Capítulo Treze

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Pietro Martins Reed:

Seis meses se passaram...

Enquanto estávamos todos na sala de espera do hospital, meu olhar vagava até a revista que Layne estava lendo, mas minha mente estava longe dali. Giovanni estava prestes a se tornar pai, e a ansiedade preenchia o ar como uma névoa densa. Ele ainda não tinha revelado o nome que escolheu para a filha, mantendo-nos todos no suspense, como se o segredo fosse um amuleto que o protegesse nesse momento tão importante.

Durante esse tempo, conseguimos finalizar nosso projeto para Matilde, e o resultado superou todas as expectativas. O cenário que criamos era tão deslumbrante que despertaria a inveja de qualquer um. Matilde, que inicialmente era apenas uma cliente, acabou se tornando uma amiga próxima, tanto para mim quanto para Giovanni. Nossas conversas variavam de assuntos triviais a confidências sobre a teimosia encantadora de sua mãe. Era como se, em meio ao caos de nossas vidas, tivéssemos encontrado uma ilha de normalidade onde podíamos respirar.

Peguei meu celular e dei uma olhada na hora. Queria que o tempo passasse mais rápido, mas, ao mesmo tempo, temia o que estava por vir. De repente, uma enxurrada de notificações da faculdade apareceu na tela, uma invasão indesejada em meu momento de espera. Algo dentro de mim me disse para ignorar, mas a curiosidade venceu, e abri a aba de mensagens.

O que vi fez meu coração dar um salto. Nicolo, o ex-namorado de Giovanni, estava na frente do hospital, segurando buquês de flores e uma pequena caixa que, à distância, parecia conter anéis. A imagem estava gravada na tela, mas foi o detalhe do anel que capturou minha atenção. Soltei um suspiro longo, sentindo a frustração e o desalento me envolverem. Nicolo estava ali, querendo provar para o mundo que seu amor por Giovanni era real, que seus sentimentos não tinham sido uma mentira, mesmo que, ao fazer isso, ele estivesse se expondo ao ridículo.

Passei o dedo pela tela, e meu olhar desceu para os comentários abaixo da foto. O que vi me fez apertar os lábios com amargura. Nicolo estava sendo brutalmente criticado, seus esforços de reconciliação vistos como patéticos por quase todos. A página da faculdade, conhecida por moderar comentários de forma rígida, parecia ter relaxado suas regras, permitindo que insultos e humilhações se acumulassem como pedras em uma fogueira.

Senti um peso no peito, um misto de pena e desespero por Nicolo, que, apesar de tudo, não desistia de mostrar ao mundo – e talvez a si mesmo – que seu amor por Giovanni era mais forte que o orgulho e a dor.

Soltei o telefone, sentindo o peso das emoções que se acumulavam em meu peito. Meu fôlego estava preso, cada respiração um esforço consciente para não deixar a ansiedade tomar conta. Ergui a mão para a testa, tentando acalmar a tempestade de pensamentos que rodopiavam na minha mente. Precisava de ar, de um espaço onde pudesse escapar dessa sufocante atmosfera de incertezas e expectativas.

Hugo e Fred, que estavam abraçados e conversando baixinho, pararam e me olharam enquanto eu me levantava. A preocupação em seus olhos era palpável, mas eu não podia lidar com isso agora. Tudo o que queria era fugir, encontrar um lugar onde pudesse respirar sem que ninguém percebesse a turbulência dentro de mim. Caminhei apressadamente até o corredor do hospital, que estava deserto, na esperança de encontrar um pouco de paz.

Minha mente estava tão distante, perdida em um turbilhão de pensamentos, que não percebi a pessoa à minha frente até que esbarrei nela. O choque foi como um despertar abrupto, me fazendo dar um passo para trás.

— Desculpa, eu... não te vi — murmurei, ainda atordoado, enquanto levava a mão à testa em um gesto automático de dor e constrangimento.

Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, senti uma mão tocar suavemente minha testa, como se quisesse aliviar o impacto.

Meus Príncipes Encantados (MPreg) | Spin-off Do Livro Memórias Do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora