Capítulo 3

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Analu

Acordei atordoada, peguei o celular para ver o horário: 10h53 da manhã. O quê? Não, não, não. Deveria estar errado, levantei tropeçando em meus próprios pés e corri até o escritório para olhar o relógio que tinha lá. 10h54. Eu mal conseguia acreditar naquilo, parecia mentira que eu havia acordado tão tarde. Não conseguia me lembrar da última vez que isso tinha acontecido. Sentei na frente do notebook e imediatamente comecei a ler os e-mails não lidos, até que me dei conta: Eu estava de férias!

Eu era uma piada mesmo. Tinha a capacidade de esquecer que estava de férias. Quase tive um ataque cardíaco por conta disso. Ah, Analu, você não toma jeito, heim? Fechei o computador e voltei para o quarto, entrei embaixo das cobertas e peguei o celular para ler as mensagens. Senti excitação na barriga imaginando se haveria algo sobre a noite passada, mas especificamente sobre o Khalifa.

Milhões de mensagens de trabalho que eu leria depois. Uma mensagem do Junga:

Junga "Lu, Khalifa me pediu teu telefone. Não sei se posso passar, então não passei kkk"

Good boy. Perfeito, o Junga não tinha que ficar dando meu telefone pra qualquer um. Não estava querendo dizer que Khalifa era qualquer um, não era isso. Apenas que não seria legal o meu amigo ficar passando o meu número para os amigos dele. Como ele não sabia o que havia acontecido na noite passada, fez a coisa certa.

Tudo bem que todas as minhas esperanças de receber uma mensagem do Khalifa foram por água abaixo, mas fazer o quê? Não dava para se ter tudo na vida. E a verdade mesmo? Eu nem poderia ter uma partezinha daquele homem, quem me dera ele inteiro. O que havia acontecido na noite passada teria que ficar no passado. Sem esforço, consigo pensar em muitos motivos para não continuar me relacionando com um homem árabe, muçulmano, filho de um Sheikh que, por sinal, é presidente de um país e que está tentando me contratar. Nana-nina-não. Problemas e mais problemas. Peguei minha colherada de sobremesa e já deu pra mim. Estou satisfeita. Continuei lendo as mensagens, a Lai me convidou mais ir na casa dela mais tarde, o tal do Polo iria estar lá e ela queria me apresentar de verdade pra ele. Achei que ela está caidinha pelo tal. Respondi falando que passaria lá no meio da tarde. Parei de brincar de férias e fui responder os e-mail do trabalho.

Quando bateu três horas da tarde no relógio, troquei de roupa e fui para a casa da Elaila conhecer o tal do Polo. Novamente o Khalifa e o Luiz estavam lá, junto a eles estava a Elaila, o Polo e o Junga. Estavam todos na sala de jogos, o Luiz e Khalifa estavam sentados no sofá jogando PlayStation, era um jogo de corrida de carros. Elaila estava na poltrona, sentada no colo do Polo e o Junga estava jogado na poltrona ao lado, com a cabeça encosta em um braço da poltrona e as pernas jogadas em cima do outro braço da poltrona.

- Que carinha de cansado, Junga! - Falei assim que entrei na sala.

- Tô morto, pra mim a festa só acabou às sete horas da manhã.

Ergui as sobrancelhas quando ouvi o que ele disse.

- Não quero saber o que você ficou fazendo até essa hora! - Deixei claro que não estava interessada na história.

O Luiz não desviou os olhos apenas falou:

- Oi oi oi, depois a gente se fala. - continuou focado no jogo.

Já o Khalifa parou por alguns segundo de jogar me olhando sem falar nada, só sorriu pra mim. Droga, eu tinha esquecido como ele é lindo. Ter ele por perto dificultava a minha decisão de me manter longe. A Elaila levantou-se do colo do Polo e veio em minha direção:

- Lu, esse é o Polo, vocês se viram ontem na boate, lembra? - Sim, eu lembro de você no banheiro com cara de apaixonada falando sobre como ele era lindo. Só pensei isso, não falei.

Calor Arábico - Inesperado. Sensual. Quente.Onde histórias criam vida. Descubra agora