CAPÍTULO 26

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🌻

Eu não queria admitir, mas estava sentindo falta de Josh.

Já iria fazer quase uma semana que ele voltou para seu reino, amanhã iríamos para o reino de Mellanie e ele ainda não tinha chegado.

Eu queria ter a companhia dele na festa, mas não tinha certeza de que ele conseguiria chegar, e isso me desanimou.

Nos falamos quase todos os dias, mas por pouco tempo, pois geralmente só tínhamos horários livres a noite e estávamos muito cansados. Ainda assim, não era a mesma coisa de ter ele aqui comigo todos os dias.

Ah, quem eu queria enganar? Eu estava sim, gostando do Josh. E admitir isso para mim mesma era assustador.

Tentei afastar esse pensamento e focar minhas energias em tudo que ainda faltava para o casamento. O que estava sendo impossível, pois tudo me lembrava ele.

Ri muito no café da manhã, principalmente pelo cuidado do meu irmão com Helena, que reclamava que estava grávida, não debilitada.
Meus sobrinhos estavam extremamente energéticos por conta da chegada do novo irmãozinho (a).

Estava tudo muito bem, até eu notar a cadeira vazia em mais um café da manhã e me desanimar novamente.

Droga, eu estava agindo como uma idiota. Tinha que parar com isso, eu não era assim.

"Os vestidos já chegaram mamãe?", chamei sua atenção, tentando desviar a minha de certos pensamentos.

"Já tem muitos reservados no quarto, você só precisa ir olhar e ver se gosta de algum, quer ir hoje?", eu pensei por um tempo.

"Não, vamos deixar para semana que vem, temos o aniversário amanhã e eu ainda preciso escolher o que vou usar, o vestido vai precisar de mais tempo"

"Tudo bem, mas terá que ser na segunda, nosso tempo está acabando e o vestido precisa ser decidido o quanto antes para o caso de precisar ajustar"

"Tudo bem", concordei, "segunda vamos vê-los. Hoje vamos decidir o restante do cardápio, a decoração já está pronta"

"Graças a Deus conseguimos organizar tudo a tempo, vocês, meus filhos, só sabem me apavorar com essas datas apressadas", olhou para Henry.

"O que?", deixou seu copo na metade do caminho, "é a Grace que vai se casar e eu que levo a bronca?", meu irmão era o rei e ainda assim conseguia ser infantil.

"Isso só pode ser coisa da genética, Thomas querido, quando chegar sua vez, por favor não faça isso com sua mãe", meu outro irmão, que tentava ao máximo não chamar muita atenção, assentiu.

Thomas era o mais quieto da família, claro que sempre estava interagindo com todos, mas gostava de ser um pouco mais reservado. O que, claro, não nos fazia ama-lo menos.

[...]

"Vocês viram a Luna? Ela disse que iria me ajudar hoje, já deveria ter chegado", olhei as mulheres reunidas na sala de mamãe.

Eu falo que a sala é dela porque desde criança conheço dessa maneira, mas no fundo era de todas nós mulheres.

"Não Grace, mas ela tinha me dito a alguns minutos que estaria aqui", Helena me falou.

"Vou ver se a encontro", me levantei e sai da sala.

Atravessei os corredores do terceiro andar, chegando rapidamente nos do segundo. E não demorou muito para eu escutar a voz de minha melhor amiga.

Estava pronta para chamar por ela e reclamar de sua demora, quando a vi totalmente distraída conversando com o guarda, o Rafael, no caso. Parei na parede antes de virar o corredor totalmente.

"E então, o que está achando de ser um guarda?", minha amiga perguntou, sua voz estava distante.

"É muito gratificante exercer o papel que eu lutei tanto para ter, gosto de trabalhar aqui"

"É, o palácio é realmente incrível, lembro como se fosse ontem quando estive aqui pela primeira vez", ficou em silêncio por um tempo, "Enfim...e você? Está aqui sozinho?"

"Ah não, eu...."

Eu decidi que deveria deixá-los a sós e voltar para o quarto, e foi o que fiz, dando meia volta pelo lugar de onde vim.

Antes de conseguir chegar ao salão, encontrei o conselheiro, papai e Henry saindo do escritório.

Acenei e sorri para eles, papai conversava sobre algo com meu irmão, e o conselheiro olhava algo em sua prancheta. Os acompanhei pelo restante do caminho.

"Como vai, senhor Williams?", cumprimentei o conselheiro.

"Muito bem alteza, obrigado, e a senhorita?", falou amavelmente.

"Bem, também", ri.

"Imagino que com saudades do príncipe Josh", eu corei.

"Ah, sim, um pouco", falei baixo, "passamos tanto tempo juntos que é estranho não o ter aqui agora"

"A senhorita parece ser muito feliz com ele", o senhor sorriu.

"Ah, sim, por isso iremos nos casar"

"Foi uma grande surpresa esse casamento, de um modo bom, te conheço desde pequena e fico contente em te ver feliz, conseguiu esconder bem de todos nós", eu sorri nervosa.

Sabia que por um bom tempo as pessoas comentariam nosso relacionamento repentino, mas não tinha o costume de mentir e isso me deixava apreensiva.

"Sabe como é, queríamos privacidade, e já bastava a distância, o melhor seria deixar bem longe das mídias e holofotes"

"Entendo, vocês foram espertos, nem seus pais desconfiaram", riu e olhou para trás, onde papai falava com Henry.

"Sabe como é, somos adolescentes, queríamos fazer surpresa"

"O que importa é que estejam feliz"

"Ah, estamos", sorri, "o Josh é incrível"

"Bem, só me resta desejar tudo de bom para vocês dois", eu parei diante da porta de mamãe.

"Muito obrigada, agora preciso ir, sabe, coisas do casamento", ri fraco, "até breve", ele fez um aceno com a cabeça e eu entrei na sala.

Não demorou muito e Luna apareceu também, logo eu a puxei para um canto reservado.

"Conta tudo", a olhei.

"O que?", se fez de confusa.

"Eu fui te procurar e vi com quem você falava, quero saber dos detalhes", sorri.

"Ah amiga, só nos encontramos por acaso e conversamos um pouco, sabia que a mãe dele trabalha aqui? E o pai foi um dos guardas, morreu, infelizmente"

"Poxa, que pena, nem imagino como ele deve se sentir"

"Pois é, trabalhar como guarda aqui o faz se sentir mais conectado com o pai, além de estar mais próximo da mãe"

"Você parece saber metade da vida dele", sorri e cruzei os braços.

"Não é para tanto, você sabe que quando se conversa é um pouco difícil parar, apenas contamos um pouco sobre nós"

"Aham, sei..."

"Não me olha assim", brigou rindo, "e você? Com saudades do seu príncipe?"

"Se você está falando do Josh, sim, estou", fiz um biquinho.

"Ah miga, ele vai voltar tá? Fica assim não", me abraçou de lado e forçou a voz para parecer que consolava uma criança.

"Você é louca, vamos fazer o que viemos para fazer", me afastei rindo.

"E você me ama", cantarolou sua frase tão usada comigo.

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