CAPÍTULO 18

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🌻

"Ah meu amor, estava com tantas saudades", mamãe me apertou em seus braços.

"Também senti mãe", sorri em seu abraço.

"Você está bem? Parece tão pálida, se alimentou direito?", mamãe me olhava de cima a baixo como se estivesse me avaliando, os outros membros da minha família riam enquanto nos observavam.

Tinha acabado de chegar na entrada do palácio e mal tive tempo de passar pelas portas da entrada quando mamãe surgiu emocionada.

"Estou bem mamãe, fui muito bem cuidada, não tem com o que se preocupar"

"Você só saiu por três dias e eu mal aguentei, nunca mais irei deixar você sair de perto de mim"

"Deixa de exagero", ri e me afastei dela, indo abraçar o meu pai, "oi papai"

"Senti sua falta querida", disse me apertando.

Fiz o mesmo com o restante da minha família e enfim pude ir para meu quarto descansar.

[...]

"E os meus presentes?", Luna falou com sua típica voz de interesseira.

"Eu não sabia o que te dar, então comprei um kit de desenhos", falei pegando a grande caixa dentro de uma das bolsas, "Não é querendo ser esnobe nem nada, mas literalmente temos de tudo, fica difícil presentear alguém que pode ter de tudo"

"Sim", ela suspirou, "isso me faz lembrar que nem sempre foi assim para mim, lembro de quando eu, mamãe e Helena morávamos no pequeno apartamento, um dos meus poucos brinquedos era uma coroa de plástico", sorriu.

"Em pensar que somos tão diferentes, já eu sempre tive tudo, como aquele meu antigo quarto cheio de brinquedos, mas raramente tinha com quem brincar"

"É por isso que somos amigas, eu aprendi a ser sempre humilde, por mais que hoje em dia tenha de tudo, e você aprendeu a nunca ser egoísta, sempre dividiu o que tinha"

"Não faz sentido estar cercada de privilégios e não compartilha-los com quem esta ao seu redor", sorri, "como anda o projeto da Helena?"

"Muito bem, já conseguimos bastante doações de roupas e brinquedos para diversos orfanatos. Nosso foco no momento é alimentos, para que não falte a eles"

"E o centro de alimentação para moradores de rua?"

"Pelo que estou sabendo está quase construído, por enquanto estão distribuindo em um pequeno salão em uma das ruas", desviou sua atenção para o pequeno conjunto de aquarela, "ai que tudo, as coisas parecem ser melhores quando não são compradas em sua cidade, né?", riu.

"Você não existe", neguei e me joguei em minha cama.

[...]

As vezes eu odiava o lugar em que morava. Ele poderia ser tudo, lindo, espaçoso, confortável. Mas não era prático.

Eu precisava praticamente dar a volta ao mundo para chegar em algum lugar. Sem contar os milhares degraus de escadas que eu precisava subir e descer.

Henry ainda não pôs em prática a minha idéia do elevador, infelizmente.

Eu passava a maior parte do meu tempo em quatro lugares, meu quarto, a sala da minha mãe, o jardim e a biblioteca.

Aliança Real - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora