Calor Arábico - Inesperado. Sensual. Quente.

Capítulo 2

Passei o dia com a Elaila, exatamente como havia prometido. Passamos a manhã inteira na praia, pegando sol, tomando banho de mar, foi um verdadeiro ritual de purificação. Nada limpa melhor as energias do que sol quente e água salgada. Era uma pena que nos últimos tempos eu tenha tido tão pouco tempo para aproveitar algo tão simples e que me fazia tão bem. Mas isso fazia parte da correria da vida, por isso escolhi por aproveitar o momento que tinha ao invés de reclamar daquilo que não vivi.

A tarde acompanhei ela ao salão de beleza e aproveitei para fazer uma hidratação, tudo que meu cabelo loiro tingido precisava após sol e mar. A Leila cabeleireira finalizou com babyliss nas pontas, deixando meu cabelo perfeito para festa que iríamos mais tarde. Depois disso, cada uma foi para a sua casa, porque Elaila sabia muito bem que não sou o tipo de amiga que se arruma junto para ir para festa e que nem mesmo gosto de ir acompanhada.

Antes de ir para a festa, aproveitei para abrir meus e-mails e vi que havia um dos árabes, que resolvi ler. Provavelmente haveria algo sobre o que falei no dia anterior ao Khalifa. Ahh.. só de pensar no Khalifa já sentia um arrepio na nuca. O e-mail dizia:

"Senhorita Analu,

Viemos por meio deste nos desculpar pelo ocorrido. Foi enviado à senhorita um e-mail com exigências que não se destinavam a você. Solicitamos, por gentileza, que desconsidere o e-mail anteriormente enviado e nos agracie com a sua visita ao nosso país para que possamos alinhar nossos interesses e fechar negócio.

Respeitosamente,

Sadi Al-Maki

Ministro da Fazenda dos Emirados Árabes Unidos"

Sim, eu estava correta, o Khalifa deveria ter conversado com o pai dele. Um mês depois de ter recebido o e-mail descabido,eles resolveram alegar que foi um erro. Eu percebi que ele ficou surpreso com o que falei, mas acho difícil ter sido enviado por engano. Ainda iria analisar a questão, pois mesmo que as regras não se aplicassem a mim, a existências delas me incomodava. Precisava pensar bem antes de fazer negócio com aqueles caras.

Decidi não pensar mais no assunto e descansei um pouco antes de me arrumar para a festa. Quando bateu nove horas da noite, comecei a me arrumar. Coloquei um vestido de franjas preto com cinza da Animale e um scarpin preto com tiras no tornozelo. Passei pouca maquiagem: apenas base, pó e blush de contorno, além de máscara para cílios e um delineado preto. Finalizei com hidratante labial e perfume La Vie Est Belle. Me olhei no espelho e me senti linda, ainda mais com o adicional daquela corzinha de saúde na bochecha do sol da manhã. Peguei minha bolsinha preta com celular e cartão, passei pela cozinha para pegar a chave do meu Tesla e fui para a boate.

Como de praxe, cheguei na boate sozinha; eu preferia assim. Não gostava de ser vista entrando com ninguém. Mesmo se era vista com uma amiga, já era motivo para os sites de fofocas inventarem histórias. Fui direcionada ao camarote dos meus amigos, onde logo vi Elaila, que estava com um vestido preto de paetê. Nós duas juntas somos a dupla perfeita: uma de franja e a outra de paetê, bem basiquinhas. Vi o Junga, o Luiz e o Khalifa conversando e também algumas mulheres que estavam no churrasco do dia anterior, eu ainda não as conhecia, para mim continuavam sendo as Marias.

Aproximei-me deles e fui colocando um beijo na bochecha de cada um. A Elaila já estava alegre:

- Luuu, que bom que você chegou, amiga! - Ela me abraçou espetando os paetes do meu braço - Daqui a pouco vai chegar mais gente, tem um cara que eu quero que você conheça. - Ela grita no meu ouvido.

- Amiga, eu não vim conhecer ninguém. - Olhei nos olhos dela tentando enfatizar o que estava falando.

- Nãooo, não é isso que estou falando. - ela riu sozinha - É um cara pra mimmm. - Ela continua gritando em meu ouvido mais alto que o necessário.