu. — Kol sentiu o coração partir-se quando Kalyne contou
—Ela voltará. — garantiu Kol — Só não será mais uma bruxa.
Kalyne assentiu lentamente em compreensão.
—Agora fica aqui. — ele pediu e ela assentiu deitando-se na cama.
Kol beijou a face da sua filha e sorriu.
—O pai vem buscar-te daqui a pouco e depois vamos ter com a mãe. — prometeu e a tribrida sorriu com o rosto vermelho
Kol saiu do cómodo e foi para o pátio onde estavam os demais irmãos.
Hayley retirou a bracelete de Hope, que estava no centro, e Freya e Lavínia dividiram o espírito de Hollow em quatro, pondo-o no corpo de cada Original. Rebekah, Elijah, Kol e por fim Klaus.
Assim que o feitiço terminou, os irmãos dispersaram. Kol, em velocidade vampírica, foi até Kalyne e pegou na filha ao colo e correu para o cemitério.
Quando chegaram, tiveram a visão de Davina a chorar devastada. Ao lado da Claire, estava Alyssa sentada.
—Mãe! — Kalyne desceu do colo do Mikaelson e correu até Alyssa
Alyssa sorriu abraçando a filha. Kol viu a Davillier mais velha fechar os olhos com força e teve pena por ela. Ela ainda não completara a transição e estava a controlar-se para não atacar a própria filha.
Kalyne afastou-se da mãe e abriu a mochila que carregava consigo, revelando uma bolsa de sangue.
—Eu roubei do frigorífico. Acham que a tia Bekah ficará zangada? — questionou preocupada, entregando a mãe que aceitou
—Acredita, ela não dará falta. — garantiu Kol com um sorriso maroto e orgulhoso
Alyssa abriu a bolsa e bebeu rapidamente a bolsa.
—Precisamos de um anel do sol. — murmurou Alyssa
—Davina…— Kol virou-se para ela
—Ela já não é uma bruxa. As ancestrais tiraram-lhe a magia. — contou Kalyne encarando predadora a Claire — Mas eu posso fazer. — sorriu animada
Kol suspirou e assentiu dando espaço a Kalyne. A tribrida tomou o anel da mãe e começou a pronunciar o feitiço dito por Kol. Alyssa não deixou de emocionar-se ao ver os dois em harmonia. Eles eram realmente uma família.
Quando terminaram, entregaram o anel a Davillier que deslizou o acessório pelo dedo anelar. Então os três saíram do cemitério e entraram no carro de Kol.
Iriam para bem longe de Nova Orleães. Para a casa deles. Onde tornariam um lar.
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05 | Make it Home
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