Capítulo Quinze

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Pietro Martins Reed:

Manuel permaneceu ao meu lado, sentado, suas mãos firmes e ao mesmo tempo gentis enquanto massageava minha perna dolorida. Cada toque era cuidadoso, quase reverente, como se ele quisesse apagar não só a dor física, mas também a emocional que estava impregnada em mim.

— Pietro, ainda dói muito? — ele perguntou, a preocupação evidente em sua voz. — Vamos sair daqui e ir para a casa dos seus pais, onde você pode descansar. O que acha?

Assenti levemente, tentando forçar um sorriso para tranquilizá-lo.

— Está tudo bem... — murmurei. — Foi só um esbarrão. O médico disse que preciso apenas tomar os analgésicos. Vou ficar bem se descansar aqui por um tempo.

Manuel não parecia convencido, mas não discutiu. Ele se levantou e pegou um copo d'água, me entregando-o com cuidado, como se fosse um gesto íntimo entre nós. Havia algo na maneira como ele me olhava que fazia meu coração bater mais rápido, uma mistura de preocupação e algo mais profundo, que eu não conseguia definir completamente.

— Layne, pode ficar com o Pietro um momento? Eu preciso resolver algo — ele disse a minha amiga, que se aproximou rapidamente após ele chamá-la.

Ela assentiu, olhando para mim com uma expressão de preocupação. Mas antes que Manuel pudesse se afastar, instintivamente, segurei sua mão. A sensação do toque dele era um ancoradouro, algo que eu não estava pronto para deixar ir.

— Onde você está indo? — perguntei, minha voz carregada de preocupação.

Manuel se ajoelhou ao meu lado, erguendo a cabeça para me olhar nos olhos, e sorriu de um jeito que fez meu peito apertar.

— Quantas vezes devo repetir que estarei sempre ao lado do meu amigo? Você é muito especial para mim, Pietro, e eu sempre vou cuidar de você. — A doçura em sua voz era quase palpável, envolvente, como um abraço reconfortante.

Senti uma onda de emoção tomar conta de mim, e minha voz saiu quase num sussurro, carregada de preocupação. — Manuel, por favor, não faça nada estúpido...

Ele apertou minha mão com mais firmeza, sua expressão se tornando séria, mas ainda assim cheia de uma determinação que só ele possuía.

— Não se preocupe, Pietro. Eu não tenho medo, e você também não precisa ter. Vou te proteger e proteger seus pais, de qualquer coisa que possa nos machucar. Não vou deixar que um garoto idiota, que diz estar apaixonado por você, mas que não faz nada para mostrar isso, continue perturbando sua paz. — Ele inclinou-se um pouco mais e, com uma suavidade que fez meu coração disparar, beijou minha mão. — Eu sempre vou querer o seu bem, Pietro, e nada vai mudar isso.

O toque dos lábios dele na minha pele enviou uma onda de calor por todo o meu corpo. Senti um arrepio, uma mistura de emoções que iam da segurança àquela química inegável entre nós. Ele era meu porto seguro, e naquele momento, percebi o quanto ele significava para mim. Manuel não era apenas um amigo; ele era alguém que faria qualquer coisa por mim, e a profundidade desse sentimento me atingiu com uma força que eu não estava preparado para enfrentar.

Olhei para o lado esquerdo, percebendo Layne observando a situação com curiosidade e preocupação. Apertei as mãos de Manuel, desesperado para que ele não fosse teimoso. Meu coração batia rápido, a ansiedade crescendo à medida que imaginava o que poderia acontecer se ele fosse atrás de Trevor. O jeito como os dois se olharam, cheios de raiva, ainda estava fresco na minha memória, e o medo de que algo acontecesse com Manuel me sufocava.

Ele se afastou lentamente, indo em direção ao corredor onde tudo havia começado, e Layne se sentou ao meu lado com uma delicadeza que me reconfortou um pouco.

Meus Príncipes Encantados (MPreg) | Spin-off Do Livro Memórias Do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora