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Alyssa levou a mão à cicatriz no seu quadril e grunhiu. Fazia uma semana desde a morte de sua mãe e a cicatriz parecia arder cada vez mais. Como se matasse de dentro para fora.

A morena baixou a blusa que vestia e foi até a sala. Imediatamente serviu-se de uma quantidade generosa de cereais e acompanhou — focada — a interação entre Kalyne e Kol. O mesmo estava a ensina-la alguns feitiços inocentes – que de inocentes não tinham muita coisa.

-Isso. – Kol abraçou a filha quando a mesma teletransportou a faca para a sua mão

Kalyne sorriu animada antes de olhar para a mãe.

-Viste mãe! – exclamou

-Sim, meu amor, eu vi. – Alyssa sorriu com orgulho

Sua filha era especial, em todos os sentidos da palavra. Ela tinha bastante orgulho de a ter. E sempre que pudesse, enalteceria a mesma.

-Pai, o que significam luzes azuis? – perguntou de repente com uma careta

—Que luzes azuis? – Alyssa pousou a taça de cereais e encaminhou-se preocupada até a filha – O que estás a ver?

-Luzes azuis…vozes…- contou e depois houve silêncio

Kol e Alyssa entreolharam-se. Kalyne estava em transe. Kol tocou no ombro da mesma que começou a chorar e a casa começou a tremer.

-Kalyne…- Alyssa sacudiu apavorada com a possível visão da filha

Kol abraçou Kalyne e a mesma parou de gritar, como se finalmente tivesse saído do transe e começou a chorar.

-Está tudo bem. – acalmou o Mikaelson

-A mãe vai morrer. Eu não quero que ela morra! – intensificou o choro

Kol apertou a mandíbula. Como assim Alyssa iria morrer? Alyssa sentiu-se por esconder sua cicatriz. Kol por outro lado, não deixaria ela morrer. Era uma promessa. Então o Mikaelson puxou a Davillier mais velha para o abraço.

Ele cumpriria a sua promessa, nem que tivesse que passar por cima do seu próprio sangue ou matar o próprio diabo – que ele apostava ser Klaus.































Ela está a dormir. — garantiu Alyssa quando saiu do quarto da filha

A Davillier passou a mau pelos fios de cabelo e suspirou. Seu quadril ardia, mas ela fazia o impossível para reprimir a careta de dor.

—Eu falei com a Freya, ela disse que a Hope também está a ter visões com luzes azuis. — contou Kol — Tudo indica que é a manifestação do espírito de uma bruxa poderosa.

—E essa bruxa seria…— ergueu as sobrancelhas

Hollow! — ele completou

—Talvez…— ela pensou virando-se

Kol semicerrou os olhos. Ele conhecia-a o suficiente para saber que ela tramava algo. Algo que provavelmente correria mal — por outras palavras, na quase morte dela.

Como quando ela o devolveu em seu corpo sem importar-se com as consequências. Ela simplesmente o fez…por ele.

Alyssa entrou no seu quarto e logo Kol passou com um raio e apareceu em sua frente.

—O que pensas que vais fazer? — ele ergueu a sobrancelha com um sorriso insolente

Kol não era nenhum santo. E lembrar da forma impulsiva que Alyssa agia de certa forma era excitante, apesar de tudo.

—Nada que seja da tua conta! — respondeu rude

Kol negou com a cabeça, um sorriso atrevido pintando seus lábios. Ele então encarou os lábios dela e soprou levemente, vendo-a arrepiar.

—Resposta errada. — ele então beijou o pescoço dela

Alyssa enrijeceu, a respiração entalada na garganta. Kol estava a persuadindo. Ela até tentou o afastar, pondo a mão no peito dele, mas o Mikaelson sugou a pele sensível do pescoço dela. Contra gosto, suspirou.

Cretino, pensou quando ouviu a risada abafada de Kol em seu pescoço.

A Davillier novamente o tentou empurrar, mas Kol nem se moveu. Ele era muito mais forte, fisicamente.

A mão dele desceu levemente para o quadril dela e apertou. Mas ao invés de um gemido de prazer, veio um gemido de dor. Kol afastou-se desconfiado.

—O que aconteceu ao teu quadril? — questionou desconfiado

—Nada! Sai do meu quarto! – expulsou atirando uma das almoço em direção dele

Kol pegou a almofada e atirou para a cama, e em velocidade vampírica deitou Alyssa na cama, ficando por cima dela. Alyssa prendeu a respiração, Kol era muito intrometido.

Kol então levantou a blusa que usava vendo a cicatriz. Ele a olhou com raiva.

—Tu estás com a porcaria de uma cicatriz da morte e não dizes nada?! — rugiu

—Não é importante. A Kalyne…

—Não é importante? — repetiu seco — Quando será então? Quando a Kalyne tornar-se órfã de mãe?!

Alyssa calou-se. Ela não havia pensado nessa parte. Estava a agir impulso, em momento algum parou para pensar na situação como um todo.

—Caramba, ela acabou de prever a tua morte! — Kol ralhou

—Eu…

—Precisamos de uma bruxa Claire. São as únicas que conseguem quebrar esses feitiços. — Kol saiu de cima dela, visivelmente chateado

—Nem penses que vou recorrer a Davina! – ela sentou-se num pulo, fazendo uma careta por conta da cicatriz.

—Nem podes, ela está morta…— o telemóvel de Kol tocou

Ele bufou afastando-se dela.

—Rebekah, estou ocupado! — reclamou assim que entendeu

Seu olhar duro sobre Alyssa.

—Então trata de ficar desocupado, porque temos um problema. — Rebekah disse afiada

—Temos? — zombou

—Sim, a Davina voltou dos mortos a perguntar sobre ti.

Kol franziu o cenho e praguejou. Como se não bastasse…mais um problema caiu-lhe no colo como cai a chuva.

—Já vamos. — desligou o telemóvel

—Onde vais? — Kol sorriu ao ouvir certo desapontamento na voz dela

—Nós vamos tratar dessa cicatriz. — ele exaltou o ‘nós’.

—Eu odeio-te. — ela disse irritada e Kol teve certeza que ela cedera e confiaria nele

Ele não poderia desperdiçar aquela chances. Porque se desse errado, ela morria.

05 | Make it Home Onde histórias criam vida. Descubra agora