Capítulo 6

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Lendo a mensagem consegui ouvir ele falando "Bom dia, Analu" com seu sotaque sedutor e seu tom firme e de boa educação. Mesmo assim, abri a foto do perfil para confirmar. Lá estava a foto dele, de um Khalifa que eu ainda não havia conhecido. Ele vestia um turbante branco, que parecia uma camiseta amarrada na cabeça, e uma túnica da mesma cor, a barba bem desenhada e óculos aviador quadrado com lentes cinza-escuras. Ele continuava lindo mesmo com aquelas roupas, mas não posso negar que fiquei assustada, o visual era completamente diferente do jeans e camiseta preta que ele costumava usar por aqui.

Levantei esbarrando no criado mudo, coloquei meus chinelos e um robe por cima da camisola que usei para dormir. Corri escada a baixo para poder ver logo o que, ou quem, me esperava a minha porta. Parei em frente a porta e respirei fundo para me acalmar, não desejo que ele me veja esbaforida. Abri a porta sorrindo esperando encontrá-lo, mas não havia ninguém ali. Olhei para um lado e para o outro procurando por ele. Ele não estava em lugar algum..

Eu já estava fechando a porta quando olhei para baixo e vi um pacote. Uma caixa de madeira adornada, alcancei a caixa e fechei a porta. Coloquei a pequena caixa em cima da mesa de centro da sala. Ela era toda marchetada com pequenos pedaços de madeira em cores diferentes que formavam figuras geométrica, muito bonita. Fiquei encarando a caixa por alguns segundos tentando entender porque ele havia me enviado aquele mimo. Finalmente criei coragem para abri-la. Dentro dela havia uma espécie de bomboniere de metal prateada e um bilhete escrito à mão.

"O doce com gosto da arábia para a mulher que é linda por fora, doce por dentro, livre como o vento e forte como o aço.

Khalifa Sultan"

Retirei a tampa da bomboniere e dentro havia tâmaras com as cascas brilhantes em seu tom marrom-dourado. Coloquei uma na boca e senti o gosto caramelizado e intenso que a fruta tinha. Nunca comi tâmaras tão frescas e bonitas como essas. Eu estava completamente intrigada com aquele gesto. Reli o bilhete algumas vezes e me deliciei com mais algumas tâmaras. Infelizmente tive que parar de comê-las depois de ter tido uma ideia maravilhosa de como usá-las em um outro momento com o Khalifa. Ri sozinha com a ideia.

Ao invés de ficar me questionando sobre o presente que havia recebido, resolvi responder a mensagem:

Analu "Você está vindo? Minha boca já está bem doce para você."

Resolvi apostar alto, quem sabe ele aparecia na minha porta e eu poderia comer as minhas tâmaras de um jeito mais gostoso. Aproveitei e salvei o contato dele no meu celular como "Sheikh Gostoso". O celular vibrou ainda na minha mão.

Sheikh Gostoso "Você gostou?"

Analu "Não."

Sheikh Gostoso "Não? Você não gosta de tâmaras? Desculpe-me por isso."

Analu "Não gostei que você não estava segurando o pacote na minha porta."

Sheikh Gostoso "Não estou no Rio"

O QUÊ? Como assim ele não está no Rio? Ele estava indo embora e não se deu ao trabalho de me avisar. Tudo bem que não temos nada, mas ele poderia ter me falado já que passamos um bom tempo juntos ontem. Se eu soubesse não teria me esforçado tanto. Ou teria? O celular vibrou novamente.

Sheikh Gostoso "Estou em Brasília, marcaram uma reunião de trabalho em cima da hora. Tive que voar hoje cedo."

Certo, agora fazia mais sentido. Não teria lógica ele sumir para outro país e ao mesmo tempo me enviar um presente. Chegou outra mensagem.

Sheikh Gostoso "Aguardo resposta à pergunta do bilhete."

Qual pergunta? Eu não vi pergunta nenhuma, peguei o bilhete novamente e reli o que estava escrito. Nenhuma pergunta.

Calor Arábico - Inesperado. Sensual. Quente.Onde histórias criam vida. Descubra agora