CAPÍTULO 4

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🌻

"A-alteza", respondi ao seu cumprimento enquanto nos curvávamos, minha voz saiu mais trêmula do que eu queria.

Eu não conseguia olhar em seus olhos, mas tinha visto o suficiente para saber que eles eram azuis. E que seu cabelo era em um tom de castanho claro, um pouco rebelde.

"Esse é o meu filho Josh, essa é a princesa Grace", o rei, seu pai, indicou, e ele deu um leve aceno com a cabeça.

Ele deveria ser um palmo maior que eu. E deveria ser próximo da minha idade.

Porque estou reparando tanto nos detalhes?

"É um prazer conhecê-la alteza", sua voz era firme e ao mesmo tempo um pouco suave.

Grace!

"Igualmente", respondi.

"Sejam bem vindos, sintam-se a vontade, a mesa de jantar já está posta", Helena falou me olhando, deve ter percebido algo.

"Obrigada pela recepção", o rei falou.

"Venham, devem estar cansados da viagem", mamãe disse e começaram a caminhar até a sala de jantar.

Fiz o possível para caminhar na frente e não precisar olha-los.

"Esta tudo bem?", Henry falou ao meu lado e eu assenti.

"Sim"

"Sabe que não precisa fazer isso, não é? Ainda posso tentar cancelar", sussurou.

"Tarde demais para desistir, eu vou ajudar Henry", falei decidida, e confusa ao mesmo tempo.

"Apesar de não estar muito feliz com isso, estou orgulhoso de você", sorriu.

"Aprendi com o melhor", sorri de volta e entramos na sala.

Henry se sentou em seu lugar à mesa, próprio para o rei, e Helena ao seu lado.

Fiquei ao lado de mamãe e meus sobrinhos, enquanto o rei e seu filho se sentaram a nossa frente, e meus outros irmãos sentaram-se nos outros lugares.

Não demorou muito para que os criados viessem nos servir. Eu me recusava a olhar para qualquer lugar que me permitisse o encarar.

O silêncio da mesa estava me enlouquecendo, a única coisa que se ouvia era o tilintar dos talheres nos pratos, e isso era agonizante.

Sentia até mesmo a falta das conversas animadas que meus sobrinhos iniciavam nas refeições, mas acho que os pediram para não fazer muita bagunça como eles estão acostumados a fazer.

Ao meu lado Ayla parecia tão entediada quanto eu. Ela adorava contar as histórias do que fez junto ao seu irmão. Conseguia ver isso por causa de suas pernas balançando por baixo da mesa.

Me virei para arrumar sua tiara de laço, que ela nunca percebia que estava caindo para frente de sua cabeça. E sorri ao ver que ela sorriu com meu ato.

Voltando à minha postura foi inevitável olha-lo. E parecia que ele também, pois acompanhou o meu movimento.

Abaixei meus olhos de volta ao meu prato e passei praticamente o jantar inteiro daquela maneira, mas ainda conseguia sentir seu olhar sobre mim.

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