Capítulo Vinte e Quatro

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Pietro Martins Reed:

O momento em que meu pai, Miguel, abraçou tio Mark e Bianca foi cheio de ternura e cuidado. Eles se aproximaram lentamente, cuidando para não apertar demais a barriga crescente do meu pai, cada gesto carregado de carinho e consideração.

Tia Rosângela, saindo da cozinha com um sorriso caloroso, envolveu o filho num abraço apertado e depois fez o mesmo com a nora, seu afeto transbordando em cada gesto.

— Tio, você trouxe fotos das coisas do seu casamento? — Giulio perguntou, segurando as mãos do nosso tio com entusiasmo, seus olhos brilhando de curiosidade.

— Bianca, me conta como é Atlanta. Como é o lugar onde você trabalha? — Adele questionou, puxando Bianca gentilmente para se sentar ao seu lado no sofá. — Meus pais e a internet dizem que é bonito, mas o vovô Eduardo sempre me diz para não confiar no que a internet mostra.

— A não ser que você veja com seus próprios olhos. — Pai Miguel riu, interrompendo a conversa com sua voz suave. — Deixem seus tios descansarem um pouco, eles acabaram de chegar de viagem.

— Mas, papai, a gente só quer ouvir como é Atlanta do ponto de vista de quem mora lá, ou de quem organizou a festa de casamento. — insistiu Adele, sua voz carregada de curiosidade e expectativa, enquanto eu não pude deixar de sorrir diante da insistência deles. — Por favor, papai, só um pouquinho.

Enquanto a conversa continuava animada, eu me afastei um pouco, observando-os com um sorriso. Foi então que meu pai Alisson e Manoel entraram na sala. Alisson passou por mim e, com um gesto carinhoso, beijou minha testa antes de se aproximar de Miguel, onde imediatamente começou a acariciar a barriga do esposo, seu olhar cheio de amor e admiração.

Lembro-me de um trabalho escolar, onde perguntei aos meus pais o que significava ser pai. Ambos responderam com sorrisos largos, olhando com ternura para as fotos dos meus irmãos e algumas minhas que adornavam a parede da sala.

"Ser pai," disseram eles, "não é dar ao filho o que ele quer, mas sim o que ele necessita para encontrar seu próprio caminho. Ser pai não é apenas estar presente quando o filho precisa, mas também saber se ausentar quando ele não necessita. Ser pai não é querer o filho para si, mas saber compartilhá-lo com aqueles com quem ele prefere estar. Ser pai não é apenas apreciar os bons resultados do que o filho faz, mas também estar ao lado dele para enfrentar os maus resultados. Ser pai não é amar o filho que você deseja que ele seja, mas amá-lo por quem ele é. Ser pai não é apoiar o filho quando você quer, mas quando ele precisa. Ser pai não é moldar o filho, mas apoiá-lo em sua própria construção e reconstrução. Ser pai não é 'sufocar' o filho, mas deixá-lo saber que pode vir até você quando precisar."

Ser pai, disseram eles, é um dom. Todo filho é como um poema, uma poesia que brota do fundo da alma, refletindo a essência dos pais. Ser pai é ter a responsabilidade de cuidar, proteger, e ensinar a ver que a verdadeira realidade do mundo reside no respeito pelo próximo. E nesse dom, cada momento se torna uma canção alegre no coração, uma melodia que ressoa com a beleza da vida que se compartilha.

Voltei a mim quando senti Manoel me abraçar suavemente, seu toque gentil enquanto ele cheirava meu pescoço. Um arrepio percorreu minha espinha, e uma sensação de desconforto tomou conta de mim. Olhei para o chão, sentindo o rubor subir pelas minhas bochechas, envergonhado pela intimidade daquele gesto.

— Pietro, eu te amo muito. Você é a parte de mim que eu venho procurando há tanto tempo. — Manoel sussurrou, seu hálito quente contra minha pele, antes de inalar meu perfume novamente. Ele se afastou um pouco, mas seus olhos escureceram com uma emoção que eu não conseguia decifrar. — Sim, esse cheiro... é o melhor do mundo para mim. Um aroma único, que me faz me apaixonar ainda mais por você.

Meus Príncipes Encantados (MPreg) | Spin-off Do Livro Memórias Do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora