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-O que pensas que estás a fazer? - Kol uniu as sobrancelhas em desaprovação

Alyssa acabou de desenhar o pentagrama com sal no chão e pegou no frasco.

-Só precisamos de sangue de qualquer um dos teus irmãos. Irei trazer o teu corpo de volta e irás renascer nele. - explicou Alyssa

-Não precisas fazer isto. - contrariou

O plano não era esse? Convence-la a traze-lo de volta ao seu verdadeiro corpo? Mas ela estava a ajudá-lo de livre e espontânea vontade.

-Tu não te sentes tu próprio nesse corpo. E pobre Kaleb, estar preso no próprio subconsciente não deve ser agradável. - ela não se deu ao trabalho de parar o que fazia - Além disso, somos amigos.

Amigos...a palavra soou esquisita para ambos. Mas ninguém comentou.

Kol então pegou num frasco médio com uma sangue.

Ele conhecia perfeitamente aquele feitiço. Era necessário bastante magia, principalmente por interferir na vida e na morte de alguém.

Alyssa despachou as cinzas do corpo de Kol no pentagrama e pegou no frasco e derramou o sangue.

-Não precisas fazer isso. - ele repetiu

-Cala-te e deixa-me fazer o maldito feitiço. - rosnou impaciente

Fechou os olhos e começou a recitar o feitiço. Seus cabelos esvoaçaram e o vento levantou

As velas ao redor deles apagaram, e o corpo ressurgia.

Foram longos minutos, e Alyssa sentiu-se fraca, mas ela estava empenhada.

Alyssa Davillier era conhecida pela sua enorme teimosia. Nunca desistia do que queria com facilidade.

A bruxa parou o feitiço, e pestanejou, tentando se manter consciente. Levou o dedo indicador e médio ao nariz, tocando o fluído quente e vermelho.

-Estou aqui, darling. - Kol abraçou o corpo dela, vendo desmaiar
































Alyssa vestiu o seu casaco. Ao seu lado, estava Kol - já em seu verdadeiro corpo - com Kalyne em seus braços.

Os dois estavam no supermercado. Quando uma jovem mulher ruiva, sorriu para Kol.

-Sou a Lyra. É um prazer conhecer-te. - piscou o olhos provocativo e Alyssa bufou revirando os olhos

Como se entendesse o que se passava, Kalyne parou de contar coisas desconectadas no ouvido de Kol, e olhou com uma careta, para a jovem ruiva.

-Lyra, nós estamos de passagem, então...- Alyssa fez um gesto com as mãos, sinalizando para ela sair da frente

-Não falei contigo. - a jovem rebateu ruiva

Ela não iria levar esse desaforo. Não iria!

-Desculpa, amor, eu não falo a língua de gente atirada. - rebateu Alyssa

-Como é? - perguntou a desconhecida irritada

-Papa, quelo bombom. - Kalyne disse em alto e bom som

Parecia ter dito de propósito. Porque a expressão da ruiva mudou para desapontada.

-É tua filha? - perguntou

-Sim, é minha filha. - Alyssa destacou sendo fuzilada pela ruiva

Lyra bufou e foi embora.

-Não gostei dela. - murmurou Alyssa irritada

-Isso, chama-se ciúmes. - assobiou Kol, que se mantivera calado

-Não é ciúmes. Até a Kalyne não gostou dela. - disfarçou Alyssa pegando numa caixa de cereais

Ela adorava comer cereais. Desde pequena. E se dependesse dela, Kalyne também gostaria.

-Mas a Kalyne é espertinha. Fez questão de chamar-me de pai. - Kol fez cócegas na bebé que gargalhou - Ela ama-me.

Alyssa revirou os olhos. Agora é que não aguentaria Kol com o seu ego inflamado por ter sido chamado de pai.

-Vamos embora. - disse a Davillier mal humorada































Kalyne estava sentada a ver televisão, com a boquinha aberta. Em total admiração. Kol estava encostado na parede, a ver Alyssa limpar a cozinha. Ela ouvia música.

Duas mãos rodearam sua cintura, e foi girada por Kol. Os rostos estavam próximos.

E então, começou a tocar I Feel It Coming do The Weeknd.

-Dança comigo. - ele disse, não era um pedido, mas também não era uma ordem

No entanto, os dois começaram a dançar. Era engraçado, eles dançarem no meio da cozinha. Uma música que os fazia refletir sobre a situação.

Tell me what you really like
Baby, I can take my time
We don't ever have to fight
Just take it step-by-step
I can see it in your eyes
'Cause they never tell me lies
I can feel that body shake
And the heat between your legs

(Me diga do que você realmente gosta
Querida, eu posso levar o tempo que precisar
Nós não precisamos brigar
Vamos dar um passo de cada vez
Eu posso ver em seus olhos
Porque eles nunca mentem pra mim
Eu posso sentir o seu corpo tremer
E o calor entre suas pernas)

Alyssa começou a cantarolar a música, com a cabeça no peito dele. Eles estavam numa bolha só deles.

You've been scared of love and what it did to you
You don't have to run, I know what you've been through
Just a simple touch and it can set you free
We don't have to rush when you're alone with me

(Você tem medo do amor e do que ele te causou
Você não precisa fugir, eu sei o que você passou
Apenas um toque e eu posso te libertar
Não precisamos ir rápido quando você estiver sozinha comigo)

Eles se olharam intensamente. E então, Alyssa deixou-se levar pelos seus impulsos e o beijou, ao som do refrão.

I feel it coming
I feel it coming, babe
I feel it coming
I feel it coming, babe

(Eu sinto isso chegando
Eu sinto isso chegando, querida
Eu sinto isso chegando
Eu sinto isso chegando, querida)

Podia não ser amor, mas era sim um fogo com tendência a aumentar. E no fundo dos seus âmagos, ambos adoraram a sensação de ter os lábios um do outro. Foi bem diferente do primeiro beijo. Foi muito melhor.

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