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Miriam pegou na mão de Rebekah, canalizando a magia da Original para o feitiço.

Lá estava ela, a procurar pela prima depois de sete anos.

Miriam era o tipo de pessoa mesquinha que desmerecia a honra dos demais. A verdade é que ela alimentou uma raiva sem sentido por Alyssa. Por Alyssa ser mais poderosa e mais valorizada. Mas a questão, era que, Miriam se desvalorizou a vida toda. Nunca tivera olhos para si. Só para sua prima. Sua vida toda resumia-se ao seu desejo insano de ser melhor que Alyssa. Ser perfeita.

Quando Alyssa engravidou, Miriam fora a primeira a descobrir. Ela rio da desgraça – Miriam via como uma desgraça a existência de Kalyne – da prima. Sugeriu até aborto. Mas claro que Alyssa achou um absurdo. Miriam então fez o que tinha de fazer para estar no topo: contou da gravidez de Alyssa para o clã.

Mas antes que pudessem fazer algo a respeito, a dita grávida havia desaparecido do mapa. Só tiveram sucesso em expulsa-la do clã.

Miriam sentia o seu estômago revirar sempre que lembrava dessa história. Um episódio que pensou estar no passado.

Então a jovem bruxa começou a murmurar o feitiço. Magia negra era perigoso de se mexer. Não para Miriam. Sua mente já tinha sido destruída pela mesma. Ela sucumbiu-se aos desejos insanos de sua mente e afundou no mundo da magia negra. Mas tinha suas consequências. 

Kol uniu as sobrancelhas. Ele reconhecia de perto uma bruxa louca. Corrompida pela magia negra. Davina fora uma, apesar de não ter chegado ao estágio avançado como Miriam  Davina estava bem na beira da loucura.

Assim que terminou, Miriam abriu os olhos.

-Ela está em São Francisco, Califórnia. – contou – Já paguei a dívida. Espero nunca mais vê-los no meu território!

Kol deu um passo em frente, com um olhar debochado.

-Não te preocupes, não irás ver-nos. – garantiu debochado

Em velocidade vampírica, enfiou a mão no peito de Miriam. A bruxa arregalou os olhos em horror, engasgando-se com o próprio sangue.

-Não estarás viva para tal. – completou arrancando o coração dela

O corpo de Miriam desfaleceu no chão. A jovem feita de refém levou a mão a boca. Com certeza, aquele era seu leito de morte.

-Podes ir Kol, cuidarei das testemunhas. – garantiu Rebekah

Kol desapareceu em questão de milésimas, com sua velocidade vampírica.

Rebekah sorriu antes de avançar no pescoço da sua “refém”. Ela, de qualquer das formas, necessitava tomar um “lanche”.









































Alyssa sorriu para o senhor idoso, enquanto o mesmo afastava-se. A Davillier acabara de alugar uma pequena casa de madeira, bem perto de uma floresta.

Estava longe o suficiente para manter-se escondida. Precisava pensar num plano para derrotar a sua mãe. A escuridão era a sua própria mãe. Talvez a mesma quisesse que Alyssa assumisse a liderança do clã.

Desde cedo, Alyssa soube que não queria liderar o clã. Tomar decisões não era para uma pessoa que agia por emoção. Ela sabia disso. Mas suas vontades jamais foram respeitadas. Ela estava disposta a ceder sua liderança a Miriam. Mas claro que sua prima estragara tudo. Ou talvez revelara o quão negro era o clã que queriam que comandasse – e não se referia a magia negra que vários bruxos abusavam no uso.

-Vamos ficar aqui? – Kalyne olhou em volta com os olhos brilhantes

-Sim. Esta é a nossa casa por enquanto. – pegou na mão da filha, a guiando até um dos quartos

-Vamos dormir juntas?

-Sim amor. Vamos dormir juntinhas. – Alyssa murmurou enchendo a filha de beijos e a mesma rio – Mas primeiro vais tomar banho para depois jantarmos a pizza que compramos.

Kalyne concordou tirando os sapatos e depois o pijama. Sim, ela ficara com o pijama a viagem inteira.

Alyssa pegou num pequeno elástico e prendeu o cabelo da mais nova num coque, de forma a não molha-lo durante o banho.

-Não demores muito na banheira, para não adoeceres. – aconselhou

-Eu sei. – Kalyne deu um sorriso

A criança tirou a toalha da mochila e se dirigiu a casa de banho.

Alyssa suspirou descendo as escadas para o andar de baixo. A morena pegou numa faca afiada, e cortou a palma da mão, logo fechou os olhos e murmurou o feitiço de camuflagem.

A prioridade de Alyssa era Kalyne. Sempre fora e sempre será.

Minutos depois, Alyssa parou o feitiço. Ela suspirou guiando-se para a torneira da cozinha. Abriu a mesma, deixando a água levar o líquido carmesim que saía de seu corte.

Ela teria que tapar o ferimento mais tarde. Ela então – ignorando a dor na palma da sua mão -, abriu a porta dos armários e tirou dois pratos. Pôs os mesmos encima da pequena mesa da sala de estar, ao lado da caixa de pizza.

Nota mental: tentar ser mais organizada. Mais do que há era, pensou revirando os olhos.

Kalyne então desceu as escadas a correr, quase tropeçando no último degrau. Alyssa a olhou em repreensão.

Mas claro, Kalyne sendo Kalyne, ignorou o olhar e sentou-se ao lado da mãe.

-Eu quero o primeiro pedaço de pizza! – pediu animada

Alyssa sorriu. Mal abriu a caixa, as mãos de Kalyne logo tomaram uma fatia. Ela era tão apressada. Desde pequena aprendia antes do tempo. Era impaciente.

-Come devagar. – repreendeu Alyssa

-Mãe, é pizza. – disse como se fosse óbvio

Alyssa revirou os olhos. Kalyne na adolescência seria o terror das pessoas que não gostassem dela. Isso era um facto cujo Alyssa estava consciente.

-O pai está a caminho. – contou Kalyne com um enorme sorriso

Alyssa engasgou-se com o pedaço de pizza que mastigava. Ela tossiu. Como assim o ‘pai estava de volta’?

E para aumentar a sua indignação alguém bateu na porta. Não! Ela não estava preparada para rever Kol depois de cinco anos. E talvez ela nunca estivesse.

-Ele chegou! – exclamou Kalyne levantando-se rapidamente

Eufórica, ela correu até a porta – descalça – e abriu.

Em segundos, ela abraçou as pernas de Kol.

Alyssa logo veio atrás de Kalyne, olhando magoada para Kol.

Kalyne sorriu ainda abraçando o mais velho. Kol parecia estático. Talvez por não esperar que Kalyne o reconhecesse ao ponto de abraçar. Ou talvez por parecer irreal ver Alyssa diante dele. Ou, ainda, talvez, por não saber o quer dizer. Seja qual for o motivo, ele estava estático.

-Vês mãe, eu disse que o pai ia voltar! – Kalyne separou-se de Kol com um sorriso orgulhoso e convencido

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