Kol, ainda no corpo de Kaleb Westphall, sorriu para Alyssa, antes de prosseguir o seu percurso.
Desde que se conheceram no parque, ambos estavam próximos. Bastante próximos.
Próximos demais para o gosto de Davina.
-Kol, eu sei que tens que ser amigo dela para receberes a ajuda necessária. Mas não achas que é aproximação a mais? - Davina questionou de braços cruzados
-Davina, querida, ter ciúmes do que não te pertence é como lutar pelo teu inimigo. É estúpido. - zombou o Mikaelson e o rosto da bruxa ferveu de raiva
-Estou farta que me uses, não sou tua propriedade. Mereço respeito. E exijo que respeites as minhas opiniões e vontades. - ela contestou irritada pelo descaso do Mikaelson
Mas só obteve a risada carregada por escárnio da parte do homem.
-Tu estás aqui porque queres. Ninguém te obrigou a nada. Agora se foste idiota o suficiente para te apaixonares, e ainda mais idiota até o ponto de pensares que esse sentimento é recíproco, não posso fazer nada. - deu de ombros despreocupado, sem se importar com a crueldade em suas palavras
Davina jurou ouvir o som de seu coração se fragmentar em pedaços. Aquelas palavras foram cruéis. Doeu mais do que a sua morte para completar o ciclo da colheita. Ela mal conseguia respirar.
-Tu vais arrepender-te por me trocares por ela! - ameaçou Davina virando as costas
Ela sentia-se traída. Parecia que tudo o que acreditava tinha desmoronado. Mas ela se reergueria. Se vingaria. E no final, Kol viria atrás dela, para qua ambos pudessem ter um final feliz na sua história.
Ou pelo menos, ela acreditava que uma parte de Kol, a amava. Uma ilusão criada por seus sentimentos e desejos doentios. Ela tinha um amor doentio. Era obcecada por ele.
Alyssa olhou aborrecida para Karen, levando a colher de cereais a boca. Era domingo, e Karen andava de um lado para o outro, a procura de suas coisas, desesperadamente. Por mais organizada que Karen fosse, ela era atrasada.
-Ajuda-me a encontrar as chaves. - pediu a loira, tropeçando nos próprios saltos, quase caindo.
-Karen, tens que parar de ser tão despassarada. - repreendeu Alyssa, provocativa, sem menção alguma de se levantar
Muito pelo contrário, aconchegou-se ainda mais no conforto e maciez do sofá branco.
-Tu és tão despassarada quanto eu. - argumentou quase correndo em seus saltos
A morena revirou os olhos. Ela odiava o facto de ter sido acordada com barulhos aleatórios. O barulho d'água na casa de banho, de portas a serem abertas e fechadas, coisas a caírem, chamadas telefónicas, e agora os saltos altos da amiga.
-Ao menos sei sempre onde estão as minhas chaves de casa.
-Encontrei! - exclamou ofegante, erguendo a chave - Não graças a ti, obviamente.
Alyssa ignorou, levando mais uma colher a boca, enquanto olhava o ecrã do telemóvel.
Sem ocupações, poderia passear com a filha. Parecia um bom plano.
-Espera, - Alyssa bufou ao ouvir o tom de voz de Karen, sabendo que faltava algo - onde está o meu telemóvel?
-Encima do balcão da cozinha. Além disso, estás meia hora atrasada.
Era inacreditável a capacidade de Karen se atrasar. Acordava uma hora mais cedo do que deveria, mas chegava sempre atrasada. Para Alyssa era algo irritante.
Claro que ela também não era a pessoa mais pontual, mas o seu caso era diferente: ela fazia de propósito. Preferia chegar atrasada do que com antecedência do evento. Claro que seu atraso proposital não se aplicava a todos os eventos e situações. Mas sempre que podia, o fazia.
-Tchau, beijos. E não faças o que eu não faria! - Karen gritou fechando a porta com um pouco mais de força do que previa usar
-Tu literalmente farias qualquer coisa que tivesse ao teu alcance! - Alyssa gritou de volta, mesmo tendo consciência que provavelmente não fora ouvida
Segundos depois, bateram na porta. Ela bufou, aceitando fielmente que a amiga tivesse esquecido definitivamente as chaves de casa. Preguiçosamente, levantou-se do sofá - aconchegante, mais do que sua cama.
Ao abrir a porta, tamanha foi sua confusão, ao não ver ninguém. Olhou para o tapete de entrada, vendo uma carta. Revirou os olhos sabendo do que se tratava - um convite de um dos amantes de Karen. Ou pelo menos, ela achava.
Bisbilhoteira, como sempre, ela abriu cuidadosamente o envelope, para não o danificar. Pousou o mesmo no balcão que dividia a sala e a cozinha, e pegou no cartão. Eram dois convites. Para um concerto. Ela sorriu, a muito que não ia a um concerto. Talvez pudesse persuadir Karen a lhe levar no concerto. Ou chantagear, caso fosse desesperador.
Seus planos foram descartados ao virar o envelope, e ver o seu nome. Não era para Karen; Era para ela.
Dois bilhetes para um concerto. Parecia entusiasmante, principalmente porque fazia tempos que não ia a um concerto. Desde que se descobrira grávida, Alyssa teve que desenvolver um senso de responsabilidade.
Senso de responsabilidade que ela nunca teve. Ela se lembrava da época em que roubava bebidas de lojas, baldava as aulas. Participava em festas quase todas as noites, maioria das vezes, fugia de casa para tal.
Parecia coisas distantes. Mas ela não se arrependia de ter tido Kalyne. Se arrependera de várias coisas em seus 20 anos de vida, mas Kalyne não fazia parte. Sua filha era um presente. Uma iluminação. Mudou o rumo de sua vida para melhor. Lhe transformara. Ela já não era a adolescente superficial e imatura que um dia fora.
Se dedicou ainda mais no seu lado profissional. Queria orgulhar a filha.
-Mama. - Kalyne correu até a mãe, quase tropeçando.
-Olha só quem acordou. - pegou na filha ao colo, beijando todo o seu rosto, se deliciando com as risadas da mesma
Os bilhetes agora esquecidos no balcão. Aliás, ela nem sabia de quem eram. Não importava, ela ficaria com a filha. E ainda bem que tomara a decisão de não ir ao concerto, porque era uma armadilha de Davina que queria revelar o plano de Kol e depois matar a Davillier. A Claire teria que arranjar outro plano, porque aquela armadilha foi frustrada.
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05 | Make it Home
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