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Kol achava desnecessário fazer uma enorme festa. Claro que era seu casamento, novamente, com Alyssa, mas achava desnecessário. Mas Rebekah era bastante persuasiva. E a Original fazia questão de usar Klaus como desculpa.

O nosso irmão vai morrer, vai fazer algo nobre, deixa-o ao menos assistir o irmão mais novo casar de forma decente. — eram as palavras de Rebekah

Kol estava a ponto de incorporar Klaus e ameaçar a irmã com as adagas para ver se a mesma calava-se com isso.

Ele passou as mãos pela roupa. Era engraçado que Rebekah também queria incorporar o espírito do primeiro casamento, só que de forma mais extravagante. Mais Rebekah Mikaelson. Então seria ainda Kalyne a realizar a cerimônia, a casa-los como da primeira vez. Karen e Leonard seriam os padrinhos.

—Eu vou ser sincero, não esperava em momento algum, em todos os meus séculos de vida, que alguma vez irias-te casar. — Klaus confessou quando entrou no quarto em que Kol estava

Ele tinha que falar com Kol. Por mais desavenças que tivessem e rancores, e até desejado morte um ao outro — várias vezes —, eram irmãos. E mesmo não demonstrando, amavam-se. Klaus tinha que despedir-se, fazer as pazes.

—Eu também não. Mas casaria-me sempre que pudesse com Alyssa. — sorriu endireitando a gravata

Estendeu-se um silêncio pelo cômodo. Ambos refletiam sobre suas vidas.

—Obrigada por sacrificares-te por nossas filhas. — Kol viu-se obrigado a mostrar sua gratidão

Klaus pareceu surpreso. Em momento algum esperava que seu irmão mais novo engolisse o orgulho para o agradecer. Mas sorriu ao invés de debochar de Kol.

—Eu já devia ter feito bem antes. — disse pondo as mãos nos bolsos — Mas estava demasiado preso a Hope e até à Lavínia. E também...e também ao medo. Queria estar presente para Hope.

Klaus suspirou. Mas deu um sorriso. Ele estava feliz no final. Seus irmãos estavam bem. Freya tinha Keelin e queria construir uma família ao lado dela e de Vincent. Rebekah tinha a filha que tanto desejou, o seu grande amor épico pelo qual sonhara desde pequena. Kol finalmente tinha o amor incondicional de alguém, que mesmo sem saber, tanto queria. Hope não estava sozinha, tinha Kalyne e Eva ao seu lado. Ele podia partir em paz.

Os dois irmãos então abraçaram-se. Aquele provavelmente seria o último abraço que dariam, já que Klaus partiria.

Mesmo que nunca admitisse, Kol aproveitou aquele abraço. Quando separam-se, os dois tiveram que ir, o casamento seria iniciado.

Hope sentiu-se bastante honrada ao ser a menina das alianças ao lado de Eva. Era engraçado ver Kalyne no lugar de padre, a consagrar o casamento dos próprios pais. Havia visão mais hilária? Hope duvidava que não.

Kol esperava no altar improvisado feito no jardim. Estavam na casa em que Hayley e Hope viviam enquanto os Mikaelson estavam separados.

Quem levaria Alyssa ao altar seria ninguém mais que Rebekah. A loira estava imensamente feliz por assistir a reprodução do casamento de seu irmão. Alyssa desconfiava que a Mikaelson estava mais emocionada do que ela, que casaria-se pela segunda vez.

—Nem acredito que o Kol vai se casar. — limpou as lágrimas de emoção e ofereceu o seu melhor sorriso a Davillier

—Mãe, se continuares a chorar vais causar uma inundação. — disse Eva com um sorriso

Rebekah riu passando as mãos pelos ombros da filha.

—Ele é muito sortudo de ter-te ao seu lado. — concluiu Rebekah beijando a testa de Alyssa que sorriu

Ambas já se haviam encontrado várias vezes e eram muito amigas — como Kol previra há anos atrás (bem quando Alyssa ainda era uma bruxa e começaram o relacionamento, Kalyne uma criança de dois anos ainda).

—Apesar dele ser uma grande idiota, eu o amo. Ele é o homem errado para mim. — Alyssa sorriu entrelaçando o braço no da Rebekah

Rebekah sorriu. Alyssa realmente não era o tipo de mulher que procuraria o homem certo. Ela era errada. Precisava de um homem errado para fazer um relacionamento certo juntos. Porque ninguém era perfeito.

Rebekah então levou Alyssa para o altar e logo sentou-se ao lado de Karen, Leonard e Jasmin, sua melhor amiga.

Kalyne sorriu para os pais. Sentia-se mais orgulhosa que nunca de ter sido um cupido — de forma indireta.

No final, eles sempre ficaram juntos. Mas ainda seria Alyssa e Kol, com suas discussões e provocações infantis. Mas ao menos era um relacionamento em que ambos investiam igualmente para realmente funcionar.
































Antes de Klaus partir — e eventualmente Elijah —, todos contaram os seus planos para um futuro próximo. Freya estabilizaria-se em Nova Orleães com Keelin e Vincent e os três teriam um filho.

Kol e Alyssa iriam a sua lua de mel, e posteriormente adotar uma criança também, e Kalyne tinha muitos planos do que ensinar ao irmão ou irmã — se entendem os planos dela.

Kalyne iria para o Instituto Salvatore — finalmente — estudando com Hope. As duas estavam bem. Partilharam um momento importante de suas vidas. Kalyne matou alguém pela primeira vez e Hope ativara a maldição.

Olhando para trás, era engraçado. Para Kol, ele estava infeliz porque estava preso a um corpo que não lhe pertencia: de Kaleb Westphall.

Não se importou com o fato de ter manipulado uma bruxa de apenas 16 anos, tola demais para confiar seu coração a um Mikaelson.

E mesmo quando conseguiu voltar para o seu verdadeiro corpo, ele não estava feliz. Aquele corpo era sua casa, não seu lar. Kol então, pela primeira vez em séculos aprendeu a distinguir casa de lar. Parecem ter o mesmo significado, afinal somos ensinados que sinônimos são palavras que têm o mesmo significado. E teoricamente, casa e lar são a mesma coisa. Apesar de terem o mesmo significado, Kol aprendera que ambos têm conceitos distantes.

Casalocal de habitação; construção destinada à habitação.

Seu corpo era realmente sua casa. Isso era um facto. Sua alma habitava em seu corpo. A sua essência habitava em seu corpo. Seu corpo foi construído — metaforicamente — para alojar sua alma.

Mas não era seu lar, como pensou quando ainda era Kaleb Westphall. O conceito de lar era mais profundo.

Larconstrução de princípios e valores; habitação de uma família;

E por último, lar é uma habitação preenchida por sentimentos, essências, valores, sensações, energia e memórias.

Em seu corpo, ele era só ele. Mas ao viver ao lado de Alyssa e Kalyne, Kol construiu um lar. Ele, olhando para as paredes podia ter vislumbres de várias memórias e ser preenchido por muitos sentimentos e sensações. E ele não era nem um pouco nostálgico.

Ele precisou quase perder a única mulher que amara e o correspondera incondicionalmente para entender os conceitos de casa e lar.

Irónico que ele teve que passar por situações desconectadas ao ensinamento que obteve. Provavelmente um dicionário ou até uma pesquisa na internet seria uma forma rápida e simples de aprender sobre as duas palavras. Mas o universo adorava rir da cara das pessoas, e Kol Mikaelson não era exceção.

Ele arrependia-se de algumas coisas: como ter mentido e usado Alyssa, e principalmente ter partido o coração dela.

Mas outras ele nunca se arrependeria: como amar Alyssa e Kalyne. Ou ter usado Davina. No final a Claire contribuiu na união dos dois.

Ele havia encontrado seu lar. Alyssa e Kalyne eram o seu lar.



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Fim da terceira parte

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