(XII). Como nos velhos tempos

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"Quando as pessoas estão sozinhas, elas podem fazer coisas que irão se arrepender depois"  — Stephen King

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"Quando as pessoas estão sozinhas, elas podem fazer coisas que irão se arrepender depois"  — Stephen King

Diário de Jennie Kim  (Fevereiro de 1984)

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Lalisa entrou em casa carregando Rosé, que estava deplorável, no mínimo. Não sei se ela continuava com os mesmo hábitos de quando morava aqui (que consistia em ficar loucona o maior parte do tempo) ou se estava pegando leve, agora que cresceu e percebeu que se não parasse de fazer isso morreria antes dos 25. Ela estava vestida com a mesma roupa que vi ontem, no Divine, e muito provavelmente a pessoa que veio encontrar em Taegon era Jisoo. Era a única pessoa possível para fazê-la largar Seul e se dispor a voltar.

Jisoo e Rosé nunca tiveram um caso, diga-se de passagem. Por muito tempo tempo achei que Jisoo fosse assexual ou algo assim, ela nunca namorou um garoto, mas também nunca se interessou por nenhuma garota, já Rosé sempre teve medo de cruzar a linha heterossexual de "estou apaixonada pela minha melhor amiga e agora?" E ficava na dela, se contentando em ver Jisoo com pouca roupa nas festas do pijama.

Eu e Irene tínhamos uma piada sobre isso: "beijar Jisoo é demais, mas bater uma pensando nela é de boa" o que deixava Rosé encabulada. Mas cá estamos nós, crescidas, talvez elas tivessem acabado com toda essa vergonha adolescente em algum momento e, se fosse esse o motivo da vinda de Rosé a Taegon, seria pertinente. Porém, ela estava chapada demais para responder qualquer indagação minha.

— O que aconteceu com ela? — Lalisa perguntou, enquanto Jisoo tirava todas as almofadas do sofá para deitar Rosé.

— TSM — Jisoo se limitou a dizer, não me olhando nos olhos. — Ingeriu mais do que deveria.

— O que é isso? — Lalisa perguntou de novo.

Jisoo parou o que fazia e a olhou como se Lalisa fosse um enfeite, um brinquedinho que achei na rua e o trouxe para colocar na estante.

— Eu sou amiga da Rosé, de Seul, prazer. — Ela estendeu a mão para Jisoo apertar, Jisoo não apertou. — E você...?

— Encontrei Rosé perdida ontem, no Divine — Jisoo respondeu.

Maneei a cabeça, incrédula. Nós duas sabíamos que a relação delas era muito mais que isso, mas se Jisoo não queria dizer nada, não era eu que iria dizer. Lalisa se aproximou de Rosé mais uma vez, agora deitada no sofá, e analisou o semblante desacordado da amiga. De repente, começou a dar tapinhas no rosto de Rosé, que esboçou um sorriso débil.

— Rosie, Rosie... — Lalisa segurou um riso. — Meu deus, Jennie, isso deve ser forte mesmo... Teve uma vez, quando conheci Rosé, que ela me levou em uma festa perto da faculdade e literalmente ficou de ponta cabeça, bebendo todo o líquido do barril. Ela entrou coma alcoólico, 3 dias internada. Nem nesse dia parecia tão avoada assim... onde vocês conseguiram essa droga? Tem mais? — Lalisa olhou para nós, esperançosa.

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