CAPÍTULO 17

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🌻

A vista do topo era linda, realmente dava para ver uma boa parte da província dali.

As casas mais simples na entrada pareciam pequenos pontinhos coloridos, e os prédios altos pareciam brilhar quando o sol refletia neles.

Mais ao longe dava para ver o mar e um pedacinho da areia da praia, e do outro lado uma vasta extensão de árvores, algumas coloridas em meio ao todo verde. Ainda assim, Vermont era tão grande que não dava para ver tudo.

"Nossa, nunca pensei que pudesse ser tão lindo visto de cima", falei encantada me aproximando mais do vidro.

"Tudo pode ser diferente quando se é encarado por outro ângulo", Josh falou distraído, dando um sorrisinho.

"Já pensou se esse prédio desaba?"

"Você tem uns pensamentos estranhos do nada, não vai desabar", falou rindo.

"É sério, não temos como saber", falei séria mas depois acabei rindo também.

Assim como Josh disse, o topo do prédio era feito totalmente de vidro, somente o teto tinha uma cobertura.
Era como uma grande sala quadrada, nos vidros tinha uma barra para nos dar uma pequena distância e segurança, também tinha algumas cadeiras espalhadas pelo lugar, onde alguns dos visitantes estavam sentados e conversando, enquanto apreciavam a vista.

Ficamos ali por mais um tempo, depois ele me levou para ver a praia e fazer algumas compras, quando começou a entardecer, resolvemos voltar para casa.

Da mesma maneira de mais cedo, ele deu a volta no carro para abrir a porta para mim quando chegamos ao palácio. E eu sorri agradecida. Uns criados correram até nós para pegar todas as sacolas que estavam no carro e depois voltaram para o palácio.

Conversamos animadamente sobre o dia de hoje enquanto andávamos pelos corredores. Tinha sido uma tarde muito agradável.

"Amanhã vamos voltar para Mirabell", ele falou de repente.

"Sim, eu preciso resolver algumas coi...", parei de falar ao ouvir um barulho no outro corredor.

Eu achava incrível a quantidade de acontecimentos que surgiam em corredores.

Fui com Josh ver o que tinha acontecido, encontrando uma das criadas ajoelhada no chão enquanto pegava com as mãos trêmulas os pedaços quebrados do que antes era uma xícara. O café se espalhava pelo chão e o açúcar no pequeno potinho de alumínio parecia se dissolver no mesmo.

"Minha nossa, a senhorita está bem?", corri para ajuda-la, me abaixando a sua frente com cuidado.

"A-alteza, e-eu sinto muito, foi s-sem querer, não foi a m-minha intenção", disse nervosa enquanto juntava os pequenos fragmentos na travessa de alumínio.

"Ei, está tudo bem, foi só um acidente", sorri tentando passar calma para ela. A mulher parecia ser apenas poucos anos mais velha do que eu, "se machucou?", perguntei preocupada.

"N-não alteza, apenas m-me queimei um pouco, a-acabei tropeçando e-enquanto equilibrava a t-travessa"

"Para onde estava indo?"

"I-ia levar o c-café para o r-rei"

"Está tudo bem, fica calma", Josh tinha se colocado ao meu lado, e por sorte, outra criada passava justamente pelo local, "senhorita", a chamei.

"A-altezas", fez uma reverência.

"Por favor, providencie outro café para o rei, e peça para alguém vir limpar os resquícios do que caiu, e a senhorita", olhei para a outra, " pode ir descansar e cuidar desse machucado, está muito vermelho", a ajudei a se levantar.

"Muito obrigada alteza", me olhou encantada, fizeram mais uma reverência e saíram.

As observei se afastarem juntas e voltei a olhar para o Josh, que me encarava de uma maneira indecifrável.

"Ai meu Deus, Josh, me desculpa, acabei tomando decisões sendo que nem moro aqui, deixei-me levar e..."

"Não, está tudo bem, eu teria feito o mesmo", sorriu.

"Não está bravo? Acabei de dar folga a uma das empregadas, mas ela estava machucada e não poderia trabalhar naquelas condições, ela disse que não mas eu sabia que a queimadura estava ardendo e..."

"Ei, já disse, está tudo bem, de modo algum eu fiquei bravo"

"De verdade?", ele assentiu, "então porque continua me encarando com essa cara?", o olhei confusa.

"Porque...eu não pensei que você teria esse tipo de atitude"

"O que? "Liberar" um criado?", perguntei fazendo aspas.

"Não, a forma como você agiu e se preocupou, nunca vi nenhuma princesa agir assim"

"Eles podem ser nossos criados Josh, mas ainda são seres humanos como nós e merecem ser tratados com respeito"

"Concordo, e a cada dia que se passa você me surpreende ainda mais", envergonhada, voltamos a andar, "você definitivamente não é a princesinha mimada que eu imaginei quando te insultei"

"Falei que não deveria me julgar sem antes me conhecer", alfinetei.

"Estou gostando de conhece-la aos poucos", caminhamos em silêncio até a porta do meu quarto, "você nunca me disse se já posso considera-la como amiga, acho que já fiz muito para conquistar sua amizade, não acha?"

"Defina muito", falei risonha.

"Bem, eu te levei para passear", sorriu com as mãos no bolso.

"E desde quando um passeio torna as pessoas amigas?", perguntei rindo.

"Não sei", deu de ombros, "mas eu sinto que deve ser assim, e caso não seja, eu sou um príncipe e posso tornar isso uma lei"

"Isso se chama abuso de poder, isso sim", abri a porta do meu quarto, "mas...até que você seria um bom amigo"

"Isso me tranquiliza"

"Obrigada pela tarde, eu adorei", falei já dentro do quarto, a porta quase se fechando.

"Fico contente, te vejo no jantar?"

"Claro", sorri e fechei a porta.

Minhas compras já estavam no meu quarto, coloquei minha bolsa na escrivaninha e fui para o banheiro tomar um banho.

Apesar de Vermont ser um lugar incrível, eu sentia saudades da minha casa. E no dia seguinte, eu finalmente voltei para ela.

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