Capítulo 15

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Meu coração acelerava cada vez que o Junga passava com o carro em alta velocidade. Estávamos em uma pista de treino que ficava atrás do galpão, o jogador de futebol estava atrás do volante enquanto aguardávamos nossa vez. O Khalifa estava descontraído depois da nossa conversa no escritório. Ele havia me desarmado com seu charme e doçura, porém, aquele momento só serviu para me deixar mais perdida sobre o que fazer. Ouvi o som da sua risada durante a sua conversava com o Luiz, não havia nem resquício da nuvem negra que antes estava ali, seu sorriso era contagiante e seus olhos brilhavam.

- Hey, Analu. - Ouvi Elaila me chamar e olhei para ela. - Para de secar o Sheikh, ele vai ficar magrinho desse jeito. - Ela riu de mim.

- Rá-rá.

- Vocês conversaram? Ele parecia bem irritado aquela hora. - Ela chegou perto de mim para que pudéssemos conversar baixinho.

- Sim, conversamos. - Revirei os olhos. - Ele me beijou e acabou me desmontando.

- O que aconteceu, amiga? Por que você queria terminar com ele?

- Terminar o quê, Elaila? - Perguntei a ela. - Nós não temos nada.

- Como assim? Claro que têm! Ele está louco por você e, eu sei muito bem, que você também está louca por ele. - Ela me conhecia bem demais. - Já rolou?

Confirmei sem emitir sons.

- Quando? Foi bom? - Sua curiosidade foi despertada. - Ele deve ser muito bom na cama. - Sim, ele era, mas eu não pretendia dar detalhes.

- Ele é uma delícia em tudo que faz. - Admiti. - E isso só me trouxe problemas, Elaila. Nós estamos curtindo e nos divertindo, mas e depois? Como vai ser quando as férias acabarem e a vida real nos chamar?

- Vai continuar tudo normal, como qualquer relacionamento. Pode ser que dê certo ou que dê errado, mas você só vai saber se estiver aberta a viver o momento. Agora para de me enrolar, quando rolou?

- Ontem no hotel. - Mordi o meu lábio ao lembrar.

- Nossa, Analu! Eu não acredito que você fez isso. - Ela estava brava. - Passou a noite com ele e depois queria dar o fora no coitado?

Fiquei me sentindo um lixo com as palavras dela. Aos olhos de terceiros o que fiz foi desprezível, porém sabia que meus motivos tinham fundamento. Olhei de novo para ele e tive vontade de abraçá-lo. Eu era pura confusão.

- Analu, lembra como tudo isso começou?

- Hã? - Larguei meus pensamentos para ouví-la.

- Você lembra quando estávamos no banheiro da boate e eu te disse para pegar uma colherada de sobremesa?

- Lembro. O que você quer dizer com isso?

- Continue se servindo até a sobremesa acabar. - Elaila deu um sorriso brilhante para mim, crente de que havia me dado um ótimo conselho.

Não consegui respondê-la. Da onde ela tirou essa história de continuar me servindo? E o que isso significa? A Elaila só pode estar louca, acho que o término com o Polo não fez bem pra ela.

- Você está melhor? - Ela me olhou sem entender. - Sobre o Polo... - Completei.

- Estou tentando não pensar nisso, mas é difícil, Lu. - Seu olhar se entristeceu ao falar do assunto. - Ainda não acredito que ele estava com outra.

- Talvez ele não estivesse. - Deixei escapar.

- Como assim? Por que você disse isso? - Uma linha se formou em sua testa.

- Ai, Lai... - Busquei como me explicar. - Achei estranha aquela mensagem da mãe dele. Talvez ele realmente estivesse te traindo. - Seu rosto se franziu ao ouvir a palavra. - Para mim, parece que está faltando alguma informação nessa história.

Calor Arábico - Inesperado. Sensual. Quente.Onde histórias criam vida. Descubra agora