Capítulo Dezessete

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Manuel Ferrari:

Me virei para ele e agarrei seu braço com força, forçando-o a me encarar.

— Você está tratando o Pietro como se fosse um objeto? Acha que ele é alguém fácil de manipular? — Minha voz estava fria, sem emoção. — E você realmente acredita que ele ainda aceitaria alguém que o machucou?

Trevor, surpreendido pela minha reação, cerrou os dentes, sua voz saindo mais tensa do que antes:

— Eu realmente sou apaixonado por ele. Eu já o machuquei muito, e sei que o perdi, mas vou fazer de tudo para reconquistá-lo. Vou provar a ele que me ama mais do que qualquer coisa.

— Reconquistar? — Minha voz carregava um tom de desdém. — É fácil falar, Trevor. Você vai esconder quem realmente é só para tentar fazer o Pietro te amar de novo? — Soltei um som de desgosto, estalando a língua. — Vamos ver quem ri por último. Porque eu sei como tratar as pessoas de verdade.

Ele me olhou, uma risada amarga escapando de seus lábios.

— Pensei que você fosse lutar comigo por causa do Pietro. Parece que você mudou muito nesses seis meses em que estive fora. — Ele zombou, o sorriso frio em seu rosto. — Vamos ver quem vai vencer.

Eu cerrei os punhos, sentindo a dor pulsar, não apenas física, mas emocional.

— Sabe o que realmente dói? — murmurei, minha voz carregada de uma amargura sombria. — Não é a dor física... é o que sinto no coração. Eu já passei por isso, e vou garantir que você também sinta essa dor.

Olhei para meu telefone e vi a mensagem de Hugo, informando que a filha de Giovanni havia nascido. Uma onda de emoções conflitantes percorreu meu corpo, mas me foquei novamente em Trevor. Seus olhos estavam cheios de raiva, e um calafrio percorreu minha espinha.

— Ok, quero ver o que você vai fazer para se livrar de mim. — Eu disse, novamente estalando a língua. — Nunca vou permitir que alguém machuque o Pietro ou o trate como se fosse um objeto. Vamos ver se você é tão forte quanto pensa.

Trevor, ignorando minhas palavras, continuou seu caminho. Ele esbarrou em um rapaz que segurava um buquê de flores em uma mão e uma caixinha na outra, quase derrubando tudo no chão. A tensão no ar era palpável, mas Trevor apenas seguiu em frente, sua determinação tão dura quanto o aço. Eu fiquei ali, observando, com uma promessa silenciosa de que essa batalha estava longe de terminar.

— Ei, cara, você esbarrou em mim e nem sequer olhou para onde estava andando! — reclamou o rapaz, levantando-se enquanto algumas pessoas ao redor riam da situação.

Trevor parou e olhou para trás, franzindo a testa. Ele ficou surpreso ao reconhecer o rosto familiar do outro, mas rapidamente se virou e começou a se afastar.

— Ei, Trevor? — o rapaz chamou, seguindo atrás dele. — Você não vai se desculpar por esbarrar em mim? Ou pelo menos desejar felicidades por Giovanni estar tendo a minha filha?

— Eu não esbarrei em você, você fez isso de propósito. — Trevor retrucou, sua voz cheia de irritação. — Estou cansado de me incomodar com as pessoas desse lugar. São todos uns merdas.

Nicolo, sem perder a compostura, acenou com a mão de forma casual:

— É chato, é chato ficar furando diretamente na ferida, né? — Nicolo disse, o tom ligeiramente provocativo. — Por que não me ligou quando voltou para a cidade? Vamos sair para comemorar nossa formatura que é em poucos dias.

Trevor se virou bruscamente, e se Nicolo estivesse mais perto, teria levado um soco na cara.

— Está louco? — Nicolo perguntou, agora confuso e irritado.

Meus Príncipes Encantados (MPreg) | Spin-off Do Livro Memórias Do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora