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⚠︎AVISO DE GATILHO⚠︎
Este capítulo e os próximos terão assuntos pesados, e se você for sensível sobre, já está avisado.

⚠︎AVISO DE GATILHO⚠︎Este capítulo e os próximos terão assuntos pesados, e se você for sensível sobre, já está avisado

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Seguro atônita o papel que estava em minhas mãos, o aperto tão fortemente que meus dedos se encontram amarelos. Observo a sirene da ambulância junto com as faixas interditando o local, pessoas fazendo um breve círculo para ver o que acontecia.
Olho para baixo e vejo minha mãe gritar em desespero, me fazendo chorar mais ainda.

Eu nunca imaginei que eu estaria segurando uma certidão de óbito do meu pai. Eu nunca imaginaria que eu estivesse tentando ser forte para acalentar a minha mãe desesperada, sendo que eu também estava.
Eu não consigo simplesmente aceitar o que aconteceu, na minha mente meu pai virá voltar segurando as sacolas cheias de salgadinhos para nós três assistirmos até o amanhã. E seu sorriso será o mesmo cativante e alegre de sempre ao me ver.
Mas não, eu poderia esperar por ele por dias, olhando para a porta buscando um sinal, esperando um abraço seu quando eu estiver triste, ele não vai voltar.

— NÃO! NÃO! — minha mãe grita ao ver um corpo coberto com plástico sendo levado pela ambulância.

Em cochichos como "o que será dessa família?" "Oh meu Deus coitadas!"  as pessoas nos olham com pena, minhas lágrima caíam enquanto abraço a minha mãe desesperada, eu estava na esperança de que aquele corpo não fosse do meu pai, do homem com que eu passei toda a minha vida, meu companheiro de filmes e risadas.

E aí vejo um homem, um homem sendo carregado de algemas pela polícia. Lim Iseul, ele não tinha uma expressão de pena, ele só sorria.
Ele sorria como um pisicopata, ao ver minha mãe em desespero.

— SEU IDIOTA! — Explodo ao ver sua expressão que me enoja, vou parar na sua frente sendo impedida pelos policiais e minha mãe.

— Filha! — Minha mãe ainda com lágrimas vem em minha direção me colocando em um abraço apertado.

— Ele matou meu pai mãe! Ele matou o meu pai! — Solto tudo para fora e desabo em lágrimas no ombro da minha mãe, sendo acalentada pelos seus quentes braços.

(...)

— Certo, o orçamento do funeral já foi pago pela polícia... — O trabalhador fala as palavras como um soco, para ele, poderia parecer mais uma morte que renderia dinheiro, já para mim, foi o meu pai, o meu herói.

— Nari — Um garoto de moletom preto fala com uma voz trêmula quase falha, levanto meus olhos e o vejo, Jaebeom estava chorando.

Fico sem mecher meus músculos sem reação, não estar nos meus melhores tempos só dificulta, meu sentimento de querer abraça-lo é grande, porém eu estou precisando desse abraço.

Mas na verdade, se eu soubesse o que aconteceria esse dia, eu teria o abraçado até ele falar que estava bem.

— O que está fazendo aqui? — Minha mãe se coloca em minha frente — Está satisfeito? Meu marido morreu por sua causa! SAI DAQUI!

O olhar perplexo e triste  de Jaebeom me acertou em cheio como vários murros em minha barriga.

— Você passou SEUS problemas para minha família! AGORA MEU MARIDO MORREU! O QUE VOCÊ TEM DIZER SOBRE ISSO? SÓ SENTIR PENA? ISSO NÃO VAI TRAZER ELE DE VOLTA! — Ela distribui pequenos murros pelo abdômen dele enquanto os dois choram.

Eu sei muito bem como essas palavras acertaram Lim, ele apenas nos olhou com lágrimas escorrendo descontroladamente. E saiu como se tivesse recebido a pior notícia do mundo.

Eu poderia ajudá-lo, mas eu não ajudei.

JAEBEOM~

Depois de Nari ter saído da minha casa deito na cama com turbilhões de pensamentos vagos, com lágrimas quentes sendo derramadas em meu rosto, meus olhos estavam ardendo.
Eu senti muitos sentimentos ao longo da minha vida, eu não posso dizer que só foram tristes, porque não foram.
  Eu sorri, eu gargalhei, e tudo isso graças a Kim Nari, eu nunca fui grato o suficiente pela mulher que me ajudou, a mulher que eu amo. Seus braços me deixam tão calmo que eu não sei explicar, seu sorriso me faz esquecer de tudo e todos a nossa volta, seus lábios são macios e quentes, todas as vezes que encosto os meus no seu a sensação é maravilhosa.
O que eu falei para ela?
Reflito com culpa.

Depois de algum tempo derramando lágrimas e pensando, resolvo ir a casa de Nari pedir minhas sinceras desculpas, e finalmente abraçar ela.

— Senhora Kim? — Toco mais uma vez a campainha, e novamente sem notícias.

— Ela saiu desesperada com sua filha — uma senhora mais velha fala com várias sacolas na mão e com uma expressão cansada.

— Oh! Obrigada! — Pego uma de suas sacolas e estendo o braço para ela se segurar. — Deixe-me a ajudar.

— Aigoo! Que bom garoto! — Ela solta um sorriso cansado.

Vamos andando por um longo caminho, mas vejo meu braço sangrar por conta do peso.

— Há cortes em seu braço? — Ela pega meu braço fazendo eu me afastar por conta da dor.

— Não é nada senhora, só foi machucados, eu caí da escada — Sorrio para deixar ela menos preocupada.

— Por agradecimento venha tomar um mingau de aveia — Ela me chama.

(...)

— Está bom? — Ela me olha como uma avó que mima até o fim seus netos.

— Sim! — Termino mais uma colher do mingau.

Um sentimento feliz aparece em mim, pela primeira vez eu senti o amor de uma avó, uma que eu nunca tive.

— Aqui, toma — Ela me entrega uma pomada e um curativo. — Coloque nos seus machucados.

— Oh obrigada! — Olho para  ela com os olhos marejados.

— E por favor meu jovem, não se corte! Você tem uma longa vida pela sua frente, tente ser feliz o máximo, aproveite! — Ela dá batidinhas nas minhas costas e sorrir ao ver minha expressão confusa.

— Obrigada — Faço reverência e guardo as coisas no bolso do meu moletom.

(...)

— Você soube que o senhor Kim da casa 48 morreu? — Ouço alguns cochichos.

— Ele foi assassinado?

— Sinto pena da filha dele... Eles eram tão apegados.

— Senhor Kim? — Falo para mim mesmo.

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Recomendação de música:

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Aí ai

Meu deus 1000 palavras?
Gente cheguei no meu auge de palavras hoje! Sério!

Só para descontrair desse capítulo, eu amo vocês♥️

DEMONSOnde histórias criam vida. Descubra agora