CAPÍTULO 2

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🌻

Eles me olharam espantados. Mamãe bebia um copo de água para tentar se acalmar.

Eu nunca odiei falar uma frase tanto quanto odiei falar essa.

Eu imaginei que quando eu fosse anunciar que iria me casar, isso é, se algum dia eu fosse, seria em outras circunstâncias. Não com um completo desconhecido para manter uma aliança entre dois reinos.

Eu sempre adorei casamentos, sempre desejei um dia poder ter o meu. Mas todos os planos que um dia criei, que presenciei pessoas que eu amo passarem, foram por água abaixo.

Nada do que eu imaginei acontecer, algum dia irá realmente acontecer.

"O que você disse Grace?", mamãe falou fraca, o copo de água em sua mão tremia.

"Se essa é a única maneira, eu irei me casar mamãe"

"Não", ela pôs o copo de volta à mesa, nervosa, "Não posso permitir que você passe por isso. Não vou permitir que minha filha se case dessa maneira"

Caminhei até ela segurando em sua mão tentado acalma-la, eu a amava tanto.

Eu entendia o que ela estava sentindo. Ela era muito protetora comigo, ainda mais por eu ser a sua única filha menina. Eu sabia o tanto que ela desejava planejar meu casamento, e não queria que fosse assim.

"Tudo bem mamãe, está tudo bem", a abracei, "Fica calma"

"Eu não posso permitir querida", as lágrimas caíam pelo seu rosto, "Você nem o mesmo conhece, nós não o conhecemos"

"Então, vamos precisar conhece-los", falei tentando soar calma.

"Você tem que se casar por amor", tocou meu rosto.

"Eu tenho o seu amor mamãe, e isso é o suficiente", dei um beijo em sua testa e me afastei.

"Minha decisão já está tomada", eles voltaram a atenção para mim, ainda pareciam sem acreditar, papai e Henry fizeram menção de falar mas eu os interrompi, "Não tentem me fazer mudar de idéia, se é assim que eu posso ajudar, então eu irei. Por favor, marquem um encontro com a família real de Vermont. Se eles querem um casamento assim, acho que eu tenho pelo menos o direito de conhecer o meu noivo"

Eles ficaram mudos. Ninguém tinha coragem de falar uma palavra. Nem para concordar ou discordar.

Saí do escritório em passos firmes, até eu mesma me surpreendia com a forma que parecia estar calma.

[...]

"Um casamento", gritei, "estamos no século vinte e um! E eles querem um casamento arranjando", andei nervosa de um lado para o outro em meu quarto.

Minha melhor amiga, Luna, me olhava sentada da minha cama sem falar nada.

A primeira coisa que fiz assim que entrei em meu quarto foi mandar uma mensagem para ela, com uma simples e curta legenda.

Amiga, eu preciso de você.

Esse era praticamente um código nosso quando algo não muito bom acontecia. E em questão de minutos ela já tinha chegado no palácio.

Eu nunca imaginei que usaria essa frase para algo tão importante.

"Você vai se casar?", ela falou ainda sem acreditar e eu assenti querendo chorar, "Seu pai e o Henry te obrigaram a fazer isso?", eu neguei.

"Não, eles nem queriam isso, eu que aceitei", falei passando a mão pelo meu cabelo, "mas eu não tinha escolha, se essa era a única condição era meu dever ajudar"

"Poxa amiga, eu nem sei o que dizer", eu neguei com a cabeça sentindo os olhos marejarem e a garganta se fechar.

"Eu só precisava de você aqui comigo", falei e não consegui conter as lágrimas de caírem.

Ela se levantou da minha cama correndo e me abraçou, era disso que eu precisava. A apertei contra meu corpo mas ela não se importou.

Alguns minutos depois ela me levou para se sentar na cama.

"O que mais me deixa chateada, é que eu não vou ter a chance de conhecer alguém da forma que eu queria", falei olhando um ponto distante, "como minha mãe e meu pai, Henry e Helena, nunca", minha voz saiu embargada pelo choro.

"Ah amiga", ela me abraçou de lado me deixando apoiar a cabeça em seu ombro enquanto chorava sem parar, "não pense dessa maneira, as coisas podem dar certo"

"Como Lu?", disse me separando, "Eu vou me casar com alguém que nunca vi em minha vida", arregalei meus olhos me pondo de pé novamente, "droga, e se eu aceitei me casar com um velho?"

"Você não perguntou a idade dele?", minha amiga falou assustada.

"Não, e meus pais não tem contato direto com o príncipe", disse nervosa, "droga, será que eu vou precisar me casar com um homem que tem a idade para ser o meu pai?"

"Não amiga, não acho que seu pai e seu irmão iriam permitir isso, e ele é um príncipe, não é? Não deve ser muito mais velho do que nós"

"Não sei, pelo que sei o rei não é tão novo assim, e seu filho ser um príncipe não faz muita diferença"

"Vamos pensar positivo, ele pode ser um gato", tentou soar animada, "e talvez tenha um amigo para me apresentar", eu ri.

"Só você para me fazer rir nesses momentos, obrigada", a abracei.

"Estou aqui para isso", segurou minhas mãos, "conte comigo sempre"

"Você também", sorri agradecida.

"Só nos resta esperar para o conhecer pessoalmente", falou.

"Meu sonho era nunca precisar o conhecer", revirei os olhos.

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REVISADO

EU AMO UMA AMIZADE

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