Capítulo Dezesseis

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Pietro Martins Reed:

Layne ficou em silêncio por um momento, absorvendo minhas palavras. O ambiente ao nosso redor parecia ter ficado mais tranquilo, como se o peso da conversa tivesse dissipado parte da tensão que antes pairava no ar. Ela suspirou, olhando para mim com aquela expressão suave que sempre me fazia sentir que tudo ficaria bem.

— Sabe, Pietro, às vezes a gente se prende tanto à ideia de que precisamos ser fortes, que esquecemos que é normal sentir medo, incerteza. Você tem passado por tanta coisa, e está tudo bem admitir que isso te afeta — ela disse, sua voz baixa e tranquilizadora. — Eu só quero que você saiba que, independentemente do que você decida fazer, estou aqui para te apoiar, seja em relação ao Manoel, ao Trevor ou a qualquer outra coisa.

Fiquei em silêncio por um momento, sentindo as palavras de Layne penetrarem nas camadas de defesa que eu tinha erguido ao longo do tempo. Ela sempre teve esse dom de me fazer refletir, de me permitir ser vulnerável sem julgamento.

— É difícil, sabe? — finalmente admiti, minha voz um pouco mais frágil do que eu gostaria. — Eu não quero perder o Manoel... Mas também tenho medo do que isso significa. E o Trevor... Ele sempre soube como mexer com a minha cabeça, como se ele soubesse exatamente onde me ferir.

Layne assentiu, compreendendo.

— O Trevor é alguém que gosta de ter controle, e quando ele sente que está perdendo isso, ele se torna perigoso, imprevisível. Mas o que importa agora é que você se mantenha fiel a si mesmo. Se o Manoel te faz bem, você deve dar a si mesmo a chance de explorar isso, sem medo.

Olhei para Layne, percebendo o quanto ela sempre foi uma fonte de força para mim. Eu estava prestes a responder quando um movimento no corredor chamou minha atenção, e meu coração deu um salto. Hugo surgiu onde estávamos, com uma expressão de felicidade radiante.

— A filha do Giovanni finalmente nasceu! — ele anunciou, seu rosto iluminado por um sorriso. Mas ao me ver, sua expressão mudou para uma de preocupação. — O que aconteceu com você?

Soltei um suspiro pesado, sentindo o cansaço da situação se acumular em meus ombros.

— É uma longa história... — respondi, tentando esboçar um sorriso para aliviar a preocupação de Hugo.

Ele se aproximou, estudando meu rosto com cuidado, como se estivesse tentando entender o que havia acontecido apenas pelos meus olhos.

— Não importa o quão longa seja, eu estou aqui para ouvir — ele disse, sua voz cheia de uma gentileza que eu sabia que era genuína. — Mas antes de qualquer coisa, vamos comemorar a chegada da filha do Giovanni. Acho que todos nós poderíamos usar um pouco de alegria agora.

Olhei para Hugo e depois para Layne, sentindo uma onda de gratidão por ter amigos que se importavam tanto comigo. A dor e o medo ainda estavam lá, mas, por um breve momento, fui capaz de deixá-los de lado e me concentrar no que realmente importava: as pessoas ao meu redor que me apoiavam e me faziam sentir que, não importa o que acontecesse, eu nunca estaria realmente sozinho.

— Vamos lá — disse Layne, sorrindo. — Acho que o Giovanni vai querer ver todos nós juntos.

Eu me levantei, ainda sentindo uma leve dor na perna, mas determinado a não deixar que isso me impedisse de aproveitar o momento. Enquanto caminhávamos juntos pelo corredor, o peso que antes parecia insuportável começou a se dissipar, e eu me permiti sentir uma centelha de esperança novamente.

Hugo nos levando até onde Giovanni estava.

Ele bateu na porta e minutos depois entramos, ele estava sentada na cama com a pequena bebê nos braços.

Meus Príncipes Encantados (MPreg) | Spin-off Do Livro Memórias Do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora